O antirracismo é imoral

Autor: Emmanuel Spraguer.

 

  O leitor já considerou que tudo o que leu e ouviu sobre a moral e a verdade pode ser mentira?       E é mesmo.

A palavra “Racismo” tem recebido muitas definições sem pé nem cabeça. Na verdade, aqueles dependentes da confusão sentem-se melhor com a própria mistificação na manipulação semântica dessa palavra. Isso corresponde a manter um cachorro de várias cabeças guardando, eternamente, o templo da diversidade. O termo, simples conceito da antropossociologia, passou a ser arma ideológica das guerras culturais. E, como arma, não serve para construir, mas para destruir. Trata-se, essencialmente, sempre e em todo lugar, de uma tentativa fraudulenta de encerrar o debate civil e declarar vitória. O “argumento” mantém a discussão num nível muito baixo, adequado às pessoas sem capacidade maior de raciocínio, sem cultura e senso crítico, pessoas que podem sofrer de dissonância cognitiva e abraçam os seus manipuladores.

A definição de racismo mais “consagrada” é a da academia e da mídia, por sua maior adequação à moldura politicamente correta, tão ao gosto do oficialismo, sobeja dizê-lo. Conforme o estabilismo, então, o conceito de racismo apresenta os quatro elementos seguintes bastante distintos na sua compreensão: elemento 1: a crença na diferença biológica das raças e na importância dessa diferença; elemento 2: o ódio entre membros de raças diferentes; elemento 3: o preconceito racial; e, elemento 4: a discriminação racial.

O elemento 1 consiste em simples ideia ou, mais exatamente, numa proposição de verdade, nome que a lógica dá à atribuição de um predicado a qualquer sujeito. Os grão-senhores e mestres de nossos mestres do marxismo cultural dizem-nos que acreditar nas desigualdades raciais é decorrência de maldade inerente ao crente, coisa de gente ruim. Isto não é verdade, porém, nem teria como ser verdade. Só os imbecis e os totalitaristas pensam que apontar as desigualdades dos tipos humanos revela pravidade. E mais: alegar que uma pessoa seja má por desacreditar a igualdade da espécie humana implica o que os filósofos de todo o mundo chamam de “erro categórico”. O leitor percebe, pois, que o elemento 1 da definição, ou seja, a desigualdade das raças e sua importância, não passa de mero postulado sobre as relações sociais dadas pela raça. Duvidar da igualdade não é um ato moral e, pois, não pode estar sujeito a julgamento moral. Por exemplo, se eu dissesse a alguém que o céu é verde, e a pessoa respondesse dizendo que eu sou uma pessoa má por acreditar na cor verde do céu, eu poderia treplicar, denunciando ao meu interlocutor a grande confusão de lógica categorial na cabeça dele. Eu posso estar enganado quanto à cor do céu, mas isso não faria de mim uma pessoa má. Afirmar o contrário só poderia ser o resultado de uma total falta de compreensão do objeto da discussão; equivaleria a introduzir questões de moralidade em questões de fato. O comportamento de quem discute a cor do céu ou a cor das raças não faz da pessoa o réu de nenhum julgamento moral (nem deveria fazê-la réu de julgamento nenhum). Com efeito, não há nisso nenhuma consideração de natureza moral, trata-se apenas da discussão de como as coisas são ou não são no mundo exterior. Aqueles que dizem que “racistas são perversos porque acham  que as raças difiram nisto ou naquilo” são pessoas estúpidas. Esses “julgadores” são, na maioria dos casos, incapazes de compreender o que eles mesmos dizem, eles não têm consciência do quão doido é o “veredicto” que pronunciam. Este é um tipo claro e inconfundível de erro categórico. Levantar, discutir hipóteses ou acreditar na verdade delas, em se tratando de pôr em causa aspectos da realidade objetiva do mundo físico, não implica ato moral (ou imoral). As qualidades básicas dos atos morais não estão presentes aí. Atos morais ou mesmo alegações morais pertencem a categorias conceituais bem diferentes.

O elemento 1 não passa de pueril insulto àqueles que rejeitam o igualitarismo racial. A igualdade racial é de uma falsidade evidente. Trata-se de escalafobética ficção digna de um Lysenko. E a fé raivosa dos esquerdistas totalitários que acreditam nela não a pode transformar em verdade. Dar crédito à crença na igualdade das raças equivale a nada menos do que declarar guerra a uma básica verdade antropológica. As populações de raças diversas não são iguais nas suas capacidades. Elas não são nem remotamente iguais. Com efeito, à medida que se vão acumulando os dados probatórios das diferenças genéticas entre as populações humanas, até mesmo conhecidos cientistas judeus como David Reich começam a admitir, relutantemente, que o igualitarismo racial é intelectualmente insustentável. Posto isso, mesmo se o igualitarismo racial fosse verdadeiro, e este, com certeza, não é o caso, acreditar no contrário, ou seja, na desigualdade racial, não faria de ninguém uma pessoa imoral ou malvadona.

Passemos ao elemento 2, aquele concernente ao ódio, muito cacarejado atualmente. O ódio, para início de conversa, é fenômeno extremamente raro, especialmente no Ocidente moderno. Ainda que existente, de qualquer forma, o ódio é sempre situacional e efêmero, pois as situações na origem dele mudam e mudam rapidamente ao longo da história. O ódio não é nenhuma entidade, é só um sentimento, e os sentimentos, afinal, não são de fácil observação ou mensuração. Então, “denunciar” o ódio aqui e ali, com tanta frequência e certeza, é alguma coisa de muita temeridade. Além disso, assim como os pensamentos ou as ideias, o “ódio” não é nenhuma coisa que possa ser moral ou imoral, porque não consiste num ato dirigido ao mundo exterior, tratando-se, antes, de algo inteiramente pessoal e interno ao indivíduo. Embora muito “denunciado” por aproveitadores de todo tipo, principalmente aqueles da militância negra e esquerdista, movidos por inconfessáveis interesses e “razões”, o ódio inter-racial não é algo de que os seus “denunciantes” tenham conhecimento e, também, por sua extrema raridade, é de mínima importância. O elemento 2 não é válido na definição de racismo, seu propósito é bem outro. Na verdade, ele serve, na forma de tipo criminal, como meio para caluniar e desacreditar oponentes políticos. Em outro plano, a história fala, e nela eu acredito, que o ódio pode ser útil e racional em certos contextos, mas não vale a pena tratar disso em relação ao conceito em tela, pelos motivos suso referidos.

Consabidamente, a discriminação racial, quando levada às últimas consequências, pode implicar coisas feias, como o conflito entre judeus e nativos na Alemanha. Por outro lado, o antirracismo, mesmo sem viés político, mesmo sem aplicação seletiva contra os brancos, se levado ao extremo, pode ser ainda pior. Aliás, o antirracismo “neutro” é o menos comum, embora assim o veja o homem comum. Na verdade, a aplicação dos princípios do antirracismo até o extremo de sua conclusão lógica resulta na destruição de povos e sociedades, automática ou voluntariamente. A recusa da distinção entre “nós” e “eles” no contexto de uma nação corresponde à abolição da própria nação. Da mesma forma, a recusa da distinção entre “nós” e “eles” no contexto de uma religião corresponde à abolição da própria religião. Se qualquer grupo deseja sobreviver, ele deve, forçosamente, tomar as medidas que protejam as características que o definem. Na ausência de medidas adequadas para esse fim, todo grupo terá determinado a própria extinção. A autoproteção coletiva faz-se ainda mais necessária no mundo moderno, submetido à forte pressão da migração para as áreas brancas e mais ricas, sem o que estas sucumbirão, rapidamente, em meio às invasões e ao parasitismo de grupos alógenos. Se as etnias bem-sucedidas não protegerem os seus próprios interesses, acabarão completamente tragadas pelas populações de crescimento demográfico explosivo, ávidas de gozar os benefícios do sucesso alheio, de que não são capazes e para o qual não contribuem.

O racismo extremamente discriminatório tem, pelo menos, mais a ver com as tendências naturais. Ele promove a competição aberta entre os grupos e consagra as formas de sucesso que a própria natureza recompensa desde sempre. Por outro lado, o antirracismo cifra-se, basicamente, no comunismo aplicado aos genes, às raças e às fronteiras. O antirracismo é anticompetitivo, inerentemente disgênico e, mais do que não progressivo, ele é antiprogressivo, e serve para que os povos mais vagabundos da Terra consumam o que ainda resta de belo, precioso e decente no planeta e na humanidade. O antirracismo é, também, basicamente antibiológico. O antirracismo quer que a evolução humana tenha terminado, como que por mágica e capricho, há 250 mil anos.  Compara-se a uma espécie de criacionismo para “esquerdiotas”, só que ao contrário. Os criacionistas acreditam que a Terra passou a existir 10 mil anos atrás. Os antirracistas, por sua vez, partem do pressuposto de que as forças evolucionárias que criaram o homem tenham deixado de existir há um quarto de milhão de anos, ou seja, quando a evolução afastou de nós os africanos subsaarianos.

O que os fanáticos acreditam em nome da ideologia ou religião é inacreditável. E pior ainda é o que fazem. Ocorre que o elemento 2 do conceito de racismo trata de um sentimento e, assim como o elemento 1, isto é, o desacreditar a igualdade, não pode, pois, estar sujeito a julgamento moral (ou de qualquer tipo). Como referido, o sentir não é objeto particularmente adequado a análises morais. Não obstante, aqueles intolerantes em nome da tolerância (G. Orwell explica) se arvoram em juízes da humanidade, literalmente. Os novos Lysenkos estão nos tribunais.

O critério dado pelo elemento 3, ou seja, o preconceito, o preconceito exogrupal, mais especificamente, não passa, na verdade, de um erro ou viés do pensamento. Trata-se, alternativamente, de uma falha estrutural ou sistêmica do raciocínio. Isto é algo mais ou menos inerente à psique humana e comum a todas as raças e povos (raça branca, inclusive). O preconceito de qualquer tipo, devo dizer, quando devidamente definido, não é alguma coisa que mereça comemoração. O problema é que os nossos supermestres antibrancos não o definem da forma apropriada. Como é típico deles, eles definem o preconceito como qualquer consideração politicamente incorreta a respeito de exogrupos (por exemplo, a conclusão de que os pretos sejam mais propensos à violência do que os brancos). Isto consiste numa extrema distorção do sentido adequado. O preconceito consiste num erro lógico. Chegar a conclusões imorais (o que não existe) ou inconvenientes não é o que caracteriza o preconceito. O verdadeiro preconceito significa o pretenso saber a que se chega por erro de raciocínio. Trata-se, pois, de uma falsa conclusão. Infelizmente, entretanto, os gênios do Judiciário não são capazes de proceder a essa distinção, decerto por preconceito. Na realidade, o “preconceito”, devidamente compreendido, não pode ser considerado erro moral, pois que se trata, isto sim, de um erro intelectual. Os erros intelectuais devem ser evitados, obviamente, mas nenhuma ponderação moral torna errada uma conclusão procedente de um raciocínio logicamente correto. Só a conclusão constante de um juízo de fato não correspondente à realidade pode estar errada. Nenhuma desaprovação moral pode falsear uma conclusão intelectualmente correta.

Em outras palavras, aquelas figuras influentes ou poderosas da mídia e do aparato do poder argumentando que “o preconceito é imoral” estão, simplesmente, equivocadas. Essas pessoas confundem as más ações que, algumas vezes, decorrem do preconceito com o próprio preconceito, como também confundem as más ações que, às vezes, decorrem dos pensamentos racistas com os próprios pensamentos. Entretanto, apenas os atos são susceptíveis de julgamento moral, os pensamentos ou processos de pensamento não o são. Além disso, certos pensamentos e ideologias não necessariamente acarretam ações determinadas, e quem diz o contrário revela ação desinformada e pensamento preconceituoso. E mais: os vieses e preconceitos, às vezes, levam a conclusões que os antirracistas defendem, como as conclusões em favor da falsa igualdade, e isto demonstra que o preconceito não está em nenhuma suposta qualidade moral da conclusão, mas sim na lógica do processo de cognição. Portanto, nenhuma censura deve ser aplicada a qualquer proposição de verdade em razão de sua simples correlação com certas ações ou ideologias políticas. Isto seria estúpido. A ideia de policiar ideias é ideia horrível, como também prática totalitária horrível.

Nós devemos, outrossim, diferençar o preconceito e o favoritismo de endogrupo. O favoritismo endogrupal consiste na atitude de maisquerer o endogrupo do que o exogrupo, pelo mais de proteção e conforto social no seu seio, em razão do compartir de vidas, valores e interesses e de tudo o mais que possa aproximar os seus membros a bem de maior coesão e harmonia do grupo. No caso de o próprio grupo ser mais produtivo, inteligente e ético, o endogrupismo terá base na realidade objetiva, ainda mais quando os grupos em competição tiverem garantida a sua liberdade para competir, caso em que a preferência social dada ao endogrupo dificilmente terá as suas raízes afundadas no preconceito, isto é, nalguma conclusão improcedente.

E, assim, chegamos ao elemento 4, o último que citamos na definição de racismo: a discriminação racial. A discriminação é o só fenômeno que pode, realmente, comportar julgamento moral. Desde logo, como decerto esperava o leitor, proponho que qualquer valor moral conducente à destruição dos grupos que o praticam — e o antirracismo conduz a essa catástrofe, não se possa reputar legítimo valor moral, pois se trata, antes, de manifestação de insanidade coletiva.

Uma das principais formas de discriminação racial é, por exemplo, a exclusão. Quais seriam, entretanto, as consequências da total falta de exclusão ou separação? As decorrências consistem na miscigenação, na desintegração cultural pelos empréstimos e ecletismos, na reescrita e releitura da própria história, na completa perda de identidade etc. Sem formas de controle e seleção de sua composição, um grupo não tem como proteger os seus membros, seus modos, costumes e genes, não pode nem mesmo sobreviver enquanto grupo distinto. Ele acabará assimilando o meio externo ou sendo assimilado nele. Segue daí que a política de combinar a abertura das fronteiras com as leis antidiscriminatórias de amplo alcance não se coloca apenas como má política, mas também como prática implícita e efetiva de genocídio. A discriminação racial na forma da exclusão é, pois, medida prática de defesa contra a penetração de elementos estranhos. O nível de gravidade da infecção étnica determinará a medida da desintegração dos traços que definem o grupo contaminado, que poderá, bem ou mal, sobreviver…  ou não.

No mundo moderno, a negligência na guarda dos limes em contexto nacional ou internacional atrai grandes populações que se deslocam das áreas pobres e miseráveis ou conflagradas para aqueloutras de paz e prosperidade. Afinal, por que povos bem-sucedidos emigrariam para países de merda? Por isso, no mundo atual, não assistimos apenas à transformação das melhores sociedades e populações, mas sim à sua destruição e substituição pelas piores sociedades e populações em termos morais, civilizacionais e genéticos. Por conseguinte, a luta sem fronteiras contra a discriminação, por sua própria natureza destrutiva, mostra-se ainda pior nas suas condições hodiernas, porque acarreta a degradação social, moral, cultural e racial no seio da “sociedade aberta” que a promove. Se um povo não permite a discriminação, esse povo se recusa a ser um povo. Se um povo adota tal valor moral como diretriz política e força-o contra si mesmo, estará buscando a extinção, o genocídio de que será a própria vítima. A proibição absoluta da discriminação de exogrupos é para o endogrupo o que o veneno é para o indivíduo.

Agora, uma pergunta ao leitor: você acha que transformar lugares prósperos, felizes e pacíficos do mundo em infernos é o correto, o maravilhoso, a coisa certa a fazer em nome da moral? Achamos que a resposta afirmativa indica forma de idiotia, mas não seria culpa do leitor, ninguém pede para ser idiota, e o idiota não sabe que é um idiota, como o louco não sabe de sua loucura. A loucura é triste e terrível forma de ilusão. O louco “pensa” que africanizar a Europa ou fazer do Brasil um gigantesco Haiti seja como que uma obrigação moral.

Na Alt-Right, dedicamo-nos a combater essa louca ilusão etnicamente suicidária. Em certos contextos, algum grau de discriminação racial não é apenas aceitável, mas também moralmente imperativo. A resistência ante exogrupos é o alimento que mantém vivos os povos e as civilizações e, ainda mais, fazem-nos prosperar. Qualquer grupo que rejeite a discriminação terá os seus dias contados neste mundo. O grupo “bonzinho” está fadado a ser substituído por outros que levarem mais seriamente em consideração os próprios interesses e que, de forma entusiasmada, discriminarem membros de exogrupos, como não brancos, esquerdistas antibrancos, mafomistas e quejandos. De fato, isto é o que, exatamente, está acontecendo no Ocidente hoje. Os maiorais-mores do marxismo cultural seguem indo sempre além e já negam aos brancos o direito à própria identidade. Mas, caro leitor, pense nisto, por favor: como um grupo pode sobreviver, quando nem os seus membros sabem que são os seus membros?

Então, dos quatro elementos referidos na definição institucionalizada e vulgar do racismo, apenas um é passível de julgamento moral (a discriminação). Vimos, entretanto, que a rejeição da discriminação não pode ser indiscriminada, a menos que se pense que os povos não se possam defender, mas a defesa do antirracismo absoluto é tarefa intelectual difícil e, politicamente, será ainda mais difícil, porque, em algum momento, a desterritorialização dos brancos irá trair as suas monstruosas consequências.

Portanto, podemos concluir, e o fazemos com segurança, que a proscrição completa da discriminação racial não se confunde com a moralidade, não lhe é nem consubstancial nem coextensiva. A Moralidade digna desse nome encontra-se em algum ponto entre a discriminação racial em todos os contextos e a discriminação racial em contexto nenhum.

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Fonte: Altright. Autor: Emmanuel Spraguer. Título original: Anti-racism is immoral. Data de publicação: [2018(?)]. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.