“Kevin MacDonald: a raça branca em perigo”: resenha de Graham Seibert do livro Individualism and the Western Liberal Tradition, de Kevin MacDonald (extratos de Henry Makow)

Como foi possível que a evolução levasse os povos de origem europeia ao seu zênite, para depois contrapô-los a si mesmos?
(KEVIN MACDONALD)

Está claro que as nações brancas devem adotar as políticas da Polônia ou Hungria, se quiserem sobreviver ilesas.
(HENRY MAKOW)

 A evolução é o tema do livro muito ambicioso de MacDonald. Como foi que os povos procedentes da Europa Ocidental vieram a ser tão diferentes de outros povos do mundo? Como chegamos aonde estamos, e quais são as implicações evolucionárias para o nosso futuro?

A dissertação de MacDonald examina a razão pela qual o seu tema — os interesses evolucionários dos povos brancos — é considerado injurioso, e sua discussão, indigna de respeito. Os leitores desta resenha certamente irão reconhecer que os direitos civis de negros, muçulmanos e hispânicos apresentam-se como questão legítima na Europa Ocidental e na América do Norte, enquanto os mesmos direitos que corresponderiam aos brancos não gozam da mesma boa reputação. Seria inconcebível que no congresso houvesse reunião política só para brancos, ou que se criasse uma disciplina universitária chamada Estudos Brancos, ou que se realizasse uma Semana Acadêmica de História Branca.

MacDonald é um psicólogo evolucionário, um cientista. O foco principal dele está nas explicações. Por quê? Como? De que forma chegamos a este ponto? Em sua conclusão, ele aponta vários caminhos a seguir. MacDonald afirma — como analista, não como advogado — que as sociedades originárias do Ocidente aproximam-se de um momento decisivo. A animosidade contra as pessoas brancas — contra os homens brancos heterossexuais, especialmente — segue num crescendo. As pessoas brancas não podem continuar como que num estado de inocência, quando muitos concidadãos seus, sobretudo na mídia e em seu próprio governo, sentem ódio delas. Elas não podem ignorar o fato de que serão em breve uma minoria nas terras que seus antepassados habitaram durante séculos nas Américas e durante tempos imemoriais na Europa.

A tese de McDonald oferece desapaixonada fundação científica, uma base explanatória que em termos evolucionários sustenta outros livros mais populares lançados recentemente. The Madness of Crowds: Gender, Race and Identity, de Douglas Murray, examina o engendro irracional do ódio antibranco; The Coming War in Europe, de Julian Langness e Ethnic Apocalypse: The Coming European Civil War,de Guillaume Faye, oferecem descrições abrangentes das manifestações do problema na Europa e prognósticos de sua manifestação futura.

A BREVE RESENHA *****

Os primeiros dois capítulos tratam da história evolutiva dos europeus desde tempos pré-históricos. O professor MacDonald descreve o desenvolvimento e as migrações dos principais grupos, que ele refere fazendo uso de abreviaturas para facilitar a denominação. A maior parte do texto foca os EFs (Early Farmers from Anatolia) [pioneiros agricultores da Anatólia], os I-Es (Indo-Europeans) [indo-europeus], os WHGs (Western Hunter-Gatherers) [grupos de caçadores-coletores ocidentais] e os SHGs (Scandinavian Hunter-Gatherers) [caçadores-coletores de Escandinávia].

Os Efs [pioneiros agricultores] tinham olhos e cabelos escuros, pertencendo a tribos do Levante que introduziram a agricultura na Europa, por transmissão cultural ou substituição populacional. Tendiam a ser patriarcais, polígamos, endogâmicos, hierárquicos e bastante tribalistas.

Os indo-europeus tendiam a ser pastores guerrários. Eles eram dominados pelo Männerbünd — que significa “bando de homens” — e mantinham relações de igualdade entre si, mas dominavam as mulheres, as crianças, os servos e os escravos, os quais formavam a maioria da população. A chefia não era hereditária, mas dependia da autoridade conquistada no seio do männerbünd. Havia, pois, razoável grau de mobilidade social. Um homem que se destacasse como guerreador poderia ser o capitão. A honra era muito estimada. Os homens lutavam pelo reconhecimento de sua habilidade na guerra, sua capacidade de comando e sua generosidade. A riqueza era tida em desvalor. Para uma interpretação contemporânea e uma indicação do que falta à sociedade moderna e do que ela precisa, ler The Way of Men [título da edição brasilesa: O código dos homens]

Os caçadores-coletores ocidentais e, ainda em maior grau, os caçadores-coletores escandinavos formavam sociedades guerrárias extremamente igualitárias. Embora não praticassem a agricultura, desenvolveram sociedades complexas, que eram pelo menos parcialmente sedentárias, com base na extração de frutos do mar e recursos semelhantes. Eles eram ainda mais igualitários do que os indo-europeus, no sentido de que não dispunham de mais extensa classe de servos ou escravos. Tendiam à monogamia e as mulheres gozavam de alto status. Cf. Why Did Europe Conquer the World? para uma análise do éthos guerreiro.

MacDonald argumenta que, por uma série de razões, geográficas inclusive, os caçadores-coletores ocidentais e escandinavos desenvolveram sociedades altamente comunais sem fortes liames de parentesco. Seu casamento era exogâmico. Com isso, o grupo comunal compunha-se de belatores postos à prova como chefes nos campos de batalha, com independência da sua condição de membros de famílias extensas. Esta característica marcava também os grupos de mais alta posição entre os indo-europeus, o männerbünd, embora não os grupos mais numerosos das camadas mais baixas daquelas sociedades.

MacDonald segue afirmando que essas características acima referidas tiveram por consequência o individualismo. O inóspito ambiente do Norte europeu exigia muita inteligência para a sobrevivência e a preservação da prole. A união exógena e monogâmica produziu casais de cônjuges de igual capacidade, cada qual com considerável status na família e na comunidade. Os indivíduos ascendiam em sua comunidade mais por força de sua habilidade do que por influência de validismo familiar. Isso daria valor às realizações pessoais — daí o individualismo.

Ele comprova que a sociedade dos caçadores-coletores do Norte europeu era tão eficiente, na guerra principalmente, que resistiram ao avanço da agricultura durante milênios, o que não teria acontecido se vivessem em regiões de clima menos severo. Essa sociedade de caçadores-coletores era uma incubadora de individualismo e inteligência.

MONOGAMIA

MacDonald observou certas características da monogamia peculiares aos povos europeus — e só a eles. Como mencionado acima, o casamento monogâmico e vitalício fez da qualidade dos consortes fator crítico. A seleção conjugal em condições ambientais adversas resultou em forte pressão evolucionária no sentido de mais elevada inteligência. Em sociedades agrícolas nas áreas de clima mais ameno, ao contrário, um homem poderia dispor de várias mulheres para a sua reprodução — e a qualidade delas não fazia tanta diferença.

A monogamia aumentou a chance de que cada homem tivesse a sua companha, reduzindo assim a competição, o que favoreceria a coesão do grupo. Outra consequência da monogamia consistiu na elevação do status da mulher na sociedade. O trabalho delas era necessário e valorizado. A sociedade simplesmente não podia deixá-las isoladas, escondê-las por trás de cortinas e véus, porque isso limitaria sua produtividade.

Outrossim, a monogamia elevou a idade da mulher para o casamento, aproximando sua idade àquela de seu marido. Numa sociedade individualística, a família nuclear não se mantinha na redoma da comunidade inclusiva, senão que se sustentava por si mesma, constituindo entidade econômica independente. (Cf. James Q. Wilson: The Marriage Problem.) Isso tudo tinha por condição a autossuficiência do marido, que não se casava antes de conquistar sua independência. O casamento mais tardio acarretou o que MacDonald chama de “Perfil demográfico de baixa pressão”, prevalecente ao longo de gerações, com menos filhos e mais investimento dos pais.

O CRISTIANISMO

A Igreja não tem paralelo em nenhum outro lugar do mundo. Ela foi uma organização poderosa que existiu ao lado dos governos seculares e, frequentemente, em competição com eles. A Igreja conseguiu se impor como autoridade capaz até de ditar regras para a vida sexual da nobreza, de reis, inclusive. A clerezia defendeu fortemente a instituição da monogamia, embora não se saiba se ela mesma instituiu a monogamia ou se apenas deu seguimento a padrão cultural preexistente.

O amor romântico é singular característica do Ocidente, que evoluiu a par da monogamia e do investimento paterno. A união marital era mais produtiva se o marido e a mulher tivessem afeição recíproca. Wilson cita evidências do amor romântico já na literatura inglesa da Idade Média. MacDonald aponta as demonstrações de mútua afeição entre pais europeus e seus filhos, notando sua ausência nas culturas africanas, especialmente.

O Altruísmo é uma característica da sociedade igualitária com fracos laços de parentesco que teve consequências de grande alcance. O éthos guerrário exigia bravura pessoal e dedicação ao grupo, ainda que à custa da própria vida. Esse espírito de autossacrifício não se desenvolveu em sociedades mais hierárquicas. MacDonald ressalta o grau de altruísmo extremamente elevado nos países escandinavos de hoje. Diante da generalizada imigração de grupos que não compartilham nada desse éthos, ele se transforma em suicídio evolucionário — altruísmo patológico.

OS JUDEUS FOMENTAM A IMIGRAÇÃO 

Os judeus opuseram-se fortemente à lei da imigração de 1924 e agiram constantemente para revogá-la, o que conseguiram com a lei de Gart Celler em 1965. A começar de Franz Boas na virada para o século XX, os intelectuais judeus buscaram apresentar as interpretações evolucionárias das diferenças humanas como coisa imoral. Entretanto, nunca nenhuma ciência digna desse nome refutou quaisquer das descobertas dos primeiros pesquisadores da inteligência, que indicavam as significativas diferenças nos níveis médios de inteligência entre as raças. Os acadêmicos judeus, ao contrário, gente como Stephen Jay Gould, Stephen Rose e Richard Lewontin, escreveram tratados que atacavam as motivações dos pesquisadores da inteligência e mistificaram tudo ao questionar a validade de seu método de pesquisa. Foi depois   da intensa midiação do Holocausto, sobretudo nos anos sessentas, que as discussões sobre as diferenças entre as raças, particularmente quanto à inteligência, mas também relativas a outros traços de personalidade, tornaram-se tabu.

Em consequência disso, depois de 1965 até esta parte, agora ainda de forma mais acelerada, uma enxurrada de imigrantes não brancos vai ocupando os EE.UU. como também a Europa Ocidental. As forças em favor da imigração falam como se fossem porta-vozes da Moral e chegam até mesmo a proibir o questionamento da imigração. A simples referência ao problema expõe o crítico à execração moral, o que envolve acusações de racismo, xenofobia e coisas do tipo.

MacDonald conclui que o próprio altruísmo dos brancos voltou-se contra eles. Apenas os brancos foram proibidos de defender os seus interesses. E aqueles que mais reforçam essa injunção, eles mesmos são brancos e contam, é claro, com forte apoio dos judeus, que assim alcançam o objetivo longamente perseguido de destruir o poder branco.

MacDonald observa que os brancos estão cada vez mais ganhando consciência de quão precária é a sua posição. Aos brancos, e só aos brancos, não se permite o reconhecimento de seu autointeresse étnico. As projeções indicam que os brancos tornar-se-ão uma minoria em seus territórios históricos na altura do final deste século XXI. Os brancos são abertamente provocados e perseguidos em seus próprios países por negros e muçulmanos. Os judeus em geral alinham-se explicitamente com as minorias no ataque aos brancos. Outras minorias mostram-se claramente relutantes em defender os brancos.

Por conseguinte, o apoio branco ao Partido Republicano vem crescendo de vários pontos percentuais a cada eleição presidencial desde há meio século. O último candidato presidencial dos democratas a conquistar a maioria dos votos brancos foi Lyndon Johnson em 1964. A situação parece que se encaminha para um ponto crítico, com a agitação social em 2019 tendo chegado perto dos níveis de 50 anos atrás.

 

Esta é uma visão geral de alguns dos temas abordados no livro. O sumário de MacDonald é extremamente detalhado e útil. […] Para uma análise exaustiva, o leitor deve ler Why Are Whites Committing Suicide?, de Jared Taylor.

 

 

Fonte: Henry Makow. Autores: Graham Seibert e Henry Makow. Título original: Kevin MacDonald: The white race in peril. Data de publicação: 30 de junho de 2020. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.