Os nacionalistas brancos não querem a onda vermelha

Até o momento em que escrevo, neste dia 11 de novembro de 2022, os Estados Unidos, tidos como a maior nação da Terra, ainda não foram capazes de dar por encerrado o escrutínio. Não conhecemos exatamente, pois, o resultado final das eleições de meio mandato deste ano. Mas…

Mas já podemos depreender, com clareza, duas coisas a respeito da disputa.

A primeira é que, mesmo participando das eleições, tínhamos consciência de que a definição do vencedor era questão irrelevante, porque os perdedores negariam legitimidade ao resultado, pois cada metade do eleitorado considera a outra metade perigosa demais para assumir o poder. Isto significa que o povo americano deixou de existir. Há, ao contrário, duas nações hostis — ou melhor, muitas nações hostis alinhadas umas contra as outras em dois blocos — compartilhando o mesmo território e governo, que se vão arrastando na direção da compreensão do que o futuro lhes reserva, ou seja, a alternativa entre a separação ou o conflito sangrento.

A segunda é que, como sabemos agora, não existiu nenhuma “onda vermelha”. Em vez disso, ambos os partidos emergiram da luta em condições de equilíbrio. E isto significa a continuação do impasse.

Essa situação nos parece muito ruim para os republicanos. Por outro lado, para os nacionalistas brancos, esse se mostra como o melhor resultado. Nosso parecer decorre das três razões de que tratamos a seguir.

Em primeiro lutar, os republicanos esperavam que pudessem ser levados de volta ao poder pela simples intenção retaliatória do eleitorado. Eles contavam com o voto contra os democratas motivado pela pravidade dos próprios democratas e, confiantes nesse voto negativo, não se interessaram em propor nada pelo voto positivo em favor de si mesmos.  Isto exigiria a coragem que lhes faltou para ir além dos limites da discussão “legítima” fixados pelo estabilismo politicamente correto, fora dos quais está o “escândalo”. Isto exigiria, também, assumir compromissos que eles não cumpririam depois. Ora, por que procurar sarna pra coçar, quando bastava esperar os votos da desforra, o poder e o cheque em branco com que fazer as coisas conforme a vontade dos financiadores? Por isso os republicanos escolheram candidatos do centro, gente moderada, que nem fede nem cheira. Concorreram pelos republicanos muitos não brancos, muitas mulheres e outros representantes da “diversidade”. Quem é que teria a santa paciência de ir a uma convenção republicana para assistir à escolha de um debiloide tatibitate do tipo de Herschel Walker [ex-jogador de futebol americano, negro] como candidato? Em resumo, a onda vermelha foi só mais um imbecil esquema partidário de suposta conveniência eleitoral. Isso não iria merecer o voto dos eleitores e não mereceu.

Em segundo lugar, o que os nacionalistas brancos exigimos de um candidato é que sirva os nossos interesses, que defenda o padrão branco em todas as áreas da política e da cultura, principalmente para deter e reverter o declínio demográfico branco. Um candidato nosso deve, no mínimo, ser capaz de introduzir as nossas questões no debate político, a exemplo do que fez Trump, ao questionar o valor da imigração e da globalização econômica. Será nosso representante o parlamentar que aprovar leis para frear a Grande Substituição, particularmente pelo controle da imigração.

Nestas eleições, eu apoiei alguns poucos candidatos de apelo populista mais alinhados ao nacionalismo do que o político médio do estabilismo republicano. Ajudei Ron DeSantis e J. D. Vance, que venceram, como também Blake Masters e Joe Kent, estes ainda em situação incerta. Eu iria saudar uma onda vermelha de republicanos desse tipo. Eles merecem vencer. Talvez tenhamos mais candidatos dessa tendência mais afinada conosco nas eleições do ano que vem. Oxalá!

Em terceiro lugar, um tipo errado de onda vermelha seria ruim para os brancos. Sob Joe Biden, o dado positivo é que milhões de brancos foram levados à radicalização. Eles tomaram consciência de que a esquerda é um inimigo implacável buscando degradar, despojar e, finalmente, destruir a América branca. Ocorre, porém, que ainda não atinaram completamente no caráter traiçoeiro da fraca oposição republicana. Então, uma onda vermelha faria a nossa gente se sentir segura novamente. Seria como uma canção de ninar para que todos fôssemos dormir novamente. Com isso, o massivo processo de Transfusão Racial seguiria forte, mas agora sob uma nova direção republicana. Por outro lado, o fiasco da onda vermelha e a continuação do impasse partidário manterão a raiva dos eleitores brancos, conservando-os agitados e receptivos à nossa mensagem. Para os nacionalistas brancos, este é o melhor resultado possível no atual contexto.

A mais plausível objeção à minha posição sustenta que até os republicanos de que não gostamos podem ser úteis para nós no campo das guerras culturais, em relação ao aborto, por exemplo. Assim, se diz que, sem Mitch McConnell, Merrick Garland ainda estaria na Suprema Corte, e Roe vs. Wade [caso judicial da decisão que legalizou o aborto nos EE.UU. em 1973] não teria sido derrubado. Pois é… se bem que Garland possa parecer menos perigoso na Suprema Corte do que no Departamento de Justiça; além disso, não sabemos se a vitória de Roe foi positiva ou negativa para os republicanos nas urnas. De qualquer forma, esse tipo de discussão pode ser deixado de lado. Confesso que não ligo muito para a guerra cultural dos conservadores nas questões do aborto, dos travestis, das drag queens em bibliotecas… Os conservadores de cabecinha mais emoldurada combatem nessas frentes da guerra. Deixemos que invistam nisso seus recursos políticos. Nós devemos atacar problemas mais sérios. E um problema bem sério é a extinção da raça branca. Que diferença faria para nós, se houvesse ou não houvesse orações escolares e aborto legal no meio das raças escuras, legatárias do mundo de que teríamos desaparecido? Inversamente, mas pela mesma razão, no caso de os brancos se salvarem, suas lutas por causa de questões culturais como a do aborto continuariam de somenos importância, ainda que durassem cem anos.

O meu maior medo não é ser governado por malucos esquerdistas, que só podem precipitar o fim do sistema. Em vez disso, no pior dos meus pesadelos, os republicanos reprimem a criminalidade, logram sucesso na condução econômica, engajam-se nas batalhas culturais dos conservadores e convertem dissidentes em obedientes moleques de recado de fidelidade canina. Em consequência disso, na pior parte desse mesmo mau sonho e pressentimento, os republicanos dão continuidade à invasão migratória, consolidando o processo da Transfusão Racial, que se torna irreversível. A única coisa pior do que o caótico multiculturalismo da esquerda consiste no ordenado e estável multiculturalismo da direita. Este é o perigo que vemos na tendência cívica dos nacionalistas.

Até os melhores ou “menos piores” dos republicanos participam dessa tendência. Nossa posição em relação a eles deve estar clara. Nosso eventual apoio a este ou aquele dessa gente não decorre de nenhuma identidade de propósitos. Só os podemos apoiar na medida em que sirvam à consecução de nossos objetivos, não por causa do que eles são, mas apesar do que eles são, e sabemos que são pedra no nosso caminho. Não obstante, nossa voz recebe mais atenção deles nos debates políticos, podendo ser que contemplem nossas políticas contra o declínio demográfico branco. Estes seriam passos dados para a frente, vitórias genuínas e, ao contrário dos aceleracionistas, que apostam no caos como forma de “queimar etapas”, não acreditamos que ganhemos alguma coisa perdendo eleições. Só é ganhando que ganhamos. Em última instância, no entanto, nós nunca venceremos com os republicanos, por esta razão muito simples e vulgar: esses caras estão cagando e andando para os brancos. Eles nunca iriam criar territórios brancos ou recuperar as pátrias brancas. Esta tarefa compete aos nacionalistas brancos.

Se os americanos brancos tivessem um país que pudessem chamar de seu, é claro que iríamos defender a lei e a ordem, o patriotismo, políticas econômicas racionais, famílias e normas sexuais sadias — porquanto isso tudo faz um país mais forte. Quando alguém advogar esses valores, mesmo um republicano, deverá contar com a nossa aprovação verbal, é claro. Às vezes, merecerá até que votemos nele. Entretanto, não nos esqueçamos jamais de que os Estados Unidos se encontram submetidos à dominação antibranca. Nossos inimigos controlam o sistema agora. Até que possamos tomar o poder deles, tudo o que fortalecer o sistema irá nos enfraquecer.


Fonte: Counter-Currents. Autor: Greg Johnson. Título original: Why white nationalists don’t want a red wave. Data de publicação: 11 de novembro de 2022. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.