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Só um novo Estado russo poderá vencer a guerra

A Operação Militar Especial expôs os erros sistêmicos de nosso Estado e, na atual confrontação militar com a civilização ocidental, tais defeitos são fatais. Necessitamos de um novo Estado e de uma nova política. Que mudanças devemos fazer para que a Rússia vença a guerra? Vamos enumerar algumas propostas que têm sido feitas. Elas são as seguintes:

a) passar de um Estado autoritário para uma aliança do Estado com o povo, isto é, uma unidade orgânica entre ambos que nos permita superar a manipulação em favor da honestidade;

b) substituir o paradigma liberal pelo socialismo popular, favorecendo o apoio material ao setor público e aos mais necessitados;

c) desmontar o aparato do grande capital (a oligarquia) e entregá-lo às competentes empresas pequenas e médias (nacionalização da grande indústria);

d) deixar de lado o comércio de matérias-primas e substituí-lo pela economia do conhecimento e pela revitalização do mundo rural;

e) desagregar as grandes concentrações urbanas e repovoar as terras russas: devemos destruir as grandes urbes e voltar às pequenas cidades e comunidades rurais;

f) acabar com a impunidade e o favorecimento de burocratas corruptos e ineficazes mediante o princípio da meritocracia. (Urge entregar o poder a quem tenha demonstrado ser digno de seus cargos.);

g) passar de uma sociedade baseada em relações públicas para outra totalmente ideologizada: jornalistas devem defender aquilo em que acreditam em vez de fazer propaganda de conveniência casual;

h) repudiar a cultura do entretenimento em favor de uma cultura clássica formativa, edificante e filosófica;

i) compreender historicamente a nossa realidade: definir de forma precisa o lugar da Rússia atual no conjunto de toda a nossa história, com o devido reconhecimento à antiga Rus, ao Reino de Moscóvia, ao Império Russo e à URSS, mencionando episódios como o Tempo dos Problemas e a infame década dos anos noventas como desvios do caminho para o cumprimento de nossa missão;

j) proteger nossos valores tradicionais e erradicar tudo o que não tiver a ver com eles, confiando esta missão a pessoas capazes e não a simples gestores aleatórios;

k) construir uma sociedade solidária composta por,

uma classe espiritual que seja a bússula moral dessa sociedade;

uma classe de belatores como representantes de uma elite política e social (nova nobreza ou, se melhor assim, uma nomenclatura do partido);

trabalhadores honestos (aí incluídos os empresários) como representantes do homem comum;

l) criar uma elite intelectual russa independente dos paradigmas e estratégias da civilização ocidental;

m) retornar a uma sociedade tradicional com uma família forte e rechaço à interpretação secular, contratual e individualista do matrimônio.

Todos esses pontos, bastante evidentes, constituem as condições necessárias para a nossa vitória. Se não os tomarmos em conta e deixarmos tudo malparado como está, simplesmente estaremos nos condenando à derrota. O modelo de Estado anterior à guerra, relativamente eficaz, já não corresponde às necessidades históricas do contexto atual. A Operação Militar Especial deixou expostos os defeitos fundamentais de nosso Estado e, na presente confrontação militar com a civilização ocidental, tais defeitos são fatais. Necessitamos de um novo Estado e de uma nova política. O tempo urge. Creio que devamos fazer importantes avanços nessa direção durante o próximo ano [2023].

Se não for assim…

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Fonte: El Manifiesto. Autor: Alexander Dugin. Título original: Sólo un nuevo Estado ruso podrá ganar la guerra. Data de publicação: 15 de janeiro de 2023. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

Nota do editor de El Manifiesto:

Que pena! Como dói, num artigo tão extraordinário e importante como esse, ler palavras de homenagem, ainda que breves, à antiga URSS. A reverência é prestada àquela mesmíssima URSS em cujos campos de concentração estaria agora encerrado, se já não morto e enterrado, o rebelde de alta categoria que a homenageia, ou seja, o próprio Alexander Dugin.

Uma coisa é entender ou aprovar que a Rússia não cometa contra a URSS a damnatio memoriae que o Ocidente perpetrou contra o fascismo (e continua perpetrando: só lhes resta a reductio ad hitlerum como argumento para defender “a democracia liberal”). Isso é uma coisa. Outra coisa, e bem diferente, é enaltecer a URSS como cometimento dos mais gloriosos da história russa.

(J. R. P.)

Rafael del Moral: O futuro das línguas da Europa

By Rafael del Moral.

A força de uma língua está no número de falantes monolíngues que a mantém viva, como também na quantidade de estudantes interessados em aprendê-la, sem que ninguém os obrigue a isso. Esta demanda justifica a utilidade da língua.

Bruxelas envida esforços para estimular o plurilinguismo, buscando despertar nas pessoas a consciência dele enquanto ferramenta profissional e intercultural, bem assim como forma de preservar as culturas e assegurar sua subsistência. Investe cerca de 30 milhões de euros, anualmente, para promover o ensino de idiomas por meio de programas como o Sócrates e o Leonardo da Vinci, executados pelo Instituto Cervantes e outras instituições reunidas na rede Eunic (European Union National Institutes for Culture). Mais da metade dos europeus pode se entender, com desigual proficiência, falando duas das 24 línguas oficiais da União Europeia. O par mais frequente é formado por uma língua continental mais o inglês.

Devemos lembrar que a relação entre línguas e Estados nem sempre é biunívoca, ou seja, a um Estado podem corresponder várias línguas e vice-versa. Há línguas internacionais, como o espanhol e o francês; línguas nacionais, como o polonês e o húngaro; regionais, como o galês, o catalão e o bretão; locais, como o aranês e o corso. Há línguas decadentes, como o labortano e o suletino, que são variantes do vasconço, as quais aproximam-se da extinção; e há línguas moribundas, a exemplo do cassúbio, em dezenas de milhares de bocas, ou menos, no Norte da Polônia. Algumas línguas servem à comunicação familiar; outras, à vida social ou cultural, quase sempre as mais arraigadas na tradição educativa; outras, ao desenvolvimento científico; outras, ainda, muito poucas, servem a tudo isso ao mesmo tempo.

Nós chamamos as pessoas que falam uma língua própria mais outra adquirida de bilíngues. Causa certa estranheza saber que os europeus herdam duas línguas próprias: uma familiar e outra sociocultural. É o caso do galês que fala inglês, ou do siciliano que fala italiano durante boa parte de seu cotidiano. Esses, nós chamamos de ambilíngues, porque dois idiomas compõem seu patrimônio linguístico. O falante monolíngue, não obstante, serve-se de uma só língua na comunicação familiar, social, laboral, comercial e cultural.

Os falantes monolíngues são monolíngues porque herdaram línguas como o inglês, o espanhol, o francês, o russo, línguas que não precisam do apoio de nenhuma outra língua. Os falantes ambilíngues também contam com uma dessas línguas, porque sua outra língua não é suficiente. O falante de bretão sabe francês, língua também própria, para sair à rua. Este também é o caso do vasconço, que se completa com o francês, no Norte de seus domínios, e com o espanhol, no  Sul.

As línguas expandem-se e se contraem independentemente de qualquer controle, o que não chega a ser estranho. Os usuários buscam eficácia, as línguas que se lhes antojam mais promissoras sob tal aspecto ganham, naturalmente, seu interesse. As línguas que precisam de outras para ampliar a comunicação de seus falantes existem numa condição de submissão, obrigadas ao ambilinguismo, achaque irreversível que não acaba com a língua, mas empana o seu brilho.

Línguas insuficientes

A Europa está salpicada de línguas que vivem na boca de falantes que ampliam suas possibilidades de comunicação graças ao fato de disporem de outra, também própria. Línguas nas mais fortes condições de dependência são o vasconço, o catalão, o galego, o bretão, o galês, o siciliano, o sorábio, o cassúbio, o tártaro, idiomas de isoglossa tão curta que seus falantes utilizam com a mesma destreza o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, o alemão o polonês e o russo, respectivamente.

Dependência lamentável em relação ao inglês mostram o danês, o sueco, o norueguês e o islandês, línguas escandinavas presentes nos ambientes familiares, cívicos e sociais, mas não tanto nos meios culturais. Somam-se a esse grupo, pelas mesmas razões, o finês e, em grande medida, o holandês.

Algumas línguas de países da órbita da antiga União Soviética, como o bielorruso e o ucraniano, servem-se do russo. O estoniano, o letão e o lituano tentam se livrar do russo, não sem dificuldades, para se servirem do inglês como língua complementar. A população de etnorrussos coloca-se como pedra no caminho da transição.

As línguas centro-europeias cobrem as relações familiares, sociais e boa parte das culturais de seus falantes, mas não completamente. O que falta fica a cargo do inglês, língua de conhecimento obrigatório em distintos níveis. Elas são o polonês, o checo, o eslovaco, o esloveno, o croata e o sérvio, entre outras. Esses falantes de línguas eslavas mostraram-se todos muito afoitos em trocar o russo pelo inglês, o que também se passou com o romeno e o húngaro. O albanês e o grego também se incluem nesse grupo. Estas línguas contam com mais falantes monolíngues do que as do primeiro grupo e cobrem razoavelmente o seu entorno.

Línguas independentes

Cabe agora referir as línguas livres ou independentes da Europa, aquelas, pois, que mais e melhor têm garantidas as condições de sua sobrevivência e elas são quatro línguas neolatinas: o espanhol, o francês, o português e o italiano, além de uma eslava, o russo. Entre os seus falantes aparecem aqueles que em menor medida se servem do inglês em sua vida diária, ainda que o devam conhecer, nem que seja em nível elementar. E restam duas línguas germânicas também independentes, o alemão e o inglês. Esta última dispensa comentários. Os anglófonos, os mais monolíngues do planeta, alhearam tanto de outras línguas a ponto de esperar que todos se dirijam a eles em inglês.

Pode haver intervenção para manter mais ou menos vivas as línguas que se apoiam em outras, mas nem por isso elas passarão a ser línguas livres. Seu futuro está, pois, menos garantido, porque os falantes buscam o necessário e descartam o acessório de que não precisam.

Se levarmos em conta que a comunicação se unifica, naturalmente, com o ambilinguismo, fica fácil entender que só algumas quantas línguas restarão como ferramentas indispensáveis de seus falantes. Essas são as línguas que estarão na boca de 800 milhões de europeus.

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Fonte: El Manifiesto. Autor: Rafael del Moral. Título original: El futuro de las lenguas de Europa. Data de publicação: 13 de janeiro de 2023. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

 

Tontos podem sempre ficar mais tontos

Há alguns dias, foi em 8 de dezembro, o diário The Washington Post publicou artigo com o título “Why doesn’t Argentina have more black players in the World Cup?”, ou seja, “Por que a Argentina não tem mais jogadores pretos na Copa do Mundo?”. A autora é uma tal de Erika Denise Edwards, professora na Universidade do Texas, câmpus de El Paso.

Só pelo título do texto já se pode notar duas coisas. Primeira: a confirmação do que diz a letra do tango Cambalache: “qualquer um é doutor, qualquer um é senhor”. Segunda: a ignorância dos ianques a nosso respeito: eles não sabem nada sobre nós.

A autora, uma tonta, adjetivo que fica perfeito nela, não se inteirou de que, na Argentina, a lei do ventre livre data de 1813. Isto se deu, pois, 150 anos antes da aprovação de lei semelhante nos Estados Unidos. Ela não sabe que os pretos se mesclaram com os brancos, não sabe que dessa mescla surgiram os “morochos”. Esse tipo de simbiose foi tão notória que ainda se recitam nas áreas rurais os versos seguintes:

La desgracia de los negros no es tener la piel oscura

La desgracia de los negros es que quieren a las rubias.

A tal professora ignora que “Negro” é palabra afável na Argentina. Aqui os amigos podem se tratar de “negros”, como quando dizem “Está fazendo o quê, negro?” ou “Como vai, negro?”. Existe também a expressão “Negro de merda”, é verdade, mas os liberais é que se expressam dessa maneira e o fazem por referência ao povo peronista. Antigamente, esses liberastas chamavam os peronistas de “cabecitas negras”.

Na Argentina, não existe o problema racial que carcome as entranhas dos Estados Unidos. Se fôssemos acreditar no que vemos nos filmes americanos, seríamos levados a pensar que a população dos Estados Unidos tem a pele escura. A realidade é bem outra. Os negros lá não se caldearam com os brancos. O famoso melting pot não deu em nada. A teoria do crisol das raças não se confirmou. O tal cadinho não fundiu nada e acabou derretendo.

Por isso é que os antropólogos sociais de lá lançaram a teoria do multiculturalismo. Segundo esta, o povo não se pode conceber como uma grande maioria, mas sim como muitas pequenas minorias. Segue daí a política de transfusão racial que vai substituindo a antiga maioria dos brancos anglo-saxões protestantes por negros, hispânicos, italianos, irlandeses, árabes… Minorias e subminorias e minorias de subminorias sexuais também são promovidas (novas letras estão sempre sendo somadas ao legebetário: LGBTQIJX2…). Também minorias cosmológicas são muito bem recepcionadas no espírito da diversidade. Este é o caso, por exemplo, dos terraplanistas.

Nós formamos uma sociedade aberta, livre e contraditória. Vivemos suportando uma inflação anual de 100%. Nosso país tem a segunda maior planície cultivável do mundo, mas os pobres são metade da nossa população. Os recursos pesqueiros do nosso litoral estão entre os mais ricos do planeta. Evidentemente, temos também os governantes corruptos mais aladroados de todo o mundo. Além disso, sabemos que esses bandidos nunca verão o Sol nascer quadrado. Os negros não estão entre os nossos problemas. Nossas contradições são de outra ordem, que não envolve o conflito racial, felizmente.

De qualquer modo, há que reconhecer o interesse e a gravidade da temática racial. Aliás, eu quero fazer uma sugestão àquela tonta do The Washington Post. Proponho que ainda antes do fim da Copa do Mundo, se der tempo, ela publique um outro artigo de denúncia sobre a questão da discriminação racial, mas de perspectiva inversa. O título do libelo acusatório poderia ser este: “Por que a seleção do Congo não tem jogadores brancos?”.

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Fonte: BUELA, Alberto. Artículo breve [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <chauke.filho@yandex.com> em 13 dez. 2022. Autor: Alberto Buela (um arkegueta, aprendiz constante). Título original: Siempre se puede ser un poco más tonto. Telecorreio do autor: buela.alberto@gmail.com. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

O “putsch” de Reuss na Alemanha

Suponho que o leitor esteja informado dos estranhos acontecimentos que se passaram na Alemanha, recentemente, quando o príncipe Henrique XIII de Reuss e uma vintena de seus conspiradores foram detidos pela polícia política do regime dominante em Berlim. Toda a mídia do sistema dedicou suas manchetes ao suposto pronunciamento de um conciliábulo de radicais de direita empenhados em subverter a sublime ordem da República Federal da Alemanha, a qual serve de modelo para todas as democracias modernas.

Espanta, mas encanta, a reaparição na história do minúsculo e extinto Principado de Reuss, cuja linhagem foi fundada por Erkenberto, senhor de Weida. O imperador Henrique VI decretara que todos os descendentes varões dessa casa chamar-se-iam Henrique. Até o ano de 1300, esses príncipes, que dominavam Weida, Gera, Schleiz e Plauen, foram conhecidos como “Reussen”, ou seja, “Russos”. Isso se deveu ao matrimônio de Henrique de Plauen com Chwihowska, filha de Brzetislav IV Chwihovsky e da princesa ruríquida Maria. No século XV, passaram a ter assento no Colégio de Príncipes do Sacro Império Romano-Germânico como burgrávios de Mísnia. Algumas gerações depois, a casa de Reuss se dividiu em três ramos e conseguiu sobreviver a Carlos V, a Luís XIV, a Frederico o Grande, a Napoleão, a Metternich e a Bismarck. Até 1918, os príncipes de Reuss foram cabeças de gato [ou cabeças de rato, isto é, chefes menores, mas autônomos, por oposição a “colas de león”, ou seja, rabos de leão, metáfora do ditado espanhol para significar chefes menos autônomos de poderes maiores (n. do trad.)] do II Reich, quando seu pequeno Estado se dissolveu na Revolução de Novembro. Todas essas referências, eu as colhi do Almanaque de Gotha, mais confiável do que as tendenciosas e infectas Wikipédias da vida. Os meus familiares mais antigos e tradicionais me diziam que o melhor guia para o conhecimento das coisas da bonne compagnie [círculos sociais da nobreza], guia infalível mesmo, era o velho almanaque de Justus Perthes, o referido Almanaque de Gotha. Não duvido, eu sou fiel às palavras, tradições e preconceitos de meus antepassados. O pequeno problema é que o Gotha deixou de ser publicado na II Guerra Mundial e meus dados possivelmente estejam desatualizados. Melhor assim.

O caso é que, neste último mês, as redações de periódicos alemães começaram a receber informes da polícia política dando conta de uma operação secreta em curso contra um perigosíssimo núcleo de conspiradores, formado pelo príncipe Henrique e uma vintena de zelotes. Foi dado destaque especial à presença da juíza Birgit Malsack-Winkemann na célula subversiva. Ex-deputada do AfD [Alternative für Deutschland: Alternativa para a Alemanha, partido de direita da Alemanha (n. do trad.)], essa senhora foi representada como uma perigosa terrorista, uma Calamity Jane, una Monja Alférez, uma Bonnie sem Clyde, una Hanna Reitsch, uma espécie de Lara Croft. Apesar de um pouquinho avançada em anos, já quase na melhor idade, as credenciais que lhe confere seu conhecimento das artes marciais e da operação de comandos especiais, além de sua habilidade como franco-atiradora, capacitaram-na para tomar de assalto (sozinha!) o Bundestag, “informa” a mídia escrota do regime alemão. Nunca se viu uma trama tão bem ideada desde aquela do famoso Walter nos tempos de O Grande Lebowski. O plano era genial e só a traição de um delator pôde arruiná-lo: cerca de setenta macróbios alemães iriam tomar o controle de um país com 80 milhões de habitantes.

Claro que as perguntas não tardaram. O chanceler social-democrata Scholz não pode deixar de ser parabenizado por haver salvo a democracia alemã — e toda a Europa — de tão perigosa circunstância, mas algumas questões não foram bem explicadas. A primeira é que um segredo conhecido de todas as redações dos periódicos não é um segredo. Qualquer operação verdadeiramente grave é levada a cabo sob rigoroso sigilo, não é anunciada até no Bild. A polícia política do regime alemão cometeu falha grave ao dar tanta publicidade a uma diligência tão delicada. Por outro lado, um putsch de verdade, como aquele de Kapp (1920) ou Hitler (1923), se organiza com o apoio do exército, ou de parte dele, por questão bem simples: sem o apoio dos militares, qualquer intentona golpista está destinada a fracassar. Quando se tenta derrubar um regime pela força, o que não pode faltar é isso mesmo, ou seja… Força. Não que escasseassem militares na reduzida e seleta tropa do príncipe Henrique, na Agincourt particular do prince Harry de Reuss, mas eram velhos milicos já reformados e sem acesso a nenhum armamento mais pesado do que a barriga deles. Sem dúvida, a democracia europeia corre perigo de subversão violenta, haja vista a recente onda de atentados por carta-bomba aqui na Espanha e os golpes de Estado na Alemanha. Devemos, pois, reforçar os poderes da polícia secreta para vigiar a tresloucada militância da extrema direita. Em lugar de atacar os moinhos de vento do islamismo, o melhor a fazer é combater as odiosas realidades das conspirações soberanistas. Estas, sim, devem estar no centro de nossas preocupações como objeto de nosso mais veemente repúdio.

Curioso, também, é o pensamento do príncipe Henrique: conforme este aristocrata, o Principado de Reuss foi suprimido de forma ilegítima por um golpe de Estado (a Revolução de Novembro de 1918), e a atual Alemanha, além disso, não é Estado soberano, pois segue ocupada por seus vencedores ianques, que mantêm a enorme base de Ramstein (50 mil homens), além de outras em Ansbach, Pirmasens, Husterhohe, Weilimdorf e Wiesbaden. A situação colonial da Alemanha decorre do Tratado de Paris (1947), que impôs as condições draconianas da paz, quando já não havia nenhum Estado alemão independente com o qual negociar. A própria Lei Fundamental de Bonn renegava a soberania nacional e a cedia às potências ocupantes, no caso de existir um regime que não fosse do agrado dos vencedores.

A Alemanha que rechaçou há um século o Diktat de Versalhes assume hoje com íntima e firme convicção sua condição de escrava dos Estados Unidos. Um dos grandes erros de Stalin foi pensar em reconstruir a nação alemã, unida e neutra, depois da Guerra.. Nem os anglo-saxôes nem os seus lacaios, como Adenauer, um antigo separatista renano, estavam dispostos a isso. E continuam não querendo uma Alemanha livre. Nessas condições, o príncipe Henrique exige que se restaure um Estado alemão soberano, que lhe seja devolvido Reuss, e que se estabeleça um processo constituinte na Alemanha, concomitantemente ao estabelecimento de verdadeiro tratado de paz com as grandes potências.

Eis o verdadeiro crime do príncipe Henrique: desejar devolver a independência e a soberania à Alemanha. No momento em que Scholz sacrifica a indústria e o bem-estar dos alemães aos interesses dos Estados Unidos, alguém pode imaginar o impacto que pode ter a pitoresca negação da submissão teutônica aos interesses ianques? Não haverá alemães que agora perguntam por que devem sacrificar seu presente e seu futuro no altar dos objetivos puramente egoístas dos Estados Unidos? Não haverá alemães buscando entender o porquê de a Alemanha se encontrar desarmada, quando sofre guerra comercial de Washington, que lhe ataca com verdadeira sanha? Ainda que não seja mais a nação ganhadora dos prêmios Nobel, decerto haverá ainda alguns crânios dolicocéfalos na Alemanha, sobretudo no Leste, que possam conceber a arriscada ideia de recuperar a independência nacional e pôr abaixo o vergonhoso edifício social-democrata, cujo vigamento tem base nas crateras escavadas pelas bombas dos ocupantes ianques. Eles existem, sim, e parece que são cada vez mais numerosos. Essa é a chave para o entendimento do episódio que a mídia representa como estranho e atentatório, buscando demonizar o inofensivo e excêntrico príncipe Henrique. Trata-se de uma mensagem de advertência que o regime alemão manda para os patriotas e dissidentes mais sérios.

Fonte: El Manifiesto. Autor: Sertorio. Título original: El “putsch” de Reuss en Alemania. Data de publicação: 11 de dezembro de 2022. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

Extremismo judeu: a quinta-coluna

O perigoso extremismo de Israel não tem por fundamento nenhuma figura individual mais influente de sua política, não deriva de nenhuma eminência parda ou vermelha daquela sociedade, como bem escreveu Joshua Leifer no seu artigo intitulado Israel’s New Kingmaker Is a Dangerous Extremist, and He’s Here to Stay, publicado em The New York Times no dia 07NOV2022. Ao contrário de supostas fontes pessoais do ódio, o que existe em Israel como causa principal de seu extremismo é o próprio supremacismo judeu em si mesmo. Esta forma de dominação ramifica-se no corpo político de praticamente todos os países do Ocidente. O governo sujeito a tal controle acabou sendo designado pela redução já bastante conhecida de ZOG, ou seja, Zionist Occupied Government [acrônimo aportuguesado: “Zogue” (n. do trad.)].

A mídia zogue apregoa, ilimitadamente, que os Estados Unidos estariam infestados de terroristas da extrema-direita doméstica. No entanto, faltam evidências para a comprovação dessas afirmações, a não ser que se considere como “evidência” a palhaçada que se passou no circo que foi o “julgamento” daqueles envolvidos nos acontecimentos do 6 de Janeiro [de 2021] por seleta comissão parlamentar. O referido artigo do NYT indica claramente que, na verdade, o país mais coalhado de racistas, etnonacionalistas e terroristas domésticos de extrema-direita é Israel. Eles podem.

A esquerda liberal, buscando tocar o terror psicológico, alardeia, apoplecticamente, que Trump houvera encarnado o espírito de Hitler. Ao contrário disso, porém, e na mesma medida, os fatos vistos a maior distância temporal mostram que nunca houve a menor possibilidade de Trump dar uma de Hitler e agir como um führer. Trump não tem o genoma de um homem forte. Ele é só um vulgar narcisista representando o papel de demagogo que o zogue lhe determinou. O verdadeiro totalitarismo vem do acatamento dos democratas à “autoridade” dos judeus, determinados a destruir a nossa sociedade por suas despóticas políticas “plandêmicas” e seu absolutista marxismo cultural. A intenção deles é superar as limitações da nossa natureza, pelo que seu cajado segue nos tangendo para os horizontes mais distantes e amplos do transumanismo de seus sonhos molhados.

O artigo de The NYT refere que existe amplo acordo entre os judeus quanto à “necessidade” de “remover ou transferir os árabes para fora de Israel”. Em que isso difere do Acordo de Transferência de Haavara, nos anos trintas, que resultou da colaboração entre nazistas e judeus? Sem nenhuma evidência a seu favor, os gasistas do holocausto (perdoem o trocadilho) querem fazer crer que o esforço para expulsar os judeus da Alemanha terá consistido numa política de extermínio dos judeus. Ah! Essa é boa! Isso aí é só um típico caso de projeção (Freud explica). Na verdade, a agenda da expulsão e do extermínio é aquela que o Estado Judeu vem implementando há décadas, impiedosamente, contra os palestinos.

No intento de criar uma Nova Ordem Mundial, obediente ao seu próprio poder unipolar, que dele faria uma espécie de “rei da montanha”, o Ocidente deixou-se enganar pelos Governos sob Ocupação Sionista, que o levaram a se confrontar com outras duas superpotências: a Rússia e a China. Os Estados Unidos são a cidade que os supremacistas judeus estão destruindo, insidiosamente, pela desinformação de que a nossa salvação dependeria da derrota da Rússia. A nossa Nação e as nossas tradições democráticas estão sendo transformadas numa espécie de Palestina do Primeiro Mundo.

Vladimir Putin não é nenhum anjinho, mas muitos de seus compatriotas veem-no como o herói da luta épica contra a dominação ocidental do mundo. Com efeito, a Rússia desafia a hegemonia ocidental, colocando-se à frente do combate em defesa da visão eurasiana dos negócios mundiais. O chefe russo trata de recuperar a soberania dos Estados para nova organização do mundo, mais branda e inclusiva, conforme preconizam alguns dos maiores teóricos geopolíticos da Rússia.

Um deles é, por exemplo, o falecido Lev Gumilev. Respeitadíssimo acadêmico, ele foi o criador de uma notável teoria etnogênica. Esse etnogenista chegou à compreensão das causas que levam os judeus talmúdicos à condição de concitadores da destruição em qualquer lugar onde estiverem.

Outro brilhante intelectual, este bastante mais popular, é o filósofo e geopolítico Alexander Dugin. Ele dedica o seu trabalho à promoção da sociedade tradicionalista em oposição ao projeto globalista do Great Reset. As ideias de Dugin pareceram tão perigosas para os seus inimigos que eles o tentaram matar na explosão de um carro-bomba. Não conseguiram, mas a filha de Dugin (Darya Dugina) estava no carro e morreu no atentado, em 20AGO2022, na cercania de Moscou.

Outra grande figura é Sergey Glazyev, economista mundialmente reconhecido. Ele foi o criador de novo sistema monetário tendo por premissa a segurança, a estabilidade e a satisfação dos povos em condições internacionais de maior paridade. Buscando a multipolaridade como ideal, o grande economista desafia o sistema unipolar atual, dominado pelos bandidos ocidentais reunidos em máfias como a BlackRock e o World Economic Forum (WEF).

Na presente configuração internacional binária, é forçoso que estejamos alinhados com a Rússia, a China e o Sul Global, contra a agenda unipolar e totalitária que a etnocracia judaica tenta impor a todo o mundo. Ao longo de sua história, os judeus têm financiado ambos os contendores da luta política. Não está sendo diferente agora. Eles tentam romper alguns dos elos centrais mais fortes da corrente da resistência multipolar, ou seja, a Rússia e a China. Com o poder financeiro do aríete neoliberal, os sionistas tentam derrubar a muralha da China. Se o conseguem, o gigante amarelo estará sob sua influência. Essa possibilidade é assustadora. Os judeus vem agindo insidiosamente ao longo dos anos para transformar essa possibilidade em realidade. Um comentarista já observou que a China segue sendo envolvida como parte menor nos negócios do Poder Judeu. Ele diz que “Culpar a China sem ter em vista os judeus é o mesmo que ver Robin, mas não o Homem-Morcego”, fazendo uma brincadeira com coisa séria.

Conforme se esperava desde a abertura dos mercados chineses que fizera Kissinger, o país asiático encontra-se agora infestado de bandidos da banca, que esfregam suas mãos, ansiosos para agadanhar a vasta riqueza da China com que podem dominar o mundo. Os chefes chineses deixar-se-ão enganar por essa canalha? A China será a avenida por onde passará a elite de judeus organizada na BlackRock para ter acesso à Yellow BRICS Road? [trocadilho: a autora brinca com a antiga canção de 1973 “Goodbye yellow bricks road”, de Elton John (n. do trad.)]. Ou irá a China se valer da sabedoria taoísta para reconhecer os agentes talmúdicos no seu interior, por cujo disfarce fazem parecer que ali estão com o propósito de realizar o compadecido princípio judaísta do tikum olam?

Muitos não ocidentais tomam por correta a teoria etnogênica de Gumilev, segundo a qual os judeus sempre trazem más notícias para a humanidade. O judeu de menos elevado nível social — com quem os seus irmãos da elite não aceitariam nenhuma causa comum e, se assim ditasse os seus interesses, poderiam até empurrá-lo para debaixo de um ônibus — deve buscar alguma composição com os não judeus nesse que é um embate escatológico. Os judeus mais conscientes precisam, por exemplo, denunciar a difamante ADL [Anti-Defamation League, organização supremacista judaica (n. do trad.)] pela perseguição que move contra Kanye West e outros que se atrevem a rasgar o manto de silêncio sobre a vastidão e a profundeza do Poder Judaico.

Agora que o golpe de Estado tecnocrático da plandemia covidiana aproximou ainda mais o Povo Eleito do controle global, é de suma importância que os cidadãos do mundo, entre os quais podem estar os judeus não sionistas, saibamos da condição etnossocial que leva alguém a fazer o que fez Samuel Bankman-Fried [especulador e bandido “filantrópico” judeu (n. do trad.)]. Sem tal consciência — que a mídia hegemônica judaica ataca com a desinformação e a censura — estaremos todos “Fritos” [aqui, a autora brinca com mais esse trocadilho: Fried, o sobrenome do golpista judeu, em inglês, quer dizer “frito” (n. do trad.)]. Nós necessitamos, imperiosamente, compreender que a civilização e a própria natureza encontram-se sob extremo risco neste momento. O perigo vem das quintas colunas judaicas. Elas continuam a sonhar o velho sonho de dominar o mundo. E, aleivosamente, agem para transformar o seu sonho em realidade.

Fonte: The Occidental Observer. Autora: Esther Watcher. Título original: Exposing fifth-column extremism. Data de publicação: 26 de novembro de 2022. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

Os nacionalistas brancos não querem a onda vermelha

Até o momento em que escrevo, neste dia 11 de novembro de 2022, os Estados Unidos, tidos como a maior nação da Terra, ainda não foram capazes de dar por encerrado o escrutínio. Não conhecemos exatamente, pois, o resultado final das eleições de meio mandato deste ano. Mas…

Mas já podemos depreender, com clareza, duas coisas a respeito da disputa.

A primeira é que, mesmo participando das eleições, tínhamos consciência de que a definição do vencedor era questão irrelevante, porque os perdedores negariam legitimidade ao resultado, pois cada metade do eleitorado considera a outra metade perigosa demais para assumir o poder. Isto significa que o povo americano deixou de existir. Há, ao contrário, duas nações hostis — ou melhor, muitas nações hostis alinhadas umas contra as outras em dois blocos — compartilhando o mesmo território e governo, que se vão arrastando na direção da compreensão do que o futuro lhes reserva, ou seja, a alternativa entre a separação ou o conflito sangrento.

A segunda é que, como sabemos agora, não existiu nenhuma “onda vermelha”. Em vez disso, ambos os partidos emergiram da luta em condições de equilíbrio. E isto significa a continuação do impasse.

Essa situação nos parece muito ruim para os republicanos. Por outro lado, para os nacionalistas brancos, esse se mostra como o melhor resultado. Nosso parecer decorre das três razões de que tratamos a seguir.

Em primeiro lutar, os republicanos esperavam que pudessem ser levados de volta ao poder pela simples intenção retaliatória do eleitorado. Eles contavam com o voto contra os democratas motivado pela pravidade dos próprios democratas e, confiantes nesse voto negativo, não se interessaram em propor nada pelo voto positivo em favor de si mesmos.  Isto exigiria a coragem que lhes faltou para ir além dos limites da discussão “legítima” fixados pelo estabilismo politicamente correto, fora dos quais está o “escândalo”. Isto exigiria, também, assumir compromissos que eles não cumpririam depois. Ora, por que procurar sarna pra coçar, quando bastava esperar os votos da desforra, o poder e o cheque em branco com que fazer as coisas conforme a vontade dos financiadores? Por isso os republicanos escolheram candidatos do centro, gente moderada, que nem fede nem cheira. Concorreram pelos republicanos muitos não brancos, muitas mulheres e outros representantes da “diversidade”. Quem é que teria a santa paciência de ir a uma convenção republicana para assistir à escolha de um debiloide tatibitate do tipo de Herschel Walker [ex-jogador de futebol americano, negro] como candidato? Em resumo, a onda vermelha foi só mais um imbecil esquema partidário de suposta conveniência eleitoral. Isso não iria merecer o voto dos eleitores e não mereceu.

Em segundo lugar, o que os nacionalistas brancos exigimos de um candidato é que sirva os nossos interesses, que defenda o padrão branco em todas as áreas da política e da cultura, principalmente para deter e reverter o declínio demográfico branco. Um candidato nosso deve, no mínimo, ser capaz de introduzir as nossas questões no debate político, a exemplo do que fez Trump, ao questionar o valor da imigração e da globalização econômica. Será nosso representante o parlamentar que aprovar leis para frear a Grande Substituição, particularmente pelo controle da imigração.

Nestas eleições, eu apoiei alguns poucos candidatos de apelo populista mais alinhados ao nacionalismo do que o político médio do estabilismo republicano. Ajudei Ron DeSantis e J. D. Vance, que venceram, como também Blake Masters e Joe Kent, estes ainda em situação incerta. Eu iria saudar uma onda vermelha de republicanos desse tipo. Eles merecem vencer. Talvez tenhamos mais candidatos dessa tendência mais afinada conosco nas eleições do ano que vem. Oxalá!

Em terceiro lugar, um tipo errado de onda vermelha seria ruim para os brancos. Sob Joe Biden, o dado positivo é que milhões de brancos foram levados à radicalização. Eles tomaram consciência de que a esquerda é um inimigo implacável buscando degradar, despojar e, finalmente, destruir a América branca. Ocorre, porém, que ainda não atinaram completamente no caráter traiçoeiro da fraca oposição republicana. Então, uma onda vermelha faria a nossa gente se sentir segura novamente. Seria como uma canção de ninar para que todos fôssemos dormir novamente. Com isso, o massivo processo de Transfusão Racial seguiria forte, mas agora sob uma nova direção republicana. Por outro lado, o fiasco da onda vermelha e a continuação do impasse partidário manterão a raiva dos eleitores brancos, conservando-os agitados e receptivos à nossa mensagem. Para os nacionalistas brancos, este é o melhor resultado possível no atual contexto.

A mais plausível objeção à minha posição sustenta que até os republicanos de que não gostamos podem ser úteis para nós no campo das guerras culturais, em relação ao aborto, por exemplo. Assim, se diz que, sem Mitch McConnell, Merrick Garland ainda estaria na Suprema Corte, e Roe vs. Wade [caso judicial da decisão que legalizou o aborto nos EE.UU. em 1973] não teria sido derrubado. Pois é… se bem que Garland possa parecer menos perigoso na Suprema Corte do que no Departamento de Justiça; além disso, não sabemos se a vitória de Roe foi positiva ou negativa para os republicanos nas urnas. De qualquer forma, esse tipo de discussão pode ser deixado de lado. Confesso que não ligo muito para a guerra cultural dos conservadores nas questões do aborto, dos travestis, das drag queens em bibliotecas… Os conservadores de cabecinha mais emoldurada combatem nessas frentes da guerra. Deixemos que invistam nisso seus recursos políticos. Nós devemos atacar problemas mais sérios. E um problema bem sério é a extinção da raça branca. Que diferença faria para nós, se houvesse ou não houvesse orações escolares e aborto legal no meio das raças escuras, legatárias do mundo de que teríamos desaparecido? Inversamente, mas pela mesma razão, no caso de os brancos se salvarem, suas lutas por causa de questões culturais como a do aborto continuariam de somenos importância, ainda que durassem cem anos.

O meu maior medo não é ser governado por malucos esquerdistas, que só podem precipitar o fim do sistema. Em vez disso, no pior dos meus pesadelos, os republicanos reprimem a criminalidade, logram sucesso na condução econômica, engajam-se nas batalhas culturais dos conservadores e convertem dissidentes em obedientes moleques de recado de fidelidade canina. Em consequência disso, na pior parte desse mesmo mau sonho e pressentimento, os republicanos dão continuidade à invasão migratória, consolidando o processo da Transfusão Racial, que se torna irreversível. A única coisa pior do que o caótico multiculturalismo da esquerda consiste no ordenado e estável multiculturalismo da direita. Este é o perigo que vemos na tendência cívica dos nacionalistas.

Até os melhores ou “menos piores” dos republicanos participam dessa tendência. Nossa posição em relação a eles deve estar clara. Nosso eventual apoio a este ou aquele dessa gente não decorre de nenhuma identidade de propósitos. Só os podemos apoiar na medida em que sirvam à consecução de nossos objetivos, não por causa do que eles são, mas apesar do que eles são, e sabemos que são pedra no nosso caminho. Não obstante, nossa voz recebe mais atenção deles nos debates políticos, podendo ser que contemplem nossas políticas contra o declínio demográfico branco. Estes seriam passos dados para a frente, vitórias genuínas e, ao contrário dos aceleracionistas, que apostam no caos como forma de “queimar etapas”, não acreditamos que ganhemos alguma coisa perdendo eleições. Só é ganhando que ganhamos. Em última instância, no entanto, nós nunca venceremos com os republicanos, por esta razão muito simples e vulgar: esses caras estão cagando e andando para os brancos. Eles nunca iriam criar territórios brancos ou recuperar as pátrias brancas. Esta tarefa compete aos nacionalistas brancos.

Se os americanos brancos tivessem um país que pudessem chamar de seu, é claro que iríamos defender a lei e a ordem, o patriotismo, políticas econômicas racionais, famílias e normas sexuais sadias — porquanto isso tudo faz um país mais forte. Quando alguém advogar esses valores, mesmo um republicano, deverá contar com a nossa aprovação verbal, é claro. Às vezes, merecerá até que votemos nele. Entretanto, não nos esqueçamos jamais de que os Estados Unidos se encontram submetidos à dominação antibranca. Nossos inimigos controlam o sistema agora. Até que possamos tomar o poder deles, tudo o que fortalecer o sistema irá nos enfraquecer.


Fonte: Counter-Currents. Autor: Greg Johnson. Título original: Why white nationalists don’t want a red wave. Data de publicação: 11 de novembro de 2022. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

 

APRESENTAÇÃO

Os leitores da seção de língua portuguesa já conhecem as traduções de Chauke Stephan Filho. Este nosso colaborador traduziu vários artigos de alguns dos nossos articulistas de The Occidental Observer.

 

Temos o prazer da anunciar que, a partir de agora, Chauke contribuirá conosco também como articulista.

Chauke é dissidente político do regime vigente no Brasil, dominado pelas corporações judiciárias. Escrevendo de forma politicamente incorreta, não demorou para que fosse denunciado (anonimamente), investigado e indiciado por “ameaçar as instituições democráticas”.

Um tipo estranho de democracia existe no Brasil. Lá, a toga dos juízes serve de mordaça para silenciar os cidadãos de consciência  “criminosa”. E o “crime” consiste na recusa do pensamento único, em desacato à tutela judiciária imposta ao país.

Os editores de The Occidental Observer oferecemos à lusofonia os textos de Chauke Stephan Filho censurados no Brasil. Os artigos podem custar ao seu autor 25 anos de cadeia, conforme demanda no processo contra ele o Ministério Público Federal do Brasil, uma das tais “instituições democráticas”.

 Nós garantiremos a Chauke Stephan Filho a liberdade de expressão que lhe é negada na pátria dele mesmo. 

Atenção, agora: óculos de proteção e máscaras respiratórias devem ser usadas no ato da leitura, porque o texto exala o ácido de seu sarcasmo, tão forte que pode agredir os olhos e pulmões dos leitores. 

Chauke considera “modesto” o seu artigo, mas essa é mais uma ironia dele. 

Os defensores judeus da democracia contra a racista Lúcia Helena Issa

Chauke Stephan Filho *

 

O Estado Democrático de Direito tem grandes amigos e grandes inimigos. Os grandes amigos são os judeus e os grandes inimigos são os mesmos que têm os judeus por inimigos. Ambos os partidos batem-se em luta encarniçada. O combate corresponde àquele das falanges do Arcanjo de Deus contra as hostes do Grande Satã. Cada cidadão tem no ativista da militância sionista o anjo da guarda de seus direitos. Desses custódios espera-se a proteção contra a ação dos violadores da solidariedade social, expectativa que nunca se frustra, porque os judeus sabem que o preço da liberdade é a eterna vigilância e, esse preço, eles pagam. Não obstante a justa repressão exercida sobre os dissidentes da democracia, tais energúmenos recusam a socialização de suas consciências no sentido de fazê-las mais inclusivas, mais compatíveis com as regras do bem viver na comunhão das alteridades. Eles recusam a igualdade, rejeitam a convivência com aqueles a quem se julgam superiores, querem um Estado só deles, como se estivessem sozinhos nesta pátria comum de toda a Humanidade, que é a Terra. São egoístas, não cedem o seu território, não abrem mão de sua identidade, de sua cultura, de sua unidade excludente baseada em todo tipo de preconceito, ignorando que muito mais valor teriam a ganhar com a riqueza da diversidade. Então, em vez de se acalentarem junto a outros membros da grande família humana no morno seio da sociedade aberta, eles tentam cravar nele o seu punhal. Essa pesada carga de erros morais mazela a alma de Lúcia Helena Issa.

 

Mas, felizmente, nossos paladinos são fortes… e ricos. Suas fortalezas situam-se em muitas partes do mundo. As principais ficam na city londrina, em Wall Street, Francforte, Amesterdão e Bruxelas. Entretanto, em nenhum outro lugar do mundo mais se faz necessária sua presença civilizadora do que entre os bárbaros do Levante. Sim, porque justamente ali está um dos maiores focos da violência irradiada para o mundo. Único Estado democrático do Oriente Médio, Israel sofre o cerco dos inimigos da democracia, entre os quais os mais sanhudos e perigosos são os terroristas palestinos, religiosamente extremistas. A causa desses radicais tem seguidores no mundo todo. São terroristas que nem sempre não usam o fuzil, mas falam e escrevem para agredir judeus e outras minorias. Contra os seus ataques racistas, a democracia é para o judeu um escudo. Por isso cada Estado democrático encontra no judeu um aliado, um voluntário sempre disposto a combater o terrorismo verbal, como em Israel ele combate o terrorismo propriamente dito. No Brasil, eminentes personalidades judias cumprem o dever cidadão de censurar expressões odientas de góis insubmissos à ordem democrática, principalmente quando inspirados nos inimigos antissemitas de Israel. Assim é estimulada e complementada a ação repressiva estatal pela ação social judaica contra os inimigos da raça eleita e contra os inimigos do sionismo, ou seja, contra os inimigos do pacífico e progressista Estado Judeu, cujo armipotente Exército só mata em legítima defesa. De vez em quando, inevitavelmente, ocorrem danos colaterais na população civil antissemita, ferimentos, mutilações e mortes de palestinos não diretamente envolvidos na continuação do Holocausto. Quando isso acontece, os judeus choram… deploram as perdas palestinas ainda mais do que os próprios palestinos. A raiz de tão benigno comportamento é profunda, permeando a própria sexualidade judaica — o sexo, explicava Freud, é o motor de tudo. Nas linhas das Forças de Defesa de Israel, estão militares de todos os gêneros, de todos os tipos e subtipos havidos e por haver das orientações sexuais, cobrindo e ampliando cada vez mais todo o já largo espectro do legebetário (LGBTQI…). Livre e maravilhosa expressão da diversidade libidinal jamais poderia ser aceita num país islâmico, nem sequer em muitos países do próprio Ocidente. Israel está na vanguarda armada, cultural e política do Ocidente. O Estado sionista é uma das grandes sentinelas do Estado Democrático de Direito. O judeu encarna o espírito da liberdade. E luta contra os seus inimigos; contra, por exemplo, a sua inimiga Lúcia Helena Issa, que a seguir será apresentada com desprazer.

 

Com efeito, não bastou que fosse imposta a censura moderadora do Partido da Justiça com sede no Poder Judiciário. Também a ação corretiva das grandes empresas que tão sabiamente controlam as maiores redes sociais não foi suficiente para evitar excessos discursivos. Os grupos midiáticos nacionais tampouco mostram-se sempre capazes de garantir os limites da liberdade de expressão, que os odiadores insensatos de todos os extremos insistem em violar, não obstante a ação coibitiva de jornalistas como aqueles da Folha de São Paulo. Felizmente, contamos com numeroso conjunto de equilibrados censores judeus engajados na luta pelo uso sem abuso da liberdade de expressão. Atuando com autoridade política e moral por meio de muitas organizações influentes e articuladas, eles denunciam toda manifestação preconceituosa, todo conteúdo tóxico das consciências. Com isso nossos irmãos judeus prestam valioso serviço, que se compara à ação dos pais em relação aos filhos. Enquanto no seio de cada família os pais censuram suas crianças, no seio da sociedade os judeus censuram os adultos, cujos erros são muito mais graves e perigosos que os de crianças, como fácil é imaginar. Os censores de Sião reduzem quantitativamente a participação no debate público. Por outro lado, o embate dialógico ganha em qualidade, com mais civilidade, racionalidade, respeito à alteridade, ao direito, à ciência. Eis como o conflito entre as ideias não se transforma na guerra entre os homens.

 

Alguém já ouviu falar de alguma campanha de italianos, árabes ou japoneses contra o exercício irresponsável do direito à livre manifestação de pensamento ou opinião no Brasil? Só os judeus se prestam a isso! Só eles policiam os discursos à caça de manifestantes antidemocráticos. Só eles colaboram na tarefa de vigiar as consciências, de tutelar o pensamento político. Eis por que terão para sempre a gratidão de tantos. O conceito de discurso de ódio é criação deles e se destina a servir de defesa contra o desvirtuamento da liberdade de expressão, que não se pode transformar em liberdade de agressão. O discurso de ódio é todo discurso que os judeus odeiam. E ninguém como eles têm o direito ao ódio, pois do ódio foram as maiores vítimas. Os judeus odeiam o ódio. Eles estão entre os maiores amantes da paz, da diversidade, da inclusão, do ecumenismo, da imigração, de um mundo sem fronteiras, sem racismo, sem preconceitos, nazistas, fascistas, homofóbicos, odiadores em geral. Os filhos de Sião não só atacam os discursos de ódio, eles praticam o amor. Onde quer que se estabelecem, amam e são amados, principalmente na Palestina, onde transformaram desertos em jardins, prova de que, além de amar os homens de outras raças, amam também nossa Mãe Gaia. Povo abençoado! Povo eleito do Todo-poderoso. Povo tão justo, tão benévolo, quem poderia criticar? Criticar judeus só pode ser atitude de nazistas daquele pior tipo cinematográfico. O antissionismo não é questão social ou política, é caso de polícia. Felizmente, estando bem colocados nos aparelhos judiciário, acadêmico e midiático, os sionitas, sionistas ou não, formam e informam aqueles que no Ministério Público, na Polícia Federal e na própria sociedade civil irão combater quaisquer manifestações de antissemitismo.

 

A negação do Holocausto deve estar tipificada no código penal com grave crime. A memória de seis milhões de judeus que viraram cinza e sabão não pode ser espezinhada, não se pode fazer da dor do povo judeu o objeto de escárnio dos seus inimigos. Estes, à paz do sionismo, respondem com o ódio antijudeu. Quem nega o Holocausto quer vê-lo perpetrado uma segunda vez. A negação do Holocausto atende, no plano ideológico, ao mesmo fim que tinha Sadam com as suas armas de destruição de massa, felizmente denunciadas ao mundo por Jorge Bush. Ora, crimes ideológicos podem terminar em genocídio. Então, o que Bush fez pelo Iraque, Israel deve fazer pelo mundo. O Iraque recebeu de Bush e, por meio deste, dos próprios judeus, a democracia e a liberdade que hoje fazem do Iraque um país pacífico e próspero. Da mesma forma, para ali onde, em qualquer lugar do mundo, esteja armada a bomba da negação do Holocausto, Israel deve levar a sua paz. Sejam os filhos de Israel, nacionais ou estrangeiros em qualquer país, agentes da paz judaica, a ser imposta pelos aparatos repressivos e ideológicos dos Estados, usados como ferramenta. Silenciar as vozes do ódio é essencial para a democracia.

 

O poder censório não pode ser monopólio do Estado, não deve estar concentrado nos aparelhos do Estado. Grupos mais influentes da sociedade civil devem dispor de poder para censurar. A atuação censora de organizações judaicas representa avanço nesse sentido. Não é a letra da lei que lhes confere essa prerrogativa, é o seu espírito. Por que as maiores vítimas do racismo não poderiam combater racistas? E por que não o fariam por quaisquer meios necessários? Por que não poderiam as vítimas de um Holocausto que nunca termina censurar racistas? Eles podem e devem exercer a censura, porque deles é a boa causa, os bons ideais, o bom comportamento que se espera de cidadãos exemplares do Estado Democrático de Direito. Devem censurar, sim, e o fizeram recentemente, quando uma tal de Lúcia Helena Issa, racista antissemita e relacionista do terrorismo palestino, mentirosa e desequilibrada, proferiu blasfêmias contra o Sagrado Povo Judeu. Em seu assaque, dizia que judeus traficavam mulheres polonesas para prostituí-las em São Paulo e alhures, há 120 anos, e que o fariam ainda hoje. Essa mesma caluniadora, que se apresenta como jornalista, embora mal saiba escrever, vomitou ainda que o Estado Judeu fura os olhos de jornalistas palestinos e queima criancinhas palestinas vivas. Evidentemente um discurso desses não pode ter audiência pública entre cidadãos ordeiros e pacíficos do Estado Democrático de Direito. Que membro da OAB aceitaria uma coisa dessas? Que ministro do STF, em sã consciência, toleraria tal disparate? Que cidadão de bem? A manifestação explícita de racismo teve lugar no canal do Brasil 247, durante “entrevista” transmitida pela TV 247 no dia 20JAN2022. O que se passou, então? Judeus determinaram a imediata remoção do vídeo ao diretor do Brasil 247, Sr. Leonardo Attuch, que obedeceu e bloqueou o acesso do público ao arquivo escandaloso. O grupo Judeus pela Democracia, o primeiro a exigir a censura, reclamou, e com toda a razão, que a ordem de cancelamento passada a Leonardo Attuch foi cumprida “com certo atraso”. Não pode! Isso não pode acontecer. Nenhuma hesitação deve existir da parte daqueles que combatem o racismo, principalmente o racismo antissemita, mesmo porque são os judeus são os ideólogos e generais da guerra contra a discriminação racial.

 

A mídia impressa e televisiva goza de muita credibilidade, que não se pode perder com a participação de gente como a mal-amada Lúcia Helena Issa. A inocente útil do terror palestino também vomitou que tem orgulho de seu sangue árabe, o que por si só é manifestação do racismo branco. Felizmente essa mulher já terá sido denunciada pelo Ministério Público, e os advogados dos direitos humanos, sempre muito atentos na guarda da boa consciência necessária à palavra pública, haverão de extrair polpudos honorários dela, como de toda a gente que não pensa antes de falar. Os vocalistas do ódio devem tomar muito cuidado: quando a cabeça não pensa, o corpo sofre. E quem ligaria importância ao sofrimento de quem faz sofrer? Vidas racistas não importam! Figuras escrotas como Lúcia Helena Issa não podem falar. O discurso dela, o seu mau exemplo, não há de ter imitadores. A mídia deve educar, informar e formar para a inclusão, o multiculturalismo, a diversidade. Estas causas justificam a censura. A mídia é espaço para William Bonner, para o Min. Luís Roberto Barroso, para Anita e imitadores de foca, que divertem, que falam de coisas amenas, que pregam a solidariedade social, a igualdade, o respeito às máscaras, às vacinas, ao sionismo. Lúcia Helena Issa deve ser calada por uma questão de respeito à alteridade. O mundo é de todos, mas Israel é dos judeus. E, em qualquer lugar do mundo, o judeu exige e merece respeito. A censura é uma das formas de cobrar respeito. Outra forma é a das armas, empregada quando a primeira falha. De ambas os judeus sabem se servir muito bem. A racista Lúcia Helena Issa deve escolher de que forma prefere ser cobrada. Liberdade e paciência têm limites.

 

Os judeus figuram com brilhantismo inigualável entre os fundadores da Civilização Ocidental. Apesar disso, ou por isso mesmo, têm muitos inimigos. O ressentimento, a inveja, a consciência da própria inferioridade alimentam o ódio aos judeus. Estes, embora de origem superior, não fazem da superioridade o seu destino político, cultural, social. Antes, buscam a igualdade na diversidade, sobretudo no mundo ocidental. Neste se produziu o racismo por erros históricos que exigem reparação. Os judeus estão entre os que mais cobram essa dívida, principalmente da Alemanha, a qual se transforma num outro país, livrando-se do feio estigma de seu passado, quando nela havia muitos alemães, quando era muito branca, homogênea e racista. A nobreza do judeu, filho dileto de Jeová, machuca a antissemita Lúcia Helena Issa na sua vileza. Ela e as más companhias com que anda são de aspecto desagradável e comportamento agressivo. Os antissemitas têm a cabeça cheia de preconceitos, ideias antigas, antidemocráticas. Mentalidades desse tipo exigem reforma, devem ser modeladas no sentido de sua adequação à nova normalidade, ao recomeço numa nova ordem mundial muito mais livre, sem territórios, sem raça, sem sexo, sem nações, sem Estados, sem divisionismo, sem formas particulares de solidariedade social, sem exclusivismos, separatismos, sem Deus, mas cheio de imigrantes de diferentes culturas. Cada um será apenas cada um. E acima de cada um, apenas o céu de John Lennon, além da elite ilustrada, naturalmente rica, naturalmente poderosa, que sabe o que é melhor para todos e que pode ser judia e sionista — por que não? No mundo da novíssima aliança de Gaia, a nossa Mãe-Terra, divindade que o próprio Papa abraça, a gente maldosa, gente que ameaça a democracia, que se opõe aos direitos humanos, que não aceita mudar o gênero de crianças e vai a igrejas para tomar parte na celebração racista das missas, não terá vez.

 

O antissemitismo e a sua máscara chamada de antissionismo, o racismo em geral e outras formas de discriminação são crimes de consciência a cujos perpetradores deve ser dada justiça e escarmento. Como não poderia deixar de ser, a paz e a nova ordem social contam com aguerridos defensores no nosso Excelso Pretório. Ministros como Alexandre de Moraes e os circuncisos Luiz Fux e Luís Roberto Barroso tratam de silenciar as vozes dissonantes do consenso democrático. Outras instituições somam-se ao esforço para perpetuar as pirâmides judiciárias do Estado Democrático de Direito. Além dos editores sociais, somam-se ao Poder Moderador como duas de suas mais importantes agências a Ordem dos Advogados do Brasil e o Ministério Público. Destarte, a sociedade encaminha-se à situação ideal na qual cada um será vigia e denunciante da fala do outro, mesmo quando o outro for parte, mas não parcela, da própria família. A comunidade judaica pode ficar tranquila, porque grandes aliados e amigos abraçam-na para protegê-la de toda Lúcia Helena Issa que ousar elevar a voz contra tão proeminente grei.

 

Os circuncisos são reis coroados pela própria inteligência e pela vitória na guerra justa. Esses reis bem podem fazer, a qualquer de seus súditos ou inimigos, a pergunta que em outro contexto fizera outro rei: por que não se cala? Resta saber se Lúcia Helena Issa vai calar a boca ou vai continuar a cometer o crime de falar o que pensa.

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* Chauke Stephan Filho é natural da Capital de Mato Grosso (Cuiabá), Estado do Centro-Oeste do Brasil, onde nasceu em 1960. Graduou-se em Sociologia e Política pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ); em Português e Literatura pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); e pós-graduou-se em Educação pela Universidade de Cuiabá (Unic). Antes professor universitário de Sociologia Geral e dirigente sindical, dedica-se ao estudo teórico dos conflitos étnicos como servidor concursado da Prefeitura de Cuiabá, onde também serve como revisor.