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A verdade sobre o discurso de ódio


Uma lei contra o ódio antijudeu marca, geralmente, o começo do fim para os judeus.
(JOSEPH GOEBBELS. In: Diary — 19ABR1943) [1]

A palavra “Ódio” é uma palavra tão feia! E seu uso revela certa infantilidade. Ela evoca a imagem estereotipada de uma menininha de oito anos que briga com a coleguinha e diz para esta: “Eu não gosto de você, feia!”. Mais comumente, o termo conota pouca seriedade, quando alguém, por exemplo, diz “Eu odeio o Fluminense” ou “Eu odeio brócolis” etc. Tarefas desagradáveis também ensejam seu emprego, como em “Eu odeio limpar o banheiro”. E o préstimo do vocábulo “Ódio” pode vir de seu estimado efeito retórico. Mas seu uso na expressão “discurso de ódio” é uma bobice, uma infantilidade, e tal expressão não tem sentido formal. Nós podemos não gostar de alguém ou de algum grupo, podemos sentir repulsa de pessoas ou categoria de pessoas, podemos desejar manter distância deste ou daqueles de quem desgostamos. Mas, odiar? Ora, seriamente falando, que pessoa madura diria hoje, aberta e ansiosamente, a frase “Eu odeio você!” para alguém? Só gente muito insegura ou perturbada faria uma coisa dessas. Esse seria sinal de fraqueza.

E, no entanto, o ódio parece ser o éthos do momento. Mais especificamente, estamos como que presos numa câmara de ressonância onde a mídia de massa reverbera ad nauseam histórias sobre os “discursos de ódio”. A julgar pelas manchetes e pelo que dizem os comentaristas progressistas, o discurso de ódio poderia ser considerado o mais grave perigo da atualidade, a par do racismo e da famosa “supremacia branca”. Tratar-se-ia de ameaça mais séria do que a corrupção política, o terrorismo internacional, a pandemia, a instabilidade financeira, a degradação ambiental, a superpopulação ou o descontrole da tecnologia industrial. A maioria dos países europeus já adota medidas legais contra várias formas de discurso de ódio, ainda que incertamente definidos, bem assim o Canadá e a Austrália. Até mesmo nos Estados Unidos cresce a pressão para a adoção de sanções nesse mesmo sentido, não obstante a Primeira Emenda.

Eu tenho com toda essa questão um envolvimento muito pessoal. Muitos sabem que venho escrevendo de forma incisiva contra os judeus e outras minorias. Não é segredo que para mim o melhor é viver numa comunidade branca em uma nação branca. Eu não sinto nenhuma necessidade de me desculpar por nada disso. E, por isso mesmo, algumas pessoas acham que devem me chamar de “odiento”. Elas dizem: “Dalton odeia os judeus”, “Dalton odeia os pretos”, “Dalton odeia os latinos”… mas não é nada disso. Eu quero declarar, para deixar registrado aqui, que nada está mais longe da verdade do que isso que falam de mim. Eu não odeio ninguém. Eu posso não gostar de alguns tipos de gente, eu posso considerar que certas categorias sociais compõem-se de elementos de má índole e mau comportamento. Então, como é natural, vem-me o desejo de estar longe deles e de que sejam punidos; mas isso não quer dizer que eu sinta ódio deles.

Nestes nossos dias, as leis dispondo sobre “crimes de ódio” e “discursos de ódio” abundam. Eis por que isso tudo está a exigir explicação. Examinemos, pois, com mais vagar, essa questão.

Como recomenda a lógica, devemos começar por conhecer o objeto de nossa discussão. O que, exatamente, significa “odiar” [to “hate”]? A etimologia da palavra [inglesa] remonta a tempos muito antigos. Ela deriva do indo-europeu Kədes, por via do grego Kedos. Originalmente, e isso surpreende, significava apenas “sentimentos fortes”, mas de forma neutra, ou seja, sem conotação negativa. Com efeito, a palavra do irlandês antigo Caiss reúne o duplo sentido de amor e ódio. Mas o significado negativo emerge com o germânico Khatis (depois, Hass), daí o alemão Haat, que eventualmente derivou para o inglês Hate.

Nos dicionários, a definição mais consagrada é esta: “Intenso ou extremo desprazer, aversão ou hostilidade para com alguém ou alguma coisa”. Assim, a palavra tem conteúdo quase inócuo; eu posso odiar meu emprego, posso odiar aspargo ou o meu chefe. Mas o fulcro da questão não é esse. Estamos mais preocupados com o ódio enquanto mentalidade, especialmente quando orientado a grupos sociais ou orientado, cada vez mais, a certas ideologias privilegiadas.

Depara-se-nos nesta altura, entretanto, sério problema: o ódio é sentimento, e sentimentos são subjetivos, indelevelmente. Ora, qualquer coisa subjetiva não pode ser quantificada de forma objetiva. Ninguém pode dizer, com certeza, que “Dalton odeia X”. Só eu posso dizer “Eu odeio X”, precisamente porque eu estaria falando de mim mesmo, de sentimento meu. Se há alguma coisa de que não abro mão, é o princípio da minha absoluta soberania sobre os meus próprios sentimentos. Ninguém nunca irá me obrigar a sentir desta ou daquela forma alguém ou alguma coisa.

E mesmo se eu disser “Eu odeio X”, como poderia alguém saber se realmente sinto o ódio? Ninguém pode. Eu poderia estar sendo sarcástico, estar brincando ou fazendo uma provocação. Ninguém saberá meu sentimento real, a não ser eu mesmo — porque se trata de meu sentimento. Ninguém saberia do meu sentir, se verdadeiro ou fingido. (E será que isso teria importância?)

Conforme venho tentando demonstrar, o ódio desaparece na turvação da subjetividade, completamente inacessível aos outros, e não pode ser quantificado ou objetivado, razão por que não se pode assentar nele nenhuma tipificação penal — pelo menos nos processos com trâmite no tribunal da razão. Donde o correspondente conceito de “discurso de ódio”, visto como expressão do ódio, desmilinguir-se na transparência do ar iluminado pelo Sol da lógica. Tal conceito, do ponto de vista técnico, é incoerente, não serve de base para o direito. O que, como se sabe, não impede legisladores corruptos no mundo todo de reprimir a liberdade de expressão a pretexto de combater o “discurso de ódio”.

Os doutores da lei aplicam a mordaça por muitas e diferentes razões. Isto, eu explicarei a seguir.

Então, vejamos como eles tentam definir o indefinível. Aqui está uma interessante “definição” do discurso de ódio no Cambridge Dictionary: “[Discurso de ódio] é um discurso público que expressa ódio ou incentiva a violência contra pessoa ou grupo com base em alguma coisa como raça, religião, sexo ou orientação sexual”.

Essa aí é uma definição das mais problemáticas sob muitos aspectos.

Primeiro: quão público é o “público”? Se eu conversar com o meu vizinho, nossa comunicação é pública? Se eu me manifestar num locutório privado do ciberespaço, minha expressão será pública? E se eu conversar em voz alta com um amigo num xópin? E se uma mensagem minha de correio eletrônico para um colega for repostada num blogue? Uma correspondência dirigida a mais de meia dúzia de contatos deixa de ser inviolável? O princípio da inviolabilidade da correspondência só se aplica a mensagens escritas em papel? Questionamentos não faltam.

Segundo: a definição envolve as noções de “expressão de ódio” e “incitação à violência”. Estas são duas coisas completamente diferentes. “Expressão de ódio” é, como eu disse, uma expressão que não expressa nada, falta-lhe qualquer sentido funcional. O que transforma uma expressão qualquer numa “expressão de ódio”? Presumidamente, se eu digo “Eu odeio X”, esta frase indicaria ódio. Mas, o que mais? A frase “Eu, realmente, mas realmente mesmo, de verdade, não gosto de X” indicaria ódio? E que tal “Eu adoraria ver o cadáver de X”? E se eu desejasse que X ficasse gravemente doente, haveria ódio em meu coração? Se afirmo que “X é um escroto”, dou sinal de odiar? Tais questões mostram os problemas da pouca consistência da definição. A “incitação à violência” é noção pouco menos ambígua, mas ainda problemática. Quem poderia, por exemplo, julgar do propósito de “incitação”? Este é outro termo altamente subjetivo. E quanta violência seria necessário incitar para a tipificação do “crime”? Um bom safanão seria violento? Uma torta na cara? Uma rasteira em alguém? Causar “desconforto emocional” é violência? E o que dizer de um calote?

Terceiro: a definição não se refere à violência em si mesma, mas à violência “com base em alguma coisa como raça, religião, sexo ou orientação sexual”. Isto é muito estranho. O que a expressão “alguma coisa como” significa aí? Os critérios de qualificação são geralmente considerados imanentes à pessoa ou ao grupo (raça, gênero) — mas a religião e a orientação sexual podem mudar da noite para o dia, não são “coisas”, elementos materiais permanentes. Por isso, as qualidades levadas em conta não precisam ser intrínsecas, como seria o caso de marcas antropofísicas. Então, qual seria, precisamente, esse critério misterioso, essa “alguma coisa” tão crucial para toda a definição?

A questão aqui é que a noção de “discurso de ódio” dissolve-se completamente no vazio da subjetividade, assim como o próprio “ódio”. Em termos objetivos, não há sentido nisso aí. Assim, como tal conceito serviria de objeto sobre o qual aplicar a força da lei?

O figurino da ONU

Como se já não tivesse muito com que se ocupar na gestão do caos no mundo, a ONU agora diz estar “preocupadíssima” com a reiteração, que se vai ampliando, do discurso de ódio em todo o mundo. Recentemente, em maio de 2019, a ONU emitiu uma curta declaração intitulada “Estratégia e plano de ação contra o discurso de ódio.” Na tal declaração, consta a seguinte passagem:

Não existe definição internacional legal para o discurso de ódio, e sua discussão não é tranquila: a caracterização do que seja o “odiento” sofre contestação. Neste documento, a expressão “discurso de ódio” é entendida como qualquer tipo de comunicação verbal, textual ou comportamental que ataca ou emprega linguagem pejorativa ou discriminatória em referência a uma pessoa ou a um grupo, por causa do que é essa pessoa ou grupo — em outras palavras, por causa de sua religião, etnicidade, nacionalidade, raça, cor, descendência, seu gênero ou outro fator identitário. Isto tem por causa e consequência a intolerância e o ódio, podendo ser divisivo e aviltante em certos contextos.

As frases-chaves a considerar aí: “sua discussão não é tranquila” e “a caracterização do que seja ‘odiento’ sofre contestação” (obviamente); “qualquer tipo de comunicação verbal” (muito ampla); “pejorativa ou discriminatória” (altamente pejorativa e indefinida; e “por causa do que é essa pessoa ou grupo” (fatores intrínsecos na maioria, com exceção da nacionalidade e da religião).

A seguir topamos com este parágrafo de “explicação”:

Em vez de proibir o discurso de ódio em si mesmo, o direito internacional proíbe o incitamento à discriminação, à hostilidade e à violência. O incitamento é um tipo de discurso muito perigoso, porque ele, explícita e deliberadamente, tem por fim desatar a discriminação, a hostilidade e a violência, o que pode dar lugar ao terrorismo e a quaisquer atrocidades. O discurso de ódio que não chega ao limiar do incitamento não é alguma coisa cuja proibição o direito internacional possa requerer dos Estados.

Assim, o discurso de ódio por si só não deve ser proibido, mas sim um tipo especial de discurso de ódio: aquele que incita a violência. Em outras palavras, o que aí vai dito, aparentemente, é que a repressão só se deve abater sobre o pior do pior. Essa tese, eles iriam desenvolver e explicar pouco tempo depois.

Também é de notar que o prefácio da declaração revela a motivação profunda por trás dela. Logo no primeiro parágrafo constam referências ao “antissemitismo”, aos “neonazistas” e à tenebrosa “supremacia branca”. Essas expressões estão sempre presentes em qualquer discussão sobre o discurso de ódio, o que é estranho. Voltaremos a essa questão mais abaixo.

Mas a ONU, insatisfeita com essa declaração muito curtinha, publicou documento mais alentado, a “orientação detalhada”, de 52 páginas, com o mesmo título da declaração anterior. Na nova “orientação”, eles estabelecem três níveis de gravidade, ou seja, três tipos de discursos de ódio. Tais tipos distribuem-se numa “escala” decrescente da “quantidade” de ódio que “irradiam”, indo do tipo 1 ao tipo 3.

Então, a gradação fica sendo a seguinte: tipo 1: o pior tipo, implica “incitamento direto e público à violência” (incluindo o genocídio); tipo 2: de gravidade intermediária, consiste na zona cinzenta dos discursos de ódio, devendo ser reprimido “na medida do necessário e de forma proporcionada” com base em “objetivos legítimos”; tipo 3: um discurso sem restrição, livre porque legalmente lícito, mas pode ser “ofensivo, chocante ou perturbador”.

O tipo 1 dos discursos de ódio, no nível 1, o nível máximo de ódio (“incitação”), tem por base as condições seguintes, que também o determinam:

1. o contexto social e político;
2. o status do manifestante;
3. a intenção do manifestante;
4. a forma e o conteúdo do discurso;
5. o alcance da difusão;
6. o potencial ofensivo.

Para sua caracterização como de nível 1, o discurso de ódio deve atender a essa meia dúzia de quesitos. No seu conjunto, esses tópicos indicam relações sociopolíticas fortemente tensionadas, um manifestante de posição importante e influente na sociedade, com má intenção e estilo provocativo, dispondo de grande audiência e razoável capacidade de causar agravo. De novo, a identificação de um discurso de ódio de nível 1 deve apontar nele essas seis marcas. Os níveis 2 e 3 podem ter algumas das marcas ou nenhuma delas. Os seis critérios constam as páginas 17 e 18 da tal “orientação detalhada”.

Depara-se-nos ainda esta interessante admissão: “Os termos ‘ódio’ e ‘hostilidade’ devem ser entendidos como referentes a emoções intensas e irracionais de opróbrio, inimizade e antipatia para com o grupo-alvo” (p. 13). Ah, que grande alívio! Isso quer dizer que nenhum antagonismo a judeus ou outras minorias, desde que racional e não emocional (isto é, baseada em fatos) conta como discurso de ódio. Por conseguinte, nenhum estudioso, acadêmico ou qualquer pesquisador sério que disserte fundamentado em fatos, baseado em história, apoiado em inferências plausíveis pode ser acusado, sob nenhuma circunstância, de envolvimento com discursos de ódio. Eu estou salvo! Esta é uma grande brecha que os censores ideológicos não perceberam. Devemos ser capazes de usar essa ambiguidade em nosso favor.

Nós (alguns de nós, pelo menos) encontramos ainda mais alívio na página onde é dito que o discurso de ódio do tipo 3 (permitido) inclui não só manifestações “ofensivas, chocantes ou perturbadoras”, mas também compreende “a negação de eventos históricos, incluindo crimes de genocídio ou crimes contra a humanidade”. Segundo a ONU, a assim chamada negação do holocausto é um tipo de discurso de ódio admissível ou, pelo menos, não punível.[2] E na figura 4 [p. 15], eles vão ainda além, afirmando que o ódio do tipo 3 “deve ser protegido” como forma de liberdade de expressão. Essa é uma notável concessão. Ah, mas existe uma pegadinha: “a menos que tal forma de expressão também constitua incitação a hostilidade, discriminação ou violência nos termos do artigo 20 (2) da International Covenant on Civil and Political Rights”. Este documento, escrito em 1966 e vigente desde 1976, traz estas palavras no artigo 20: “Qualquer apoio público ao ódio nacional, racial ou religioso, implicando incitação a discriminação, hostilidade ou violência, deve ser proibido pela lei”. Então, parece que, por exemplo, discutir a “negação” do Holocausto (seja lá o que for isso) não seja proibido, contanto que se evite qualquer tipo de “incitação”. Assim, pois, poder-se-ia questionar a veracidade historiográfica do Holocausto sem nenhum problema, mas a expressão de opinião sobre esse delicado assunto exige muita cautela. Com efeito, não se pode cometer a indiscrição de falar daqueles que hoje promovem, exploram e lucram com a história convencional do Holocausto.

“Tudo tem a ver com os judeus, sempre!”

Ataquemos agora o busílis da questão. A hipótese de trabalho que proponho é esta: o discurso de ódio é uma criação de judeus que trata de judeus e serve a judeus. (Ai, ai, ai… será que serei denunciado?) O mesmo é dizer que as leis relativas ao discurso de ódio foram forjadas e promovidas por judeus, sobretudo para o próprio bem deles. Eu vou além: sustento que os judeus são os maiores professores e praticantes do ódio já vistos na história do mundo e que eles, melhor do que qualquer outra população, compreendem o poder do ódio. Além disso, eles aprenderam a projetar seu ódio sobre outros como forma de servir a seus próprios interesses, apelando à maquinação e à fraude. Passemos à exposição das evidências indicativas do acerto de nossa hipótese.

Vamos começar falando de breve história a propósito dos judeus e do ódio. Talvez o primeiro registro mais explícito nesse sentido tenhamos recebido de Hecateu de Abdera [historiador e etnógrafo grego], que escreveu o curto relato “Sobre os judeus” no ano 300 antes de Cristo. Desse escrito restaram apenas dois fragmentos. O mais importante deles reza que, em consequência do Êxodo, “Moisés introduziu um modo de vida, em certa medida, misantrópico (apanthropon) e hostil a forâneos”. [3] Causa algum choque saber que, mesmo em tempo tão recuado, já pesava sobre os judeus a má fama da misantropia, ou seja, fazia-se deles o malconceito de que odiavam a humanidade. O mesmo tópico ressurge em 134 antes de Cristo, quando o Rei Antíoco VII foi aconselhado a “destruir os judeus, porque era o só povo que recusava toda relação com outros povos e via todo o mundo como seu inimigo”. O consiliário do rei referiu ainda que “o ódio do judeu para com toda a humanidade contava com a sanção positiva de suas próprias leis.”[4] Não apenas se fazia notável o seu ódio, como também o fato de que era “o só povo” entre outros povos a carregar tanta negatividade. Pelo que parece, os judeus de há muitos séculos já se destacavam por seu ódio excepcional.

Vale a pena considerar com mais vagar a ideia de que o ódio judeu “contava com a sanção positiva de suas próprias leis” — sendo esta uma referência dos sábios helenos ao Velho Testamento. Nós sabemos, evidentemente, que os judeus veem a si mesmos como os “eleitos” do criador do universo: “Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, o seu tesouro, acima de todos os outros povos que há na Terra” (Dt 7,6). Aí está, pois: qualquer outro povo fica em segundo plano. Sabemos também que Deus teria agraciado os judeus com a condição de senhores das outras nações da Terra. O Livro do Êxodo afirma: “Nós [judeus] somos distintos […] dos outros povos na face da Terra” (33,16). Similarmente, a tribo dos hebreus é “o povo que habita sozinho e não se conta entre as nações” (Nm 23,9). No Deuteronômio (15,6), Moisés fala ao povo judeu: “Dominarás sobre muitas nações, porém elas não dominarão sobre ti”; ainda: “E todos os povos da Terra […] terão medo de ti” (28,10). Agora, em Gênese: “Que as nações te sirvam e os povos se curvem diante de ti” (27,29). No Deuteronômio, de novo, Deus promete aos judeus “casas cheias do que há de melhor, de coisas que não produziram, com cisternas que não cavaram, com vinhas e olivais que não plantaram” (6,11). E, fora do Pentateuco, nós podemos ler isto em Isaías: “Estrangeiros edificarão os teus muros, e seus reis te servirão […] E as tuas portas estarão abertas […] para que tragam a ti a riqueza dos gentios, e conduzidos com elas, os seus reis” (60, 10-11). Em Isaías, também: “Gente de fora vai pastorear os rebanhos de vocês; estrangeiros trabalharão em seus campos e vinhas. […] Vocês se alimentarão das riquezas das nações, e do que era orgulho delas, vocês se orgulharão” (61,5-6). O que não é tudo isso, senão misantropia explícita dos judeus, com a sanção “de suas próprias leis”? O conselheiro de Antíoco estava certo.

Acerca do ano 50 antes de Cristo, Diodoro da Sicília escreveu Biblioteca histórica. Nesta, na parte em que trata do Êxodo, o autor observa que “A nação dos judeus fez do ódio à humanidade a sua tradição” (34,1). Poucas décadas depois, Lisímaco registrou que a tribo hebraica fora instruída por Moisés para “não mostrar boa vontade a nenhum homem” e para “dar sempre o pior conselho” aos outros. E, nos primeiros anos depois de Cristo, o sábio greco-egípcio Apião notou a tendência que tem o judeu de “não mostrar boa vontade nem a um só forâneo, principalmente em se tratando de um grego”.[5] De novo, outra série de observações do ódio judeu para com a humanidade gentia pontua a história.

Porém, o mais perspicaz “discurso de ódio” dos antigos, nós o recebemos do historiador romano Tácito. Seus trabalhos Histórias (ano 100 depois de Cristo) e Anais (ano 115 depois de Cristo) trazem notas arrasadoras sobre a tribo dos hebreus. No primeiro, os judeus são retratados como “uma raça de homens que devota ódio aos deuses” (genus hominum invisium deis, V. 3). Mais adiante, ele assinala que “Os judeus são extremamente leais uns com os outros e sempre se mostram compassivos entre si, mas só sentem ódio e hostilidade (hostile odium) ante qualquer outro povo” (V. 5). Entretanto, suas mais famosas linhas estão no segundo desses trabalhos, Anais. Aí ele trata do Grande Incêndio de Roma, em 64 depois de Cristo, e da reação de Nero diante do sinistro. Nero, diz Tácito, atribuiu parte da culpa a cristãos, mas também aos judeus — “um tipo de gente detestável por seus vícios”. Os judeus “foram condenados não tanto pelo incêndio quanto por seu ódio do gênero humano” (odio humani generis, XV. 44). Este era, isso fica claro, o fator decisivo para Tácito como para toda a urbe romana: o odio humani generis dos judeus, ou seja, o ódio criminoso que tinham pela humanidade, sentimento de que o mundo só estaria livre com a proscrição ou extinção dos judeus.

Podemos parar por aqui em relação à Antiguidade. A citação poderia continuar, mas o recado está dado: o mundo antigo via os judeus como extraordinários cultivadores do ódio.

Se fôssemos continuar, citaríamos, por exemplo, Lúcio Flávio Filóstrato (c. 170-250): “Os judeus sempre estiveram rebelados não só contra os romanos, mas também contra toda a humanidade”; ou Porfírio de Tiro (c. 280), filósofo fenício da Síria romana: “Os judeus são inimigos impiedosos de todas as nações”; mas continuar seria supérfluo: a advertência necessária para uma discussão bem informada era essa.

Importa acrescentar que o tempo não mudou a imagem do judeu na Europa. Assim como visto na Antiguidade, o judeu era visto no Renascimento e na Reforma. E como visto há quinhentos anos, assim o judeu é visto na atualidade. O monumental trabalho de Martinho Lutero Sobre os judeus e suas mentiras (1543) traz esta passagem: “Agora, podeis ver quão estranhas crianças de Abraão os judeus realmente são, quão parecidos com o diabo, seu pai, eles são; pois é, vede que ‘belo’ povo de Deus eles são. Eles se vangloriam de sua origem física perante Deus, eles se gabam da nobreza do sangue que herdaram de seus antepassados, eles desprezam todos os outros povos”.[6] Dois séculos depois, por volta de 1745, Jean-Baptiste de Mirabaud escreveu que “Os judeus […] eram odiados porque odiavam outros homens”.[7] E há ainda o verbete de Voltaire sobre os judeus no seu famoso Dicionário Filosófico. Lá está escrito o seguinte:

Com certeza a nação judaica é a mais singular já vista na história do mundo e […] a mais desprezível de todas sob perspectiva política. […] Fala-se, comumente, que a marca da abominação que os judeus enxergam em outras nações tenha origem na sua aversão à idolatria; não me parece ser esse o caso. Muito mais provavelmente, seu insopitável ódio proceda da guerra de extermínio que moveram contra algumas das tribos de Canaã e do horror deles suscitado nas nações vizinhas. Como eles não conheciam outras nações além daquelas de sua vizinhança, acabaram por generalizar sua inimizade, expandindo sua repugnância pela Terra toda, com o que acabaram incorporando ao seu caráter a condição de inimigos de todos os homens. […] Em resumo, eles não passam de um povo ignorante e bárbaro, que aliou a mais sórdida avareza com a mais detestável superstição e o mais irrefreável ódio por todo povo que os tenha tolerado e enriquecido.[8]

O historiador inglês Edward Gibbon, em seu clássico trabalho de 1788, Declínio e queda do Império Romano, escreve o seguinte:

Os judeus […] emergiram da obscuridade […] e se multiplicaram de forma surpreendente […] A sombria obstinação com que mantiveram seus peculiares ritos e modos misantrópicos parece tê-los marcado como distinta categoria humana, que destemidamente professava ou sutilmente disfarçava seu implacável ódio do resto da espécie humana.[9]

Uma observação similar deixou-nos o filósofo alemão Johann Fichte em 1793:

Por quase todos os países da Europa alastra-se poderosa e hostil grei engajada em perpétua guerra contra os seus Estados, em muitos dos quais impõe terríveis cargas sobre seus cidadãos: trata-se da judiaria. Eu não acho, como espero mostrar adiante, que os judeus sejam temíveis pelo fato de formarem um Estado forte e separado, mas sim pelo fato de ser esse um Estado fundado no ódio que eles têm de todas as raças humanas […].[10]

Quem são, afinal, os maiores odiadores da história? A esta altura, essa não é uma pergunta de difícil resposta.

Particularmente chocantes são as palavras de Nietzsche. Uma longa série de comentários negativos sobre os judeus começou em 1881 com o seu livro O amanhecer do dia. Aí (seção 377) ele observa que “O mandamento ‘Ame seu inimigo’ tinha mesmo de ser inventado pelos judeus, que são a grege mais odienta que já existiu”. Assim, vê-se que os judeus são realmente insuperáveis no que diz respeito a sua aptidão para o ódio. Doutra feita, em A gaia ciência (1882), Nietzsche escreve, sarcasticamente, que os judeus são, de fato, a grege “especial”, porquanto “entre os demais povos, são eles os que desprezam o ser humano da forma mais profunda”. (seção 136)

Entretanto, Nietzsche deu a lume ainda mais marcante discurso no seu trabalho de 1887, A genealogia da moral. Neste livro, o filósofo oferece detalhada análise do ódio, visto de perspectiva judaico-cristã. Ele diz, em resumo, que o ódio judeu mostra-se mais claramente nos meios religiosos, entre rabinos e devotos. Sancionado por Deus, o ódio sacerdotal é o mais intenso e profundo; trata-se do ódio daqueles sem poder tangível. O ódio judaico, então, metastasiou-se pela Cristandade, tomando a forma nominal de seu antônimo, ou seja, o amor. O primeiro texto do livro é magistral dissertação da literatura e da filosofia. Confira na longa citação abaixo:

Como se sabe muito bem, os sacerdotes são os mais temíveis inimigos — mas por quê? Porque são eles os que menos poder têm. Da acracia deles, o ódio emerge como alguma coisa imensa e terrível, manifestando-se como veneno do espírito. Os odiadores realmente grandes na história mundial, aqueles que odeiam da forma mais espiritualizada, têm sido os sacerdotes. Em comparação com o ódio religioso que alimenta o espírito da vingança, outras expressões de antipatia nem merecem consideração.

Consideremos, brevemente, o maior exemplo disso aí. Tudo o que na Terra tenha sido feito contra “os nobres”, “os poderosos”, “os dominadores”, “os governantes” não se compara com o que os judeus perpetraram contra eles: os judeus, povo religioso, soube tirar a desforra final de seus inimigos e conquistadores, transformando radicalmente os valores de seus subordinadores, subvertendo sua cultura, — ou seja, os judeus vingaram-se espiritualmente de seus antigos senhores. Só um povo religioso seria capaz disso, quando tomado do mais profundo e represado desejo de vingança religiosa. Contrariamente à equação dos valores aristocráticos (bom = nobre = poderoso = belo = feliz = amado de deus) e com admirabilíssima consistência, os judeus ousaram empreender a inversão das coisas e à ordem virada ao avesso aferraram-se com unhas e dentes afiados pelo mais intenso ódio, o ódio daqueles sem poder […]. (seção 7)

Você não consegue entender isso? Você não tem olhos capazes de enxergar algo que levou dois milênios para se formar e emergir para a vitória? […] Não é de estranhar: todas as coisas muito prolongadas são de mais difícil percepção e avaliação. Entretanto, isto foi o que aconteceu: do tronco da árvore da vingança e do ódio, do ódio judaico — o mais arraigado e mais sublime ódio, isto é, o ódio que cria ideais e transforma valores, coisa nunca antes vista na Terra — desse tronco brotou algo extraordinário, um tipo de novo amor, o mais profundo e mais sublime dos sentimentos de amor: — de que outro tronco poderia ele desabrochar?

Entretanto, não se deve pensar que esse amor tenha consistido, essencialmente, na negação daquela sede de vingança, no oposto do ódio judaico! Não. O que se passou, de fato, foi o inverso. O novo amor surgiu desse ódio enquanto coroamento dele, como a própria coroa do ódio — coroa vitoriosa que se expande mais e mais, dotada do mais puro brilho de um sol — e buscava, por assim dizer, o reino da luz e da elevação, o objetivo daquele ódio, na ambição de vitória, troféus e sedução, com a mesma urgência com que as raízes daquele ódio cravavam-se tenazmente nas entranhas de tudo o que fosse maligno e profundo. Jesus de Nazaré, o evangelista vivo do amor, o “Salvador” que traz santidade e vitória para os pobres, doentes e pecadores — não era ele a própria sedução na sua forma mais terrível e irresistível, sedução e desvio para, exatamente, aqueles valores judaicos e ideais subvertidos? (seção 8)

Desta perspectiva, o “amor” cristão forma-se do ódio judaico, como se forma a copa das árvores de suas raízes. Os judeus (e Paulo, especificamente), os odiadores-mores, os fautores daquele que é o “mais profundo e mais sublime ódio” já visto na história da humanidade, eles criaram a ideia de um “salvador”, que ama todos os seus “irmãos” neste e no “outro” mundo. Assim o fizeram para encobrir seu ódio anti-humano e fazer parecer atraente a visão de mundo de inspiração judaica — a visão do homem-deus (Jesus), do Jeová todo-poderoso, do céu e do inferno. Estes destrutivos e niilísticos “valores e inovações” só poderiam ser impostos a uma humanidade odiada. O cristianismo foi, portanto, a maior manifestação do ódio judeu e a maior de todos os tempos.

Na seção 16, Nietzsche resume a sua tese assim:

Em Roma, o judeu foi considerado “culpado de ódio contra toda a raça humana”. E essa sentença estava correta, porque é correto ligar o bem-estar da humanidade futura à vigência incondicional dos valores aristocráticos, o mesmo é dizer valores romanos.

Esses niilísticos valores cristãos — baseados num mítico Deus e numa desconhecível e decerto inexistente vida no mundo do além — tiveram por efeito minar e, por fim, deslocar os superiores valores greco-romanos, que floresceram durante 800 anos e criaram as fundações de toda a Civilização Ocidental. A esta altura, somente a derrubada do judeo-cristianismo e o retorno aos valores clássicos e aristocráticos poderão salvar a humanidade. As palavras entre aspas na citação anterior são aquelas de Tácito, referidas antes, é claro.

Não podemos deixar A Genealogia… sem mencionar rapidamente a fascinante e jocosa alegoria sobre o ódio que faz Nietzsche na seção 13. Nessa passagem, ele compara a condição dos baixos odiadores (judeo-cristãos) com aquela dos fortes e nobres aristocratas (romanos). Os judeus e cristãos são assimilados a cordeirinhos; e os nobres aristocratas, a algum tipo de repulsivo predador (Raubvogel), tal qual uma águia. Os filhotinhos de carneiro pastam inocente e pacificamente no campo, mas vivem sempre no temor do predador, que pode, num átimo, descer do céu e arrebatá-los para cima. Os fracos anhos são odiadores; eles odeiam as aves de rapina. Mas as nobres águias são seres que não abrigam nenhum ódio. Nietzsche explica isso da seguinte forma:

Mas voltemos à vaca fria: o problema com a outra origem do “bem”, do homem bom, segundo a mentalidade da pessoa ressentida para servir a si mesma como justificação de sua condição. Para começo de conversa, o fato de os cordeirinhos ficarem transtornados sob o olhar das grandes aves predadoras não tem nada de estranho, e ninguém pode falar nada contra os caçadores alados só porque capturam os pequenos ovinos. As presas decerto fariam o seguinte comentário: “Essas aves rapinantes são malignas, e qualquer animal sem a mínima semelhança com elas, sobretudo algum que fosse o contrário delas, um cordeiro, por exemplo, esse animal não seria um animal bom?”. Não há nenhuma falha a ser apontada na instauração desse ideal, a não que as águias, olhando lá de cima para baixo, veriam os animaizinhos de forma um pouco sarcástica e talvez dissessem assim, mais ou menos, para si mesmas: “Esses bons cordeiros não nos causam nenhuma irritação. Na verdade, nós os amamos. Nada é mais saboroso do que a macia carne de um cordeiro”.

Os nobres não odeiam; eles governam e dominam. Só os fracos odeiam. Os odiadores fracos procuram, além disso, retratar os bravos e bem-nados da pior forma possível: “maldosos,” “matadores”, “pecadores”… Mas isso é ridículo, evidentemente. O comportamento dos fortes é aquele adequado à sua natureza. Os odiadores podem, então, tentar confundir os fortes, fazê-los mudar de conduta, torná-los “fracos” e “bons” como os próprios odiadores. Ocorre que isso seria mortal para os fortes, assim como consumir grama — tão apetitosa para um anho — seria mortal para as águias. Nietzsche enfatiza esse ponto:

Sem surpresa, o sentimento reprimido de raiva e de ódio que fervilha reconditamente nos fracos tem com essa crença relação que lhe serve muito bem, pois com isso os fracos passam a acreditar com fé incomparável na ideia de que os fortes são livres para serem fracos e as aves de rapina são livres para serem cordeiros. Isso tudo corresponde a uma situação na qual os fracos arrogam-se o direito de culpar as aves de rapina por serem aves de rapina.

Hoje, os odiadores fracos e inferiores — os judeus, os cristãos de inspiração judaica e os lacaios dos judeus que pululam na mídia — envidam grandes esforços para convencer os fortes e nobres de que eles são malignos, intolerantes, racistas, supremacistas…. E, no passo que avançam para a vitória, a humanidade nobre recua para o abismo, que é a catástrofe de sua extinção. Nós devemos resistir ao avanço deles com todo o nosso poder.

Os discursos de ódio no século XX

Dotada de riqueza cada vez maior, de poder financial, e com a longa experiência histórica de 2 mil anos que lhe aperfeiçoou o sentimento e a prática do ódio, a judiaria organizada começou a postular a adoção de sanções legais contra os seus oponentes. Com a torrente imigratória judaica na passagem para o século XX, talvez não deva surpreender que a advocacia judaica tenha se empoderecido e se apoderado dos EUA. Nas duas primeiras décadas, surgiram grandes grupos de apoio aos judeus, incluindo o American Jewish Committee (1906), a Anti-Defamation League (1913), o American Jewish Congress (1918) e a American Civil Liberties Union (1920). Todos esses grupos eram, de facto, bancas criadas para dar combate ao discurso de ódio, embora ainda não existisse o arcabouço legal correspondente naquela época. O foco deles estava na assim chamada “difamação de grupo” [group libel], um novo tipo penal inventado especificamente para favorecer interesses judaicos.

Entrementes, além do oceano, no território que seria a União Soviética. os judeus faziam ainda maior progresso. O ascenso dos bolchevistas judeus por volta de 1900, incluindo Leon Trotsky e o quartum judeu Vladimir Lenin, levou nova preocupação relativa ao antissemitismo para o Império Russo. Quando eles tomaram o poder na Revolução de Fevereiro de 1917, logo passaram a agir com o objetivo de melhorar as coisas para os judeus. Pinkus (1990) explica que esses bolcheviques “promulgaram um decreto anulando todas as restrições legais aos judeus” em março de 1917.[11] Ele acrescenta isto que não chega a ser nenhuma novidade: “Mesmo antes da Revolução de Outubro [1917], Lenin e o Partido Bolchevique eram contrários ao antissemitismo. Lenin atacou-o severamente em várias ocasiões”. Já em julho de 1918, o Conselho dos Sovietes publicou decreto (embora sem cominação) afirmando que “o movimento antissemitista e os pogrons contra os judeus são ameaça mortal contra a Revolução” e que todos os trabalhadores soviéticos estavam convocados “para lutar contra essa praga com todos os meios possíveis”.[12] O próprio Lenin continuou a insistir na propaganda pró-judaica; numa alocução notável em março de 1919, ele dizia:

O antissemitismo significa disseminar a animosidade em relação aos judeus. Quando a maldita monarquia czarista vivia seus últimos dias, ela tentava incitar os camponeses e operários ignorantes contra os judeus. A polícia czarista, de maranha com os terratenentes e os capitalistas, organizava pogrons contra os judeus. Esses senhores da terra e capitalistas buscaram desviar o ódio de trabalhadores e camponeses, torturados pela privação, na direção dos judeus. […] Justamente os mais oprimidos e ignorantes são os que acreditam nas calúnias e mentiras que se contam sobre os judeus. Isto é uma sobrevivência dos tempos medievais, quando os padres queimavam hereges presos a um pau, quando campônios viviam na escravidão e quando as pessoas eram esmagadas e não podiam se expressar. Essa ignorância antiga, feudal, está ficando para trás; os olhos do povo estão sendo abertos.

Não são os judeus, os inimigos do povo trabalhador. Os inimigos dos trabalhadores são os capitalistas de todos os países. Entre os judeus encontram-se trabalhadores e são a maioria. Eles são nossos irmãos e são oprimidos pelo capital, assim como nós; eles são nossos camaradas na luta pelo socialismo. […] Infame é o maldito czarismo, que perseguiu e torturou os judeus. Infames são todos os que fomentam o ódio contra os judeus e outras nações.

Quando Joseph Stalin (não era judeu) ascendeu ao poder nos anos vintes, ele julgou interessante o expediente de continuar cooperando com os judeus soviéticos e, de forma geral, ele lhes defendeu a posição. Em consequência disso, aquela década foi uma espécie de “idade de ouro” para os judeus; aquele tempo assistiu à ascensão de tipos como Lazar Kaganovich, Yakov Sverdlov, Lev Kamenev, Karl Radek, Leonid Krasin, Filipp Goloshchekin e Yakov Agranov — todos judeus de alta posição na hierarquia soviética.[13] Em parte devido ao domínio do governo pelos judeus, o antissemitismo continuava sua percolação nas massas russas. Deu-se então que, “em 1927, foi decidido que medidas drásticas seriam tomadas para combater o antissemitismo”.[14] Várias formas de propaganda foram empregadas, incluindo livros, panfletos, peças de teatro e filmes; a campanha publicitária culminou na severa responsabilização penal daqueles acusados de ódio antijudeu, que podiam ser até sentenciados à pena de morte. Em escrito de 1931, Stalin confirmou isso:

O antissemitismo é vantajoso para os exploradores, serve-lhes de para-raios para desviar as descargas da classe operária contra o capitalismo. O antissemitismo é perigoso para a classe operária, é um falso caminho alternativo que a afasta da direção correta e a conduz para a selva. Por isso os comunistas, enquanto internacionalistas consistentes, só podem ser inimigos jurados, irreconciliáveis do antissemitismo. Na URSS, a lei comina pena extremamente severa contra o antissemitismo, por se tratar de fenômeno profundamente hostil ao sistema soviético. Sob a legislação da URSS, militantes antissemitas estão sujeitos à pena capital.

A Idade de Ouro judaica na União Soviética durou até o final dos anos trintas, quando Stalin começou a desinflamar o poder judaico, aparentemente correspondendo ao que se passava na Alemanha nacional-socialista.[15]

Mas as políticas filossemíticas dos soviéticos (e bolchevistas) dos anos vintes e trintas não foram esquecidas por Hitler. Ele e Goebbels eram incansáveis críticos do “bolchevismo judeu” como a maior ameaça à Alemanha e à Europa — no que estavam certos. Goebbels, especialmente, tinha percebido o crescente impulso dado às leis contra os “discursos de ódio” e “crimes de ódio” em pró dos judeus, tanto na URSS quanto no Reino Unido; para ele, essa era a prova de (a): um profundo e iminente levantamento popular contra os judeus e (b): um abuso da autoridade judiciária dos judeus. A legislação contra o ódio é sinal de desespero; ela indica que o jogo se aproxima de seu final. Em 19 de abril de 1943, no seu diário, Goebbels escreve reveladora anotação:

Os judeus na Inglaterra agora reclamam proteção legal contra o antissemitismo. Sabemos o que é isso, nós passamos por isso antes, e foram tempos de conflito. Mas essa coisa não lhes dá muita vantagem. Nós sempre soubemos como encontrar brechas nas leis de proteção; além disso, o antissemitismo, uma vez aflorado do seio do povo, não pode ser abatido pela lei. Uma lei contra o ódio antijudeu marca, geralmente, o começo do fim para os judeus. Nós iremos garantir que o antissemitismo na Inglaterra não esfrie. Em qualquer caso, uma guerra de longa duração é a melhor matriz para o antissemitismo.[16]

No mês seguinte, no ensaio que publicou intitulado A guerra e os judeus, Goebbels comentou a situação jurídica na URSS, quanto à lei de Stalin referida acima, que estava ainda em vigência treze anos depois:

Nós recebemos, com muita frequência, notícias dando conta de que o antissemitismo está em ascensão nas nações inimigas. As acusações que se fazem aos judeus são bem conhecidas; são as mesmas que se fazem aqui. O antissemitismo nas nações inimigas não resulta da propaganda antissemítica, que a judiaria combate duramente. Na União Soviética, os judeus aplicam a pena de morte.[17]

A situação das leis concernentes ao discurso de ódio contra judeus, Goebbels considerava importante e assim pensou até o fim. No seu último grande ensaio, Os criadores das desgraças do mundo (1945), ele ainda nos advertia da importância da lei soviética:

O capitalismo e o bolchevismo têm as mesmas raízes judias — são dois galhos da mesma árvore e dão o mesmo fruto. A judiaria internacional manipula ambos no intento de suprimir nações e colocá-las a seu serviço. A profunda influência judia na opinião pública das nações inimigas e das muitas nações neutras mostra-se muito patente, justamente por isso, nos jornais, nos discursos e nas rádios, não se fala disso.

Existe lei na União Soviética que pune o “antissemitismo” — este, na verdade, em português claro, significa a educação pública sobre a Questão Judia — com a pena de morte. Qualquer estudioso dessas matérias vê sem nenhuma surpresa aquele destacado porta-voz do Kremlin, falando do ano-novo, dizer que a União Soviética não descansaria até que essa lei estivesse vigente em todo o mundo. Em outras palavras, o inimigo afirma claramente que seu intento nesta guerra é colocar a total dominação das nações da Terra por parte da judiaria sob a proteção da lei, servindo a pena de morte para tolher a simples discussão desse infame propósito. Isso se passa com pouca diferença nas nações milionocráticas [nações ocidentais].

Até o amargo fim, esse tema ainda inquietava Goebbels. Numa de suas últimas anotações no seu diário, ele escreveu:

Os judeus já estão inscritos para a Conferência de São Francisco [sobre as políticas para depois da Guerra]. Eles vão reclamar, principalmente, a proscrição do antissemitismo no mundo todo, o que é sintomático. Como seria de esperar, depois de terem cometido os mais terríveis crimes contra a humanidade, os judeus já se deleitam agora, quando podem proibir a humanidade até mesmo de pensar sobre tudo o que fizeram.[18]

E, de fato, eles lograram êxito, pelo menos em parte. Os diplomas legais do Pós-guerra Volksverhetzung e Verbotsgesetz, alemão e austríaco, respectivamente, representam a mais constrangedora capitulação judicial aos interesses judaicos já vista no Mundo Ocidental.

A esta altura, vemos claramente as origens da legislação sobre os discursos de ódio no século XX: ela consistiu num engendro dos judeus e de seus aduladores (como Stalin), tanto nos EE. UU. como na URSS, para submeter qualquer incipiente oposição à estrutura de seu poder. Tão determinados estavam os judeus a combater qualquer resistência à autoridade judaica, que se dispunham até mesmo a matar os seus opositores.

E na atualidade

Com o crescente predomínio da influência judaica no governo americano ao longo das últimas cinco décadas, a qual também prevalece na Europa, chamados para maior restrição e punição de comentários antijudaicos pelas leis dos discursos de ódio vão-se fazendo mais estridentes. O governo dos EE. UU. — ou, pelo menos, os republicanos — tem até aqui, majoritariamente, resistido às pressões, mas as grandes plataformas digitais assumiram posição filossemítica na questão. O Facebook e os seus Instagram e Twitter, a Google e o seu YouTube, todos se arvoram em censores dos discursos de ódio, especialmente aqueles da variante antissemítica. A Google modificou seus algoritmos de busca como forma de desclassificação e censura da nova mídia digital a que atribuem a propagação de ofensas e “ódio”. Tudo isso é perfeitamente compreensível, dado o grande número de judeus na direção dessas enormes corporações da tecnologia telemática: Mark Zuckerberg, Sergei Brin, Larry Page, Larry Ellison, Michael Dell, Sheryl Sandberg, Safra Katz, Susan Wojcicki, Steve Ballmer, Brian Roberts, Marc Benioff, Craig Newmark, Jeff Weiner…

Paralelamente à censura tecnológica das grandes corporações, as organizações advocatícias judaicas — como a SPLC e a ADL, continuam a explorar a indústria judiciária das indenizações. Essas bancas recorrem ao aparato institucional da Justiça para mover processos a torto e a direito contra os “odiadores”, a quem “denunciam” por violação da honra e de outros direitos das “partes” de sua clientela. A SPLC dispõe em seu portal de uma seção dedicada ao “antissemitismo e discursos de ódio”, como também faz a the ADL — coisa “normal”, eis que abolir a liberdade de expressão é a raison d’etre desses aparelhos da censura politicamente correta. Quando a militância censorina judaica não aciona a Justiça por si mesma para silenciar os críticos, ela intervém como parte interessada em processos judiciais de terceiros. A censura dos tribunais, somada àquela das grandes empresas do vale do Silício, serve ao propósito da implementação de facto das políticas pró-judaicas quanto aos discursos de ódio, fenômeno que salta aos olhos nos EE. UU., pelo menos.

Conclusão

Mas passemos ao fecho de nossa exposição: eu comecei este trabalho com aquela nossa discussão sobre a vacuidade lógica e a incoerência do conceito de discurso de ódio. É evidente, no entanto, que para muitas corporações poderosas e acedentes à influência judaica esse conceito mostra-se interessante. Os grandes oligopolistas, da velada perspectiva deles, que nem às paredes confessam, obviamente, veem a simplicidade da coisa toda, em termos mais básicos e práticos, ou seja: discursos de ódio são os discursos que os judeus odeiam. Sim, eles podem alegar que odeiam o discurso anti-islâmico ou o discurso antinegro, mas assim fazem apenas para desviar a atenção popular do alvo verdadeiro de seu ataque: o discurso de crítica aos judeus. Os judeus não são tão estúpidos a ponto de promover somente leis judaicas do que seria uma legislação exclusivamente “antiantissemítica”, pois a legislação não exclusiva disfarça o poder exclusivo deles. As leis descaradamente pró-judaicas são coisa do passado. Atualmente, as leis que mais lhes interessam são aquelas vazadas numa novilíngua de aparência universalista, a qual favorece, pelo menos em teoria, outros grupos “oprimidos”. Os judeus e a quinta-coluna a serviço deles querem parecer justos para gozar de unanimidade — quando, na realidade, devotam extremo desprezo a todos os grupos não judeus (de novo, o “ódio da humanidade” de Tácito e Nietzsche). Então, fica a lição: discurso de ódio é o discurso que o judeu odeia.

Agora, considere o seguinte: se você odeia o que eu digo, quem é o odiador? Eu ou você? Não sou eu, é você! O fato de você não gostar do que eu falo não faz de mim uma pessoa odienta. Essa pessoa é você. E se acontece de você ser um campeão, um mestre na história mundial do ódio, então o ódio é todo seu.


Referências

[1] Reeditado em Goebbels on the jews (2019; T. Dalton, ed), p. 199. Este e muitos outros livros citados abaixo podem ser encontrados em www.clemensandblair.com.

[2] Fique registrado aqui que não sou um negacionista. Eu acredito que houve um Holocausto na metade do século XX: isso foi chamado de Segunda Guerra Mundial, e 60 milhões de pessoas morreram em consequência desse conflito, inspirado e instigado pelo que fizeram os judeus aqui e na Europa. O total de judeus mortos terá sido de 500 mil, conforme os mais abalizados revisionistas. Para aprofundamento nessas questões, o leitor dispõe de meus livros The jewish Hand in the world wars (2019) e Debating the Holocaust (4. ed. 2020).

[3] Eternal strangers (2020; T. Dalton, ed), p. 16.

[4] Emilio Gabba, “The growth of anti-Judaism,” in The Cambridge history of judaism (vol. 2, 1984; Cambridge University Press), p. 645.

[5] Eternal strangers, pp. 19, 21, e 25, respectivamente.

[6] On the jews and their lies (2020, T. Dalton, ed; Clemens & Blair), p. 53.

[7] Eternal strangers, p. 68.

[8] Eternal strangers, pp. 70-71.

[9] The history of the decline and fall of the Roman Empire (1788/1974, vol. 2; AMS Press), página. 3. Veja também Eternal strangers, p. 59.

[10] Eternal strangers, p. 78.

[11] Benjamin Pinkus, The jews of the Soviet Union (1990; Cambridge University Press), p. 84.

[12] In Pinkus, p. 85.

[13] As semelhanças com o regime de Biden saltam aos olhos; sugiro ao leitor que leia o meu recente artigo “Confronting the judeocracy”.

[14] Pinkus, p. 86.

[15] Depois da guerra, o expurgo stalinista dos judeus de alta posição foi acelerado, resultando numa década de antissemitismo sob patrocínio do Estado, que só terminaria com a morte de Stalin em 1953.

[16] Goebbels on the jews, p. 199.

[17] Ibid., pp. 206-207.

[18] 4 April 1945, in Goebbels on the jews, p. 255.

* Dr.Thomas Dalton escreveu ou editou muitos livros e artigos sobre política, história e religião, focando especialmente o nacional-socialismo na Alemanha. Seus trabalhos incluem uma série de novas traduções de livros como Mein Kampf, Eternal stranges (2020), The jewish hand in the world wars (2019) e Debating the Holocaust (4. ed., 2020). Esses títulos estão todos disponíveis no ciberendereço www.clemensandblair.com. Os seus artigos poderão ser lidos na ciberteca pessoal do autor, aqui: www.thomasdaltonphd.com.

Fonte: The Occidental Observer. Autor: Dr. Thomas Dalton. Título original: On the True Meaning of Hate Speech. Data de publicação: 5 de julho de 2021. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

A teoria crítica da raça: uma arma do arsenal intelectual judeu

Não se enganem sobre isto: nós continuaremos a atacar os homens brancos, os vivos e os mortos, e também as mulheres brancas, até que o constructo social chamado de “raça branca” seja destruído não “desconstruído”, mas destruído.
(NOEL IGNATIEV. In: Race Traitor)

A promoção dos “Estudos da Branquidade” deve ser percebida como nada menos do que ato de extrema agressão, violento até, contra a raça branca.
(ANDREW JOYCE. In: Whiteness Studies)

Para ser efetiva, a engenharia social deve passar despercebida.
(MICHAEL JONES. In: Logos Rising)

No começo deste ano, meu irmão propôs-me, subitamente, uma questão: “O que é a teoria crítica da raça?”. A pergunta me deixou entusiasmado, porque provava que essa perniciosa teoria genocida e antibranca estava começando, finalmente, a entrar no radar da consciência dos brancos. Desde o dia da interrogação que fez o meu irmão, pulularam como cogumelos as histórias sobre a Teoria Crítica da Raça (TCR), com muita crítica a essa tendência intelectual antes tão misteriosa.

Entretanto, a hora do espanto foi quando observei que ninguém ou quase ninguém dos tais críticos havia associado a TCR ao ativismo étnico judeu.

Embora a teoria já tivesse aceitação desde longa data nos círculos universitários, ela agora penetra ambientes corporativos e governamentais, insinuando-se também no meio militar, onde passou a ser promovida desde que Joe Biden tomou posse como presidente. Quanto a mim, não de hoje sei desse fato que é a ligação da TCR com a “elite hostil”, para quem a teoria é ferramenta de engenharia social. Na nomenclatura sociológica de The Occidental Observer, a expressão “elite hostil” designa os poderosos judeus e organizações judias que controlam os Estados Unidos e a maior parte do Ocidente. De modo geral, entretanto, os nossos escritores tratam o tema da TCR de perspectiva diversa, fazendo-o sob a influência dos chamados “Estudos da Branquitude”. Ao contrário deles, eu relaciono a “Teoria Crítica da Raça” com a atual discussão sobre a guerra étnica que os judeus movem contra os brancos.

A TCR, na verdade, enquadra-se perfeitamente no que Kevin MacDonald chama de “Cultura da Crítica”, uma categoria na qual figuram os “gurus” judeus que verbalizam o ataque talmúdico com o objetivo principal de completar a destruição dos gentios ― literalmente! Eu sei disso porque estive muito próximo do palco onde se representava a farsa que foi a introdução da TCR nas escolas de pós-graduação nos anos noventas, quando vivi a infelicidade de ter um farsante desse tipo de dramaturgia como meu “professor”. O espetáculo brutal de que participei teve o lado positivo de me permitir sondar e conhecer mais profundamente os seus produtores judeus. Com efeito, terminada a triste representação, senti que tudo fora para mim duro processo de aprendizagem, mas valeu a pena: agora eu posso compartir com os meus leitores as lições que aprendi.

Eu vou começar a contar essa história falando de um escritor australiano, agora obscuro, chamado  Robert Hughes (1938–2012), que já foi descrito como “o mais famoso crítico de arte do mundo”. Em 1993, saturado de tanta política identitária, ele publicou o livro Culture of Complaint: The Fraying of America [Cultura da denúncia: a desintegração dos Estados Unidos], pela Editora da Universidade de Oxford. Nesse livro, ele atacou frontalmente a Indústria das Queixas, então em vertiginosa ascensão, dando exemplos e mais exemplos de como grupos militantes minoristas, sobretudo de mulheres e negros, atribuíam todo tipo de pecado à minoria branca, contra quem falavam mais do que o homem da cobra, hostilizando-a por meio de espúrias denúncias judiciais e manifestações de rua. Eu me lembro de que o livro dele atraiu bastante a atenção da imprensa da época, com muitos jornais tomando o partido do autor australiano, tal era a insatisfação com a “cultura da denúncia”.

O que me deixou frustrado, entretanto, foi o fato de o estudo de Hughes não haver ido além da própria denúncia, o fato de ele não ter conseguido aprofundar sua análise para chegar ao nível do que se pode chamar de “metadenúncia”, substrato de onde partem todas as denúncias como simples consequências. Por exemplo, Hughes não percebeu que a narrativa do Holocausto obteve tanto sucesso como meio de favorecer os interesses judeus que outros grupos ficaram ansiosos para também gozar do mesmo artifício tão interessante.

Em 1993, a indústria da denúncia começava a gostar do jogo e crescia para logo depois acabar dominando tudo, tanto que já na minha “pós-graduação” tive de suportar a experiência horrível que referi acima. Então se passou que a simples denúncia foi ganhando vulto, foi se tornando coisa muito mais perniciosa, muito mais ameaçadora. Desde sempre, porém, o sentido das denúncias era um só: combater a raça branca.

Depois de muito sofrimento, finalmente terminei a pós-graduação, muito abalado emocionalmente, muito judiado, mas com o diploma na mão. Almas mais robustas dirão que, se não morri, então devo engordar, mas já apanhei demais e não vou bancar o fanfarrão. Ao contrário, tento ser discreto e trabalho aturadamente, fazendo o que posso para manter a resistência. O jogo do judeu é bruto, e eles não aceitam perder.

Alguns anos depois, eu me empenhava com afinco na elaboração de alentado trabalho versando acerca do poder judaico nos Estados Unidos. Nessa ocasião, um professor de história, formado em Harvard, com título de Ph.D., me aconselhou a “dar a devida atenção ao trabalho de Kevin MacDonald”. Eu fiz isso — e a experiência de ler Kevin MacDonald mudou a minha vida. A trilogia deste autor, culminando com The Culture of Critique: An Evolutionary Analysis of Jewish Involvement in Twentieth-Century Intellectual and Political Movements, caiu do céu para mim, quando mais eu precisava; a partir daí, eu estava pronto para dar a devida atenção ao que o Mestre tinha a dizer.

Logo de cara, eu percebi a semelhança entre o título do livro de Hughes (Culture of Complaint) e aquele do livro de MacDonald (Culture of Critique), mas o livro de MacDonald tem muito mais importância do que o de Hughes, porque MacDonald foi mais feliz ao centrar o foco do seu estudo, precisamente, no judeu. Na verdade, se os brancos sobreviverem à guerra étnica descrita por MacDonald, The Culture of Critique fará o seu autor figurar no panteão da civilização ocidental. Então as futuras gerações de brancos conhecerão o nome de Kevin MacDonald como o de um semideus, herói de sua raça, e ele a todos parecerá alguém da própria família, assim apresentado desde as lições escolares de História. Amém.

Aqui eu suponho que o nosso leitorado conheça o básico do Culture of Critique e do livro posterior, Cultural Insurrections, assim eu já salto à frente para referir outras realizações e enfrentamentos subsequentes de nosso herói. A ciberteca The Occidental Observer é criação dele. O TOO teve origem como rebento da publicação anterior denominada The Occidental Quarterly, uma revista digital acadêmica. Anteriormente, em 2008, MacDonald tinha publicado um artigo intitulado “Promoting genocide of Whites? Noel Ignatiev and the Culture of Western Suicide”, no qual ele analisa os artifícios vocabulares desse professor judeu de Harvard, já falecido, usados para tornar mais sutil a expressão de sua vontade de exterminar brancos. Ignatiev foi o fundador da revista Race Traitor, que tem por divisa a caridosa frase “Trair o branco é ser leal à humanidade”. Este eslógão lembra, imediatamente, as palavras infames da judia Susan Sontag, ao escrever que

A verdade é que Mozart, Pascal, a álgebra booleana, Shakespeare, o governo parlamentar, as igrejas barrocas, Newton, a emancipação feminina, Kant, Marx, o balé de Balanchine e tutti quanti não redimem a civilização branca da desgraceira em que transformou a história do mundo. A raça branca é o câncer da humanidade […].

Situando a inteligente manipulação das palavras por parte de Ignatiev na categoria das ideologias judias desconstruídas no seu Culture of Critique, MacDonald escreveu:

Nossa interpretação é que as visões de Ignatiev resultam de competição étnica. Sendo um judeu esquerdista, ele é parte de uma longa tradição de oposição ao interesse e à identidade dos brancos — a  cultura da crítica, que se tornou a cultura do suicídio do Ocidente. E como sói acontecer com tantos judeus fortemente assumidos, seu ódio dos povos e da cultura do Ocidente aflora inflamado.

Recorrendo ainda às categorias constantes em Culture of Critique, MacDonald conclui que

Ignatiev é mais um intelectual judeu de longa série remontando a Franz Boas, à Escola de Francforte e a uma miríade de outros que agora mestreiam na  cultura suicida do Ocidente. Ele pode se chamar de traidor da raça, mas não faltam razões para acreditar na sua forte atitude de lealdade para com o seu próprio povo e de hostilidade para com o povo e a cultura do Ocidente, posturas de longa história típicas dos judeus altamente comprometidos consigo mesmos. Para ele, a traição da raça consiste em algo de fácil e natural ocorrência; trata-se do leite materno na formação de um judeu.

Como que por maldosa ironia do destino, o professor judeu que me atormentou durante a minha pós-graduação, como também fez com outros colegas brancos, tinha muitas semelhanças com Ignatiev, a começar pelo biótipo, mostrado na foto abaixo:

O judeu Noel Ignatiev (1940 – 2019) “ensinava” na Universidade da Pensilvânia que a solução final para os problemas sociais consistia no “extermínio da raça branca”.     (Créditos: Pat Greenhouse /Globe Staff.)

E quando MacDonald escreveu que “Gente como Ignatiev, sem dúvida de aguçada consciência de identidade e interesse étnicos, nunca mediu esforços para alcançar o objetivo de patologizar qualquer sentido de identidade e interesse étnicos dos povos europeus e euro-descendentes — e de nenhum outro”, ele indicava atributos que eu notaria em grau superlativo no professor-opressor da minha pós. Isso a que estávamos sujeitos nos anos noventas é o mesmo que se passa agora por imposição da TCR: os novos autos de fé — agora sutilizados, as leituras obrigatórias sobre o “privilégio branco”, a completa falta de contraditório ou debate ou questionamento. Nosso querido professor sujeitava à humilhação os meus colegas brancos, e eu tinha de assistir a esse triste espetáculo durante as “aulas”. Certa vez uma moça chegou a chorar, depois de repreendida de modo acabrunhante. Mulher chora mesmo — pode pensar o leitor malicioso, mas o doutrinador judeu conseguiu também marejar os olhos de estudante do sexo masculino, no maximante da minha indignação. O “curso” foi um horror.

Embora MacDonald não tenha empregado a expressão “teoria crítica da raça”, por referência ao assédio de Ignatiev, ele estava, de fato, tratando disso mesmo. Melhor ainda, MacDonald penetrou a falaciloquência de Ignatiev, devassando o seu real intento, coisa que outros fariam no TOO, desde então, seguindo o exemplo de MacDonald. Logo voltaremos a este ponto, mas antes eu gostaria de fazer uma rápida digressão para não perder a boa oportunidade.

O caso é o seguinte: quando eu trabalhava na redação da minha dissertação, depois de haver cumprido todos os créditos e sido aprovado nos exames, um outro professor judeu me deu um livro, o qual ele tinha recebido de alguém que dele esperava alguma eventual contribuição crítica. O professor não quis comentar nada e cedeu para mim o exemplar novinho, cuja capa era como mostramos abaixo:

Escrito em 1997 pelo professor de Direito Stephen M. Feldman, o livro, como visto, intitulava-se  Please Don’t Wish Me a Merry Christmas: A Critical History of the Separation of Church and State [Por favor, não me deseje feliz Natal: história crítica da separação entre a Igreja e o Estado]. A expressão “história crítica” no subtítulo já indicava que se tratava de mais um lançamento do projeto the Critical America Series, da NYU Press, que já publicou miríadas de títulos, dos quais os leitores podem desfrutar em seus momentos de lazer. Ah, eu devo mencionar detalhe dos mais significativos logo no começo da Introdução. O autor abre o texto dizendo “Eu sou judeu”. Com essa cabalística proclamação começava mais um ataque da “cultura da crítica” contra o homem ocidental e a sua mais celebrada efeméride.

“Estudos da Branquitude”: o olhar crítico de Andrew Joyce

The Occidental Observer foi extremamente feliz ao somar à plêiade de seus articulistas o talentoso  Andrew Joyce, de cujo engenho redacional deu prova o seu artigo inicial no TOO, publicado em 2012, no dia de São Patrício [17 de março], intitulado Limerick “pogrom”: Creating Jewish victimhood. Em 2015, entretanto, ele publicou o que pode ser considerado uma extensão do livro de MacDonald de 2008, no qual este devassa a brutal campanha intelectual de Ignatiev. Em “Jews, Communists and Genocidal Hate in ‘Whiteness Studies’”, abeberando-se na fonte de MacDonald, Joyce mostra que “Ignatiev não se preocupou tanto em disfarçar o desbragado ódio que a sua ‘disciplina’ incita contra os brancos e sua cultura”. Em citação indireta de MacDonald, Joyce notou que

Ignatiev et caterva inventaram uma história que eles contam da seguinte forma: era uma vez certa corja de malvados que se reuniu na calada da noite e criou a categoria chamada “branco”, que consideraram exclusiva deles, não podendo gente de outra cor fazer parte dela. Aí esses bandidos estabeleceram leis para favorecer toda a canalha da bitola deles, aí dominaram a economia e a política de maranha com outros brancos, aí inventaram teorias científicas sem pé nem cabeça para justificar a boa vida deles, dizendo que eram mais inteligentes e operosos por causa de condições naturais de caráter biológico que desigualaram a humanidade. Aí eles fizeram de tudo contra todos para continuarem no bem-bom, ainda com mais animação. E continuam fazendo isso até hoje, como as bestas humanas superiores.

Tudo o que Ignatiev escreveu contém mensagem inusitada, formulada em linguagem extremamente agressiva… Nos seus textos, sombrios e dramáticos, Ignatiev prega a “supressão da raça branca”, o “genocídio dos brancos” e quejandas “providências”. Quando pressionado, ele diz que houve um mal-entendido, que a coisa não é bem assim, que não quis dizer que as pessoas que se dizem brancas devam ser mortas. Segundo sua explicação, ele apenas deseja destruir o conceito de branquidade. Com isso ele mostra não ter pela raça branca nenhum desapreço, certo?

O próprio Joyce responde a essa pergunta:

Nem por isso. Na verdade, Ignatiev morde e assopra. Quando pode, só morde. Estando completamente afinado com sua identidade racial judaica, ele segue, ao mesmo tempo e de forma ostensiva, a linha politicamente correta de que raças são apenas “constructos sociais”. Quando pressionado, ele alega ser pouco mais do que um igualitarista radical, batendo-se contra todas as hierarquias sociais, mas especialmente contra aquelas nas quais ele imagina que os brancos estejam na posição superior.

A exemplo de MacDonald, Joyce também percebe facilmente o ardiloso jogo de Ignatiev. Joyce escreve: “A linha do partido de Ignatiev é toda ela dirigida contra o branco, o objetivo é fazer com que os brancos acabem pensando que não são brancos — para o bem e a elevação espiritual deles, é claro. Assim, enquanto os estudos do negro, da mulher, do chicano etc. colimam desenvolver e sustentar suas identidades relativas e agendas sociais, os chamados ‘estudos da branquidade’ objetivam extinguir totalmente qualquer senso de identidade e de consciência quanto a interesses grupais”. Essa diferença é muito importante.

Por volta de 2015, muito do que Joyce escrevera era familiar para mim. Eu tinha assimilado as lições desse meu mestre e me lembro muito bem delas.

Por exemplo, Joyce informava que a mulher de Herbert Marcuse, o membro da Escola de Francforte, “estivera quase sempre ocupada com a promoção de sua ideologia nas oficinas chamadas de ‘Desaprendendo o Racismo’ e com a inculcação de adolescentes brancos, que ela aliciava para que apoiassem o multiculturalismo, aderindo ao seu grupo ‘New Bridges’, com sede em Oakland”.

Mais um exemplo: Joyce referiu também outra mulher judia, Ruth Frankenberg, que em 1993 “explicava” o dogma de sua disciplina sobre a branquidade. Joyce explica essa “explicação” nos seguintes termos:

[O dogma] gira em torno do princípio segundo o qual a raça nada mais é do que fluxível constructo social, político e histórico. Ela argumentou que os brancos podem dizer que não são racistas, mas não podem dizer que não são brancos. Ruth Frankenberg postula que os brancos são todos implicitamente racistas em virtude da posição “dominante” que ocupam na sociedade ocidental e encarece a necessidade de reflexão crítica para subverter a ordem das coisas que fazem possível a condição da superioridade branca. Os “estudos da branquidade”, para Frankenberg, assim como para seus predecessores,  não eram senão método para convencer os brancos de que eram opressores, tivessem eles, ou não, consciência e desejo disso, tivessem eles, ou não, tomado parte, pessoalmente, em qualquer ato de opressão.

Eu estava lá, eu ouvia essas coisas nos anos noventas. E hoje toda essa narrativa está de volta, ainda com mais força, com mais apoio institucional. Agora, na era de [John] Biden, o grande público sofre a pressão ideológica que sofri naquele tempo. Isso me deixa angustiado.

Joyce tinha, já então, outras boas coisas a dizer. Por exemplo, a citação de Savitri Devi extraída de The Lightning and the Sun [O raio e o Sol]. Nessa passagem ela elucida muito bem a forma embelecada com que os judeus disfarçam a sua agressão para engabelar as vítimas:

Inconspícua, gradual, mas implacável: a perseguição é econômica e cultural, ao mesmo tempo. Os subjugados sofrem sistemático cancelamento de quaisquer possibilidades, sempre discretamente; o impiedoso condicionamento das crianças, tanto mais horrível quanto mais impessoal, indireto, mais aparentemente “suave”; a inteligente difusão de mentiras mortificantes da alma; a violência sob a capa da não violência.

“A violência sob a capa da não violência” — sim, mas também pode prevalecer a violência propriamente dita, no caso de os brancos se tornarem impotentes ante a maré montante da cor. Esta situação, com efeito, já se configura na disparada da brutalidade antibranca, conforme mostram as estatísticas da criminalidade inter-racial. Daí a ocorrência de incidentes como aqueles compilados na AmRen.

Foram dinâmicas de manipulação constrangedoras como aquelas que me fizeram sentir tanto desconforto, anos atrás, quando eu era um isolado e impotente estudante de pós-graduação. Naquela altura, eu não conhecia nenhum Kevin MacDonald ou Andrew Joyce que me desse a conhecer o contexto da situação, que fortalecesse minha autoconfiança para a reação ante os manipuladores. Eu era mortificado, mas como diz E. Michael Jones na epígrafe deste ensaio, “Para ser efetiva, a engenharia social deve passar despercebida”, e eu não a percebia mais ampla e criticamente, por falta de referências, de contravoz à voz da alteridade articulada pelo professor como ciência de aceitação universal obrigatória. O programa de doutrinação multiculturalista devia passar despercebido. Aparentemente tratava-se de um “curso”, a inculcação passava por ser “aula”. Quem contestaria abertamente os “ensinamentos” de um professor?

A advertência de Jones não me era completamente compreensível, mas eu sofria com o duro efeito do que ele referia: a sutileza da socioengenharia como condição de sua efetividade. Atualmente, tanto quanto naquele tempo, o processo mental de dissolução étnica continua muito efetivo. E isso me dá medo.

Desde a pós-graduação, o meu objetivo tem sido o de compreender a engenharia social e compartir com outros do meu entendimento, o que venho tentando incansavelmente, nas salas de aula e nos meus artigos. Agora estou me sentindo muito bem na companhia de homens como Andrew Joyce. Este sintetizou o seu conceito dos “Estudos Brancos” de forma emblemática nesta declaração:

Os programas “educacionais”  da ADL, a extinção de nossos limes nacionais, o desrespeito à nossa identidade racial confirmam o lento processo de genocídio de nosso povo, aparentemente pacífico, porque prescinde de ferro e fogo. Suas implicações, porém, são e serão de aterradora violência. Os “estudos da branquidade” não constituem parte de nenhuma disciplina acadêmica, no verdadeiro sentido dessa expressão. Trata-se, na realidade, de um ato de agressão interétnica.

Joyce voltou a examinar o envolvimento judeu nos estudos brancos (bastante aparentados à teoria crítica da raça, vale lembrar) em 2020, ao escrever “Review of Robin DiAngelo’s White Fragility” [Crítica de Fragilidade Branca, de Robin DiAngelo]. Diz Joyce que esse livro “é pesada e explicitamente influenciado pelo pensamento judeu e pelos pioneiros judeus num campo por onde passa o caminho de DiAngelo para a fama e a fortuna”.

Joyce encontrou evidência concreta do patrocínio judeu a DiAngelo na bibliografia do livro dela. Na relação, ele diz,

estão muitos nomes deparados na minha pesquisa dos “estudos brancos” (ou seja, antibrancos, não custa lembrar). Quase todas as figurinhas carimbadas do racismo judeu antibranco constavam lá, protuberantes da página para molestar os olhos, assim como a visão de parentes desagradáveis numa reunião de família. No inventário, radiavam sua luz negra tipos como Noel Ignatiev, George Lipsitz, Ruth Frankenberg, Michelle Fine, Lois Weis. Outros de seus patrícios davam-lhes apoio, a exemplo de Thomas Shapiro, David Wellman, Sander Gilman, Larry Adelman e Jay Kaufman. Tais são os prógonos e tutores intelectuais de DiAngelo …

Assim é como a coisa costuma ser. Temos aí um padrão que se repete muito frequentemente. E isso não ocorre por acaso. Tudo é feito de caso pensado pela manutenção da mentalidade antibranca na cabecinha emoldurada do próprio branco. O nome desse fenômeno: literatura etnomasoquista.

A teoria crítica da raça nas notícias da atualidade

Um caso muito interessante a propósito da nossa discussão é o do tenente-coronel Matthew Lohmeier. Este oficial foi expulso da Aeronáutica pelo “crime” de escrever, de manifestar suas opiniões sobre a introdução da TCR nas Forças Armadas. Cá entre nós, no presente clima político, o homem estava procurando sarna pra coçar, quando quis publicar livro com o título antissocial de Irresistible Revolution: Marxism’s Goal of Conquest & the Unmaking of the American Military [Revolução irresistível: os conquistadores marxistas & a dissolução das Forças Armadas americanas], mas isso mesmo é o que o cara fez. Em artigo saído no ciberjornal Revolver News, tratando dessa questão, nós lemos o seguinte: “Lohmeier foi a programas de rádio para promover seu livro e, como resposta, foi demitido do Pentágono. De acordo com o DoD [Departamento de Defesa], suas declarações causaram ‘perda de crédito e confiança em sua capacidade de comando’”.

O artigo continua: “Vistas da perspectiva de dezenas de milhões de patriotas americanos e da nossa própria, as ações do Cel. Lohmeier elevam-no ao pináculo da coragem e da guiança”. Eu subscrevo. Entretanto, o coronel tem lições a aprender comigo e com MacDonald. Pensemos na seguinte questão: quando uma expressão como “teoria marxista da raça” é usada por um autor, ele o faz consciente de que tal expressão, na verdade, significa “teoria judaica da raça”? A resposta parece ser negativa. E aí está o problema. Consideremos as seguintes palavras de Lohmeier:

Sempre me perguntam “Como foi que isso aconteceu?” ou “Quando foi que isso aconteceu?”. As pessoas querem saber, por exemplo, como o povo americano, suas instituições — principalmente o sistema educacional e, agora, as agências federais, as Forças Armadas, inclusive — se transformaram em câmaras de ressonância da narrativa marxista, em corpos aliados do movimento comunista. Com efeito, como os americanos pudemos tão levianamente questionar ou desconsiderar a grandeza do ideal americano, fazendo-nos vítimas das táticas da subversão? Por que não fomos capazes de perceber a nossa deriva para o marxismo? Duas foram as formas como isso se passou: gradualmente e, depois, subitamente.

Obviamente, quem leu The Culture of Critique sabe “como isso aconteceu”. Quem ouviu os arquivos de aúdio de The Daily Shoah sabe “como isso aconteceu”. Quem leu as histórias de Andrew Anglin em The Daily Stormer sabe “como isso aconteceu”. Mas, sinceramente, eu acho que o Cel. Lohmeier não faça nem ideia de “como isso aconteceu”. Alguém pode fazer o favor de mandar este meu texto para ele?

Quem haja acompanhado a “evolução” das universidades americanas, nas últimas três décadas, terá notado que seu viés esquerdista acentua-se a cada ano. Sobretudo os estudantes de Política, Direito e Administração confirmarão esse processo. Não é de estranhar que o avanço esquerdista tenha demorado mais para alcançar as Forças Armadas, e que nestas tenha havido alguma resistência, alguma consciência do que se passa. Essa forma de reação foi indicada por Lohmeier: “Há crescente percepção de que o partidarismo político que grassa nas Forças Armadas é da esquerda radical”. Sim, meu caro, é da esquerda radical.

Outro aspecto da questão: será que Lohmeier vê a introdução da TCR nas Forças Armadas como alguma coisa danosa em termos gerais ou ele a vê como arma intelectual judaica especificamente antibranca? Provavelmente ele saiba do conteúdo antibranco dos programas oficiais nas FF.AA., provavelmente saiba que a TCR é um cavalo de Troia. Afinal, o homem já criticou as tentativas de “descentralizar a branquidade”, uma expressão bem típica da novilíngua dos “Estudos Brancos”.

Mas isso é pouco, é preciso ir além. Na presente altura, ainda se discute se a TCR é apenas antidemocrática, até mesmo racista — mas de uma forma geral, ou se é especificamente antibranca. Ora, essa discussão já devia estar superada. A teoria crítica da raça (TCR) é racismo antibranco. Bem o percebeu o autor codinominado “Washington Watcher II”, que escreve para VDARE. Um de seus textos intitula-se “Fight Against Critical Race Theory — But They Still Flinch From Calling It Anti-White Racism” [Luta contra a teoria crítica da raça; eles ainda não a chamam de racismo antibranco]. Interessa notar o subtítulo: “eles ainda não a chamam de racismo antibranco”. Parece inverossímil: eles têm medo de dar o nome de teoria racista antibranca a uma teoria racista antibranca! O nosso analista Washington Watcher II sabe que os bambambãs do conservadorismo são contrários à TCR porque, conforme a crença esquisita deles, “as raças não existem”. Ele afirma que “os bestalhões conservadores, que poderiam ser chamados de cocoservadores, promovem a constrangedora ideia de que a TCR seria perversa por prejudicar os não brancos”. Sim, é mesmo difícil de acreditar, mas ele tem razão. Nossos agradecimentos a Washington Watcher II pelo esclarecimento dessa distinção, bem enfaticamente. Com efeito, na sua conclusão, ele faz um apelo aos leitores: “Repitam comigo: a TCR não é só racismo; A TCR é racismo antibranco”.

Conclusão

Chegamos, assim, ao ponto de onde avistamos a TCR como isso que ela é, de fato — ou seja: arma intelectual do racismo antibranco. O antirracismo consiste, pois, em racismo antibranco. Ocorre, entretanto, fato curioso, ainda mais elucidativo: a TCR, mesmo enquanto arma para a guerra cultural antibranca, ou melhor, por causa disso mesmo, tem sido distribuída por longa série de mentores judeus por mais de meio século, e disso pouco se fala. Tal situação explica-se por ser essa mais uma operação da campanha de judeus para exterminar os brancos. Não o fazem pela primeira vez. Precedentes históricos de atentados genocidas antibrancos perpetrados por judeus não faltam: a era bolchevique na Rússia, o Holodomor na Ucrânia, as várias estratégias “frias” documentadas por MacDonald no seu The Culture of Critique. Uma “estratégia fria” é, por exemplo, o favorecimento da imigração ou o abatimento da formação de famílias brancas. Este é o ponto que me esforço por enfatizar.

As consequências disso tudo são imensas. Vale lembrar a advertência que nos fez MacDonald em artigo de 2008 no TOO. Dizia ele, então, que a demonização dos brancos (ou da “branquidade”) era só o primeiro passo e que o segundo passo seria o genocídio dos brancos. Concordo em gênero, número, grau e caso. Aqui no TOO, tenho chamado atenção para esse risco há mais de doze anos.

Para terminar, eu vou sintetizar a discussão acima em linguagem bem simples, apenas referindo rapidamente as análises, às vezes longas, sem mais detença. Em 10 de junho de 2021, Andrew Anglin publicou artigo sob o título “Psychoanalytic Journal Publishes Paper Calling “Whiteness” a “Malignant, Parasitic-Like Condition” [Revista de psicanálise publica trabalho chamando a “branquidade” de condição maligna e parasitária]. Este texto sobre a “malignidade dos brancos” era a versão escrita das imprecações antibrancas de Aruna Khilanani, a psiquiatra de Nova Iorque de origem paquistanesa que, durante atividade “pedagógica” para a Universidade de Yale, em 6 de abril de 2021, dissera sonhar o sonho de “descarregar uma pistola na cabeça de todo branco”. A resposta de MacDonald: “Expressions of Anti-White Hatred in High Places: Aruna Khilanani at Yale” [Manifestações do ódio antibranco nas altas esferas: Aruna Khilanani em Yale]. MacDonald afirma aí que “a judiaria foi condição necessária para a criação dos Estados Unidos enquanto país multicultural” e que “não chega a surpreender a condição de Khilanani como exemplário da influência da teoria crítica da Escola de Francforte, a fonte da teoria crítica da raça”.

Evidentemente, Anglin conhece o trabalho de Noel Ignatiev e suas teorias da “disciplina” dos Estudos da Branquidade, podendo reconhecer, num piscar de olhos, sua importância para as confissões da psiquiatra não branca:

Toda essa coisarada teórica dizendo que a “branquidade” não é o mesmo que “ser pessoa branca” é só tapeação. Ninguém acha que isso faça sentido, até quem diz que faz sentido sabe que não faz sentido. Na verdade esses teóricos falam de gente branca, simples assim.

Eles querem aniquilar a raça branca.

Recentemente, nós vimos a psicóloga paquistanesa — os psicólogos, novamente! —  Aruna Khilanani dizendo que deseja matar gente branca, aleatoriamente. Ela não disse que queria matar os brancos “contaminados de branquidade”, mas sim os brancos, ou seja, qualquer branco.

Com essa conversinha deles sobre a tal abstração da “branquidade” eles procuram se proteger sob fino véu semântico para mais segura e discretamente seguirem com a pregação do genocídio dos brancos.

Isso me faz lembrar das predições de Tomislav Sunic em seu livro de 2007, Homo Americanus: Child of the Postmodern Age [Homo americanus: uma criança da Era Pós-moderna]. Ele diz aí que “a eliminação de milhões de cidadãos tidos por supérfluos será uma necessidade social e, talvez, até mesmo ecológica para o melhor ordenamento da futura sociedade americanizada”. MacDonald, nos anos em que escrevia Stalin’s Willing Executioners [Os agentes testamentários de Stalin], isto é, os judeus, identificou os setores sociais que poderão ser o alvo, ou seja, “que reunirão os atributos para a sua condenação ao extermínio, segundo a sentença dos homólogos americanos da elite judaica que tiranizou os brancos na União Soviética”. Mais sobre esse particular:

É fácil imaginar quais setores da sociedade americana teriam sido considerados demasiado retrógrados e supersticiosos e por isso condenados ao extermínio por aqueles que, nos Estados Unidos, cumprem o papel que foi o da elite judia na União Soviética — aqueles que aportaram na Ellis Island em vez de seguirem caminho para Moscou. Os descendentes daquele povo muito antiquado e devoto, agora mais conscientes das ameaças contra si, crescem em influência nos “Estados vermelhos” [Estados de maioria republicana], onde eles têm tido muita importância nas recentes eleições nacionais. A animosidade judia para com a cultura cristã, sendo esta profundamente enraizada na maior parte dos Estados Unidos, chega a ser proverbial.  Como Joel Kotkin indicou, “ao longo das gerações, a atitude dos judeus americanos em relação aos conservadores religiosos vem combinando sentimentos de medo e desprezo”. E como Elliott Abrams observou, a comunidade judia americana “aferra-se ao que no fundo é uma visão negativa dos Estados Unidos, vistos com terra eivada de antissemitismo, sempre a pique de explodir de raiva contra os judeus”. Essas posturas judaicas de antagonismo podem ser notadas, por exemplo, na acusação que faz Steven Steinlight aos americanos — a vasta maioria da população — que aprovaram as restrições à imigração na legislação dos anos vintes. Diz Steinlight que esses nacionais eram uma “multidão de insensatos”. Quanto às leis de imigração seletiva, afirma que eram “malignas, xenofóbicas, antissemíticas, abjetamente discriminatórias, um vasto fracasso moral, uma política monstruosa”. No final das contas, a visão negativa que os judeus de suas antigas vilas na Europa Oriental tinham em relação aos eslavos e sua cultura, visão que levou tantos judeus a se tornarem agentes testamentários do socialismo internacional, não é muito diferente da visão atual que os judeus dos Estados Unidos têm da maioria dos americanos.

Em 10 de junho de 2021, Anglin fez advertência similar, e suas palavras são a chave de ouro com que eu fecho este ensaio:

Estamos a ponto de assistir a um processo de seleção social em larga escala que se pode comparar a um abate sanitário. Nós temos falado do “genocídio branco” em termos de imigração massiva, feminismo antirreprodutivo etc., mas essa forma de genocídio “frio” está ficando “quente”.

A nossa gente deve estar alerta. Os sinais do perigo estão em toda parte.

Um banho de sangue é iminente.


Fonte: The Occidental Observer. Autor: Edmund Connelly. Título original: Critical Race Theory as a Jewish Intellectual Weapon. Data de publicação: 21 de junho de 2021. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

 

A maldição demográfica: Satã e a esquerda mentem

Se o caro leitor aprecia livros divertidos e ao mesmo tempo inteligentes, dou um conselho tão bom agora quanto o era mais de dois séculos atrás: leia o livro The Monk [O monge]. Tendo por autor um adolescente altamente talentoso chamado Matthew Lewis e primeiramente publicada em 1796, este que é um dos maiores romances góticos lampeja inteligência e sabedoria. Entre outras qualidades, o livro consiste numa ilustração das mais claras sobre tema perene: a mentira como abre-alas do mal. Satã seduz antes de assaltar, aparecendo sob disfarce até que possa revelar sua verdadeira e feia natureza.

Deslumbrado pelo mal

O monge que dá nome ao romance, homem piedoso, mas moralmente mazelado, um abade espanhol de nome Ambrósio, acaba sendo seduzido pelo demônio e cai em perdição. Quando um falso amigo invoca Satã em favor de Ambrósio, o abade é ludibriado por inteligente disfarce. Na sua aparição, Satã mostra-se como lindo serafim dotado de membros de um branco ofuscante e “cabelame de seda”. Ele vem “cercado de nuvens cor-de-rosa” que exalam deliciosos perfumes. Ambrósio deixa-se encantar “ante a visão tão diferente do que esperava” e “se abstrai no gozo da cena, maravilhado pela contemplação do Espírito”. (The Monk, vol. 2, ch. 4)

A primeira edição do livro O Monge, de Matthew Lewis

Houvesse Satã se mostrado na sua real e medonha forma, Ambrósio teria arredado, retirando-se do caminho do mal. Ao contrário, Ambrósio foi seduzido e levado a cometer pecado mortal. Mas quando Satã sentiu que sua presa estava dominada, desvestiu-se do indumento fantasioso. Na invocação solitária que lhe fez Ambrósio, Satã vem num “redemunho de enxofre” e dá a ver “toda a fealdade que carrega como fardo de seu fado, desde a sua queda do Céu”. Ele tem a pele negra, suas unhas ameaçadoras são garras afiadas e, seus cabelos, “serpentes vivas” que se contorcem, soltando “silvos pavorosos”. (The Monk, vol. 3, ch. 5)

Visões róseas da harmonia racial

Agora Ambrósio vê a feia verdade, mas já tarde demais. Ele fora iludido a cada passo, e brevemente terá chegado ao fundo do vórtice de sua danação. Bem, esse é o romance gótico de 1796, mas não consigo deixar de associar essa história à atual política ocidental. No passado recente, os brancos foram seduzidos pela esquerda com visões róseas da “harmonia racial” e das sociedades culturalmente “enriquecidas”. Por exemplo, muitos milhões de brancos votaram no maneiroso e cheio de lábia Barack Obama, na sincera esperança de que ele faria dos Estados Unidos uma nação pós-racial, onde só as cores da bandeira septicolor importariam, onde a culpa branca e o ressentimento negro de fomento estatal desapareceriam, e todo o mundo fosse “se dar bem”.

Entrem para a Igreja dos Malditos !

Como recompensa por sua boa-vontade, os eleitores brancos de Obama foram agraciados com o Black Lives Matter, merecendo ainda a intensificação da demagogia, da propaganda e do crime contra si mesmos. A sedução esquerdista está chegando ao fim, e o esquerdismo começou a retirar o seu disfarce. A redenção pós-racial já deixou de ser oferecida aos brancos, que agora são acusados de depravação inata. Em outras palavras, cessaram as emanações odoríferas de Satã, que agora lança de si gases sulfurosos. Na American Renaissance, Gregory Hood descreveu a mudança da sedução para a condenação num excelente ensaio intitulado “Anti-Racism: The Church of the Damned” [Antirracismo: a igreja dos condenados]. Ele escreve que “O antirracismo é uma igreja que não oferece a salvação. Ser branco significa pertencer ao número dos malditos, não importa o que se faça”. A população branca dos Estados Unidos sofre o assalto de sumos sacerdotes esquerdistas que em seu culto da morte “apregoam uma eterna culpa branca a ser expiada por toda a eternidade”.

O culto esquerdista da morte elevou-se na maré da imigração não branca nos Estados Unidos e noutras nações ocidentais. E quando a esquerda operava para abrir as fronteiras, ela mentia sobre o que fazia. Por exemplo, Kevin MacDonald mostrou que a Immigration Act [Lei da Imigração] de 1965, a qual escancarou as fronteiras dos Estados Unidos para os não brancos, foi a culminação de campanha de longa duração (décadas), promovida por judeus etnocêntricos no afã de diluir (e eventualmente destruir) a maioria branca cristã americana. Mas, assim como Satã não revelou sua real natureza e intenções para Ambrósio, também os patrocinadores judeus dessa lei não revelaram sua real natureza e intenções aos brancos dos Estados Unidos.

“A estabilidade étnica dos Estados Unidos não será comprometida”

Ao contrário, eles contrataram alguns góis para que fossem seus testas de ferro e cabalassem a aprovação da lei, contando mentiras sobre a catástrofe demográfica que estava para se abater sobre os Estados Unidos. O senador americano de origem irlandesa Teddy Kennedy respondeu aos críticos daquela lei de 1965 nos seguintes termos:

Eu quero fazer um comentário sobre … o que a lei não fará. Primeiro: nossas cidades não serão submergidas na torrente de milhão de imigrantes a cada ano. Conforme o projeto de lei, a taxa de imigração permanecerá substancialmente a mesma de hoje […]. Segundo: a presente composição étnica do país não será desarranjada […]. Ao contrário das acusações de certos setores, o Congresso não inundará os Estados Unidos de imigrantes de nenhum país ou área, de nenhuma das mais populosas e pobres nações da África e Ásia. Em última análise, não se prevê que o padrão étnico da imigração sob a lei proposta venha a sofrer qualquer mudança sensível, como alguns críticos querem dar a entender. Terceiro: a lei não permitirá o ingresso de subversivos, criminosos, analfabetos, doentes mentais ou pessoas com doenças contagiosas. Como observei logo antes, a nenhum indivíduo que possa se converter num problema social […] será concedido visto de imigrante.  As acusações nesse sentido são emocionais, são irracionais, não têm base na realidade. Esses que atacam a lei não estão correspondendo às obrigações da cidadania responsável. Eles geram ódio de nosso legado cultural. (Cf. So Much for Promises — Quotes Re 1965 Immigration Act, VDare, 9th August 2006)

O senador Robert F. Kennedy, irmão de Teddy, disse patranhas semelhantes, assim como toda a caterva de esquerdistas e seus inocentes úteis da direita. Em 1965, a esquerda seduziu os brancos dos Estados Unidos; em 2020, a esquerda proclamou a condenação desses brancos. Os brancos foram condenados à despossessão e à perseguição como casta desprezível por não brancos ressentidos, cujos rancores de inveja têm aprovação oficial.

O chocante, sentimental e desonesto romance gráfico Illegal (2017)

Mas a sedução e as mentiras ainda estão sendo usadas pela esquerda, como o leitor pode ver no romance gráfico para crianças recentemente publicado Illegal (2017). O título é irônico e faz referência a uma famosa citação do ativista judeu Elie Wiesel sobre migrantes ilegais: “Nenhum ser humano é ilegal”. Escrito por dois brancos irlandeses, Eoin Colfer e Andrew Donkin, e ilustrado pelo italiano Giovanni Rigano, também branco, Illegal conta “a história de Ebo e Kwame [dois irmãos negros] e sua torturante viagem do Norte da África para a Europa em busca de uma vida melhor”. Em outras palavras: é tudo propaganda para a abertura das fronteiras e a danação demográfica da Europa. É claro que o livro ganharia o maior prêmio na categoria “Melhores livros para crianças e adolescentes”, da Biblioteca Pública de Nova Iorque e, na categoria “Melhor ficção para adultos”, o prêmio da Biblioteca Pública de Chicago em 2018. Esquerdistas gostam de acreditar que são pensadores sofisticados, mas Illegal apela a sua real natureza de narcisistas refutadores da realidade. Na verdade, por exemplo, a maioria daqueles que procuram “refúgio” na Europa é de homens jovens e arrogantes, numa idade em que costumam formar sua gangue de estupradores e cometer seu primeiro crime.

De olhos grandes e narizinho chato, Ebo quer a ajuda do leitor.

Na fantasia de Illegal, entretanto, o herói é um pré-adolescente chamado Ebo, cujos “grandes olhos, bochechas rechonchudinhas e narizinho de botão” poderiam ter sido extraídos diretamente de um artigo científico intitulado “How cute things hijack our brains and drive behaviour” [Como as coisas engraçadinhas sequestram nosso cérebro e condicionam o comportamento] (2016). Sim, Ebo tem um irmão mais velho, alto, forte, um jovem adulto chamado Kwame mas, é claro, os autores matam Kwame por afogamento durante a travessia do Mediterrâneo, e Ebo teve de continuar sozinho sua “torturante viagem”. Em resumo, o romance é chocantemente sentimental e desonesto. E ele levanta uma desconfortável questão. Será por mera coincidência que por trás de tão enganosa propaganda estão dois irlandeses, como aqueles dois irlandeses da família Kennedy que promoveram fraudulentamente a lei de imigração de 1965 nos Estados Unidos?

   “Ajudem-me, salvadores brancos!”: os grandes olhos de Ebo apelavam para os de cima.

Não, infelizmente não é coincidência. Os católicos irlandeses são minoria inimiga dos protestantes saxões, servindo sempre de aliados providenciais para a hostil elite judia, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, situação análoga àquela das ressentidas minorias antirrussas de georgianos e letões na URSS sob controle judeu. A Revolução Bolchevique e sua precursora na França do século XVIII são outros exemplos de como a esquerda se vale de sedutoras mentiras antes de revelar sua real, repugnante natureza. Na França como na Rússia, os revolucionários prometeram “Liberté! Égalité! Fraternité!”, para então criar tiranias que se banharam no sangue de seus próprios povos.

Lucrando e lacrando com o ódio: os pernósticos, autocomplacentes autores irlandeses e o ilustrador italiano de Illegal querem certificado de sua superior condição moral.

Mas os esquerdistas perderam estatura intelectual e ambição desde os dias de Robespierre e Lenine. Livros tais quais Illegal e Anti-Racist Baby, este de Ibram X. Kendi, não são sérios nem arrazoados minudentemente à maneira de Marx em O Capital (1867). Os esquerdistas de hoje abandonaram o intelecto pela emoção, como se vê em Illegal. Com as imagens do pequeno e engraçadinho Ebo, pretende-se disparar circuitos cerebrais primitivos para contornar o intelecto. Um grupo de psicólogos explica isso nos seguintes termos: “Bebês furam a fila do processamento no nosso cérebro. Eles passam à frente de qualquer outra coisa na mente, o que torna difícil que sejam ignorados. Eles também prendem nossa atenção até mesmo antes de serem reconhecidos como bebês. Eles têm esse condão por sua graça, seus grandes olhos, as bochechas gordinhas e o narizinho de botão”.

O bebê antirracista de Ibram X. Kendi

O desespero de mulheres e crianças também “fura a fila do processamento cerebral”, por isso os esquerdistas usam tantas mulheres e crianças não brancas nas suas enviesadas reportagens sobre a enchente migratória. Mas creio também que essa atitude empática dos esquerdistas quanto aos não brancos tenha correlação com a preocupação deles com o bem-estar animal, que envolve os mesmos circuitos neuronais ligados à emoção. Por exemplo, comparem-se as três imagens abaixo, extraídas de veículos de propaganda esquerdista, como o jornal The Guardian:

A propaganda esquerdista explora a dor em faces femininas.

As imagens apelam à mesma sentimentalidade irracional esquerdista, implicando postura maternalística de haute em bas para com migrantes, mas também para com “Xita, a macaca sagui” [no original: Rondon’s marmoset] atropelada por um carro enquanto fugia de um incêndio florestal no Brasil, em outubro de 2020. Aliás, a mulher migrante que carrega o bebezão também estava fugindo de um incêndio, desta vez num campo para migrantes na ilha grega de Lesbos, em setembro de 2020.

Buscando o poder, alimentando o narcisismo

A Inglaterra está a milhares de quilômetros de Lesbos, mas The Guardian, de perspectiva favorável, reportava o seguinte: “Aumenta a pressão sobre o governo do Reino Unido para que ele acolha alguns milhares de pessoas desabrigadas em consequência de devastador incêndio que destruiu um campo para migrantes na ilha grega de Lesbos”. Esses homens adultos que “procuram asilo” vêm das menos progressistas e mais misogínicas e homofóbicas culturas da Terra, mas os esquerdistas não se importam com isso. Como   tenho apontado com frequência, aos esquerdistas interessa conquistar o poder e alimentar o próprio narcisismo, não lhes interessa entender o mundo ou melhorar a vida daqueles que supostamente são o objeto de seu desvelo.

E como os esquerdistas conquistam o poder e alimentam o narcisismo deles? Eles mentem, como mostrado acima. Teddy Kennedy alegava que “a disposição étnica” dos Estados Unidos não seria transtornada pela lei da imigração de 1965. Não deu outra: ele mentia. Eoin Colfer e seus amigos retrataram os migrantes como crianças engraçadinhas em Illegal. Eles também mentiram.

Sejam todos advertidos, pois: a esquerda mentirosa leva o Ocidente para a maldição demográfica, da mesma forma inexorável como Satã conduziu Ambrósio, literalmente, para a sua maldição em O monge.

Fonte: The Occidental Observer. Autor: Tobias Langdon. Título original: Demographic Damnation: How Leftism Lies to Open the Borders. Data de publicação: 19 de dezembro de 2020. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

 

Não examinado, não questionado, não desafiado:   o poder judeu na admirável Inglaterra nova

Ehud Sheleg. Quem que é esse? CFI. Hem? O que é isso?

A grande maioria do povo na admirável Inglaterra nova não tem nem noção da resposta a essas perguntas, porque a mídia dominante não publicou absolutamente nada sobre essas questões muito importantes durante as eleições gerais realizadas recentemente.

O maior lóbi da política britânica

Mas esta revista digital é a The Occidental Observer, o Lar do Ódio, e aqui nós não sonegamos informações sobre esses interessantes e graves assuntos.

Sir Ehud Sheleg (nascido em 1955), judeu de Israel, é o possível fraudafioso [nota do trad.: fraudador + mafioso] de opções binárias e atual tesoureiro do Partido Conservador. Ele sucedeu o judeu sul-africano Sir Mick Davis em 2019 e admitiu explicitamente no Jewish Chronicle que coloca os interesses de Israel acima dos de outros países.

E o que é CFI? CFI é a sigla para representar a organização denominada Conservative Friends of Israel [Amigos Conservadores de Israel], que na mesma publicação Jewish Chronicle foi descrita como “o maior lóbi no Palácio de Westminster”, ou seja, na política britânica.

Os góis prostram-se ante a judiaria: Sajid Javid, Priti Patel e Boris Johnson na CFI

Essa entidade, a CFI, controlada por um outro judeu, injustamente obscuro, chamado Lord Polak, foi responsável por ciceronizar a mulher e política inglesa de origem indiana chamada Priti Patel numa série de reuniões secretas e sem registro oficial com políticos de Israel em 2017 (e provavelmente fazia isso desde muito tempo antes). Patel teve de renunciar ao seu cargo no governo de Theresa May por causa de seus esquemas escusos para favorecer governo estrangeiro, mas não se aflija, caro leitor: ela deu a volta por cima ao ser nomeada para cargo ainda melhor e mais importante quando Boris Johnson substituiu May em 2019. Pois é, os quatro políticos mais importantes da Grã-Bretanha — o meio-judeu Boris Johnson como primeiro-ministro, o paquistanês islâmico Sajid Javid como chanceler, a indiana hinduísta Priti Patel como ministra do Interior e o judeu Dominic Raab como ministro do Exterior — são devotados amigos e obreiros de Israel.

A “especial e preciosa” conexão judeo-monárquica

Na verdade, essas figuras não são realmente as mais importantes da política britânica. Ehud Sheleg e Lord Polak são de fato importantes enquanto tesoureiro do Partido Conservador e diretor do CFI, respectivamente. Mas Sheleg e Polak não foram submetidos a nenhum exame sério por parte da mídia dominante. Se algum jornalista se atrevesse a questionar o papel desses judeus no coração do partido dirigente da Grã-Bretanha, ele acabaria sendo denunciado como antissemita e banido da vida pública. Os dogmas são simples: primeiro: os judeus são filantropos de grande santidade sem interesses próprios, mais assim ainda em relação a Israel; segundo: os interesses de Israel são, em todo caso, idênticos àqueles da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos, da França, da Alemanha et al.

A rede reservada: organizações judias controlam a política britânica (BICOM = Britain-Israel Communications and Research Centre)

A exortação seguinte tem sido repetida com frequência: “Lembrem-se todos dos valores judaico-cristãos! Porque, afinal, esses valores estão na base da Civilização Ocidental”. A verdade é que ocorre aí uma contradição em termos, e a expressão “judaico-cristãos” é especialmente idiota, mas, mesmo assim, ela pode se tornar popular durante o que resta do mandato de Boris Johnson. Nesse caso, o chefe da torcida organizada será o ingênuo e estúpido herdeiro do trono inglês. Confirme na transcrição a seguir:

Príncipe Charles enaltece a “especial e preciosa” conexão entre a comunidade judaica e a Coroa.

O príncipe de Gales pronunciou o discurso transcrito abaixo em cerimônia de homenagem à comunidade judaica no Palácio de Buckingham:

É com grande alegria que lhes dou as boas-vindas ao Palácio de Buckingham nesta noite, quando se aproxima a Festa de Chanucá, para juntos celebrarmos a contribuição de nossa comunidade judaica à riqueza, à saúde e à felicidade do Reino Unido.

Em todos os momentos de nossa vida, em todos os campos onde aplicamos nosso esforço [N. do trad.: “endeavor” (esforço) no original, ao que o articulista pergunta: “Por que a pronúncia americana?”. A forma inglesa de “Endeavor” seria “Endeavour”], nossa nação não poderia dispor de mais generosos cidadãos, nem de mais leais amigos. Daí a minha felicidade por esta oportunidade de lhes dizer “Obrigado!”, embora os Amigos merecessem muitíssimo mais, por tudo o que fizeram e continuam fazendo por este país, aqui e nas maiores instituições internacionais, tanto quanto nas comunidades locais de todo o mundo.

Frequentemente eu defino o Reino Unido como uma “comunidade de comunidades”, a qual se enriquece pela diversidade de seus grupos constituintes, cuja totalidade é tão maior do que as suas partes. […]

Por isso é que esta época do ano [dezembro], tão especial para cristãos como também para judeus, enseja o momento ideal da celebração desta noite — porque a importância da Unidade na Diversidade está no próprio coração de nossos valores enquanto sociedade. Ela determina o que é o nosso país e quem somos nós.

A conexão entre a Coroa e nossa Comunidade Judia é alguma coisa especial e preciosa. Tenho mesmo razões particulares e pessoais para dizer isso, pois calaram fundo em mim, desde garoto ainda, as comemorações alusivas à minha Família nos cultos semanais que se realizam há séculos nas sinagogas britânicas. E enquanto vocês se recordam da minha Família, nós nos lembramos de vocês e os enaltecemos. […]

Ainda que de forma pouco equivalente, venho tentando retribuir por vários meios os benefícios que nos dão a comunidade judia. Eu compareço a encontros da Kindertransport Association ou recepciono esses eventos, o que também faço pelos sobreviventes do Holocausto e pela National Holocaust Memorial Day Trust — de que sou patrocinador. Eu colaborei para a construção do Centro Comunitário Judaico em Cracóvia, onde fui privilegiado pelo ato que me foi concedido de afixar uma mezuzá numa porta). E quando me foi oferecido o título de patrono da World Jewish Relief, aceitei imediatamente.

Se me permitem dizê-lo, Senhoras e Senhores, vejo isso tudo como retribuição mínima da minha parte, um verdadeiro contracâmbio a todas as bênçãos imensas trazidas pelo povo judeu a esta terra e, de fato, a toda a humanidade. Nas escrituras hebraicas, pelas quais recebemos muitos dos fundamentos éticos de nossa sociedade, está escrito, lá no Livro do Deuteronômio, esta edificante exortação: “Escolha a vida!”.

Senhoras e Senhores, a comunidade judia do Reino Unido tem cumprido esse mandamento divino de inúmeras maneiras, e nossa sociedade enriqueceu-se imensuravelmente em consequência disso. Hoje temos a oportunidade de dar graças pela amizade que forjamos e pelos valores que compartilhamos. (Prince Charles praises ‘special and precious’ connection between Jewish community and the Crown, The Jewish Chronicle, 6th December 2019 / 8th Kislev 5780)

Unidade na diversidade: os horrores da Divisão Índia em 1947

O príncipe Charles não é apenas um idiota: ele é um ignorante ou está cego e não quer ver. Por isso nada tem de surpreendente que os judeus usem a expressão pejorativa goyishe kop — “gói tonto” — significando gente como Charles, que se apresenta diante deles para declamar seu besteirol. O bonito lema “Unidade na diversidade!” poderia ter sua fonte de inspiração nas páginas de 1984. Aparentemente Charles nunca teve a oportunidade de perguntar a seu amado tio Lord Mountbatten sobre a “unidade na diversidade” observada na Índia britânica em 1947, quando Mountbatten era o vice-rei. Centenas de milhares morreram nas “revoltas comunitárias” de hinduístas, muçulmanos e siques. Muitos também morreram quando Bangladexe conquistou sua independência do Paquistão em 1971. Bengaleses e paquistaneses eram maometanos, mas suas diferenças raciais e culturais bastaram para criar a “unidade na diversidade”, isto é, a guerra, os massacres, a prática organizada do estupro. Embora não haja guerra e massacres (por enquanto), o estupro organizado é marca proeminente da Inglaterra atual. Esta forma de violência manifesta as bênçãos da diversidade que devemos à imigração paquistanesa.

A vingança judaica contra os monarcas do gentio

O próprio Lord Mountbatten serviu de exemplo da “Unidade na diversidade” quando foi abatido num atentado à bomba do Exército Republicano Irlandês (IRA) em 1979. Pois é… A relativamente branda diversidade religiosa e racial do arquipélago Britânico tem custado a vida de muita gente desde há muitos séculos. Por exemplo, Oliver Cromwell cobriu a Irlanda com um tapete de cadáveres católicos no século XVII, mas tal coisa não deve surpreender, atendendo que a revolução republicana de Cromwell fora financiada por banqueiros judeus de Amesterdã. Os judeus odeiam a Igreja Católica e as instituições católicas tradicionais, como a monarquia (tirante os casos de reis-lacaios como Charles). Talvez se explique por esse ódio a execução de Charles I em 1649. Terá sido vingança, resposta dada ao Édito de Expulsão dos Judeus, de 1290, sob Eduardo I.

Eu recomendo ao príncipe Charles que leia o conto fascinante de M.R. James (1862–1936) intitulado The Uncommon Prayer-Book, que trata da deposição de Charles. O príncipe deve aprender alguma coisa sobre a história da Inglaterra e do nefasto papel que nela tiveram os judeus (cf. my discussion). Ser-lhe-ia também proveitoso o estudo do protagonismo judaico na chacina da família imperial russa, os Romanovs, em 1918. Aos judeus não agrada nenhum tipo de monarquia ou aristocracia, a não ser quando o monarca ou aristocrata, por sua dupla condição de imbecilidade e servilismo, possa lhes ser útil.

Com efeito, os judeus têm estabelecido alianças com as elites de não judeus ao longo da história, o que segue acontecendo no presente, e as figuras de Boris Johnson e príncipe Charles são prova disso. Em consequência, outros segmentos da população, traídos, caem na exploração — agora, principalmente, a classe trabalhadora.

Charles poderia ter alguma noção da profundidade de sua estupidez se prestasse mais atenção ao Jewish Chronicle. Suas bajulatórias palavras ao dizer “esta época do ano, tão especial para cristãos e judeus” provam que o príncipe acreditou na mistificação dos judeus para apresentar a Chanucá como se fosse uma importante comemoração judia.

O medonho dezembro

Não é! Trata-se, antes, de festa menor na cultura judaica, mais usada para obscurecer o Natal. Isso o próprio Jonathan Freedland, uma figura altamente etnocêntrica, admitiu no Jewish Chronicle, no mesmo mês do discurso sicofântico do príncipe Charles: “A ocasião de uma eleição pré-natalina não deveria perturbar muito os leitores do JC. As férias não fazem de dezembro o mês mais atribulado dos judeus. Mesmo assim, a perspectiva de uma eleição no mês em que peças de teatro cristãs são encenadas e comidas natalinas são servidas, isso, eu suponho, vai fazer que os judeus sintam um tipo de medo bem próprio deles: o medo dezembrino”.

Freedland fala de “medo” porque ele pensa que tanto um governo trabalhista sob Jeremy Corbyn quanto Boris Johnson com o seu “Brexit” na marra seriam desfavoráveis aos judeus. E o que mais importa na brava Inglaterra nova senão o bem-estar dos judeus? Entretanto, Corbyn foi de longe a maior ameaça, como Freedland ressaltou: “Atentem para o fato de que o Partido Trabalhista de Corbyn tornou-se o primeiro partido do Reino Unido desde o BNP a ser investigado por racismo […]”. A investigação no Partido Trabalhista, conduzida pela Comissão de Direitos Humanos e Igualdade (EHRC), dá mais um exemplo de como a mídia dominante na Grã-Bretanha se recusa a fazer algumas perguntinhas muito interessantes sobre o poder judaico.

O controle judeu

Afinal, não por acaso a EHRC é dirigida por dois judeus: a advogada Rebecca Hilsenrath e o ativista homossexual de direitos humanos David Isaacs. Seria possível que o judaísmo desses dois viesse a influenciar a investigação e suas conclusões? O que é isso?!? Claro que não! Ninguém pode se esquecer de que os judeus são santos exclusivamente devotados ao filantropismo, não tendo nenhum interesse de causa própria (ainda mais em se tratando da demonização do Partido Trabalhista). Mas essa questão nem foi tocada, quando a EHRC foi citada durante a campanha eleitoral. O máximo que a esquerda pôde fazer foi demandar um inquérito similar quanto à islamofobia no Partido Conservador. Mas os tories e seus seguidores nutrem forte cepticismo em relação à validade do conceito de “Islamofobia”. Como o suposto conservador Charles Moore escreveu no The Spectator: “O termo ‘Islamofobia’ deve ser absolutamente refutado. Ao contrário de “Antissemitismo”, trata-se de um conceito falacioso”.

A carinha bolchevique de Rebecca Hilsenrath

Moore é outro príncipe Charles que deveria prestar mais atenção na mídia onde suas próprias palavras são publicadas. The Spectator defendeu firmemente o suposto filósofo Roger Scruton contra acusações de intolerância no começo de 2019. Scruton sofreu a falsa acusação de islamofobia e antissemitismo, mas é claro que esses são dois “conceitos falaciosos”. Uma deputada judia chamada Luciana Berger acusou Scruton de antissemitismo sem nenhuma objeção da parte de outros judeus, e a intervenção do Conselho de Deputados Judeus parece ter sido decisiva para encerrar a participação de Scruton no governo. Scruton acabou sendo readmitido, mas nem ele nem ninguém de seus apoiadores iria depois questionar as injustas acusações de antissemitismo. Afinal, se o fizessem, teriam de admitir a verdade sobre os judeus, mas não estão preparados para isso. Ao contrário, eles se prestam a ser o gói tonto dos judeus, ano sim, ano não, e o poder judaico na brava e nova Inglaterra segue sem exame, sem questionamento, sem desafio. Mas não aqui, no The Occidental Observer, o Covil do Ódio.

Algumas boas razões para otimismo

Não obstante, existem boas razões para o otimismo. Se me fosse dito, no começo de 2019, que milhões de eleitores trabalhistas iriam, finalmente, abandonar o partido que os abandonara desde há muito, eu não acreditaria. Mas tal é exatamente o que se passou, quando sólidas regiões trabalhistas, como Bolsover, Darlington, Sedgefield, Stockton South e Wrexham entregaram-se aos tories nas eleições gerais. Certamente o Partido Conservador não dá a mínima para os seus novos eleitores mas, quando estes forem desapontados, o que será inevitável, começarão a entender quão corrupta e antidemocrática é na verdade a política da brava Inglaterra nova. E eles poderão começar a ganhar consciência do papel central dos judeus nisso tudo.

E se me fosse dito, no começo de 2019, que a expressão “Deep State” e o nome Jeffrey Epstein estariam em toda a mídia americana, eu também não acreditaria. Mas, outra vez, isso aconteceu. As coisas estão seguindo a direção certa. O protagonismo central dos judeus no ativismo antibranco e na corrupção política vai ficando óbvio para cada vez mais pessoas, de forma lenta mas segura. E da compreensão virá a ação.

Fonte: The Occidental Observer. Autor: Tobias Langdon. Título original: Unexamined, Unquestioned, Unchallenged: Jewish Power in Brave New Britain. Data de publicação: 21 de dezembro de 2019. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

COMUNISMO JUDEU: O MENTIROSO DESMENTIDO

A Specter Haunting Europe: The Myth of Judeo-Bolshevism
Paul Hanebrink
Harvard University Press, 2018

As discussões e a literatura da historiografia judaica no atual meio acadêmico do estabilismo exigem extraordinária coreografia. Basicamente, trata-se de uma dança de bastante correria para cá e para lá. Os dançarinos revelam muito jogo de cintura pela gateza com que se esquivam dos fatos, como também muita cara de pau pela naturalidade com que inventam histórias. Todo o mundo sabe que suas imaginosas narrativas são falsas, ainda assim eles não se cansam de repetir essas patranhas da forma mais desavergonhada. O que primeiramente chamou a minha atenção foi o livro de Paul Hanebrink A specter haunting Europe: the myth of judeo-bolshevism, exaltado na recente crítica laudatória de Christopher Browning “The fake threat of jewish communism” [A falsa ameaça do comunismo judaico] no The New York Review of Books. Browning é um historiador do estabilismo de muito préstimo para os judeus pela assistência advocatícia que lhes dá (vende, na verdade — e a bom preço). Browning recebeu 30 mil dólares de Deborah Lipstadt para testemunhar contra David Irving. Ele também costuma depor animadamente contra ex-soldados europeus em julgamentos de crimes de guerra. Embora seu mais notável trabalho,  Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland (1992), contenha a tese pouco notável de que a guerra transforma homens comuns em assassinos, a dedicação de Browning em favor da narrativa dos judeus fez dele o guru da vitimologia judia. Tendo recebido prêmios e recursos de organizações como a Yad Vashem e a USC Shoah Foundation Center, além de muito incenso nos meios de comunicação e universidades do sistema, Browning segue assim galgando posições na sua carreira de arrivista. Ele agora, evidentemente, decidiu favorecer Paul Hanebrink com o toque mágico de sua mão. Neste ensaio, eu quero abordar a crítica de Browning e o texto de Hanebrink enquanto exercícios na produção de histórias fraudulentas.

O título que Browning deu a sua resenha [A falsa ameaça do comunismo judaico] deteve a minha atenção. Na hora, eu nem acreditei, eu pensei: “Será que esse cara tem a coragem de defender uma tese dessas? Será que ele pensa que pode ‘desmentir’ o que é a realidade do comunismo judeu?”. Tamanha façanha exigiria, com certeza, bastante chutzpah [descaramento], mas desde o começo da resenha ficava claro que o texto seria evasivo, que evitaria tratar do tema com franqueza. Como afirma Browning no primeiro parágrafo, “Hanebrink não pretende repetir o que ele considera um erro do Entreguerras — a inútil tentativa de contestar um mito de forma racional, com base em fatos históricos e dados estatísticos”. O que há de interessante nesse vulgar subterfúgio é a confissão mais ou menos explícita desses dois historiadores (“magistrais”) de que eles não têm elementos suficientes para desfazer o “mito” que desafiam. Considerar a apresentação de fatos como “tentativa inútil” mostra a inconsistência intelectual deles, a fraqueza de sua argumentação.

Entretanto, a questão central disso tudo tem a ver com o padrão estrutural da historiografia judia: evitar os fatos ou, quando impossível, minimizar sua importância, e desviar a discussão para abstrações e sofismas. Numa página do manual da ADL, Browning reconhece e lamenta timidamente que “há um pouco de verdade no estereótipo do bolchevismo judeu”, mas insiste, com relação ao comunismo, que “o judeu, como ‘a face da revolução’, é só uma noção culturalmente construída”. Chegamos assim à situação familiar em que fatos não importam e tudo o que desagrada os judeus é olimpicamente declarado reles “constructo”.

 

O texto de Browning é um amontoado de chavões e trai a pesada influência que ele sofreu de um colega dele, o grande filossemita que foi Gavin Langmuir (1924-2005), no que se refere à interpretação do antissemitismo. Eu estudei detidamente os trabalhos de Langmuir quatro anos atrás, quando então escrevi o seguinte:

Langmuir seguiu o modelo do que escrevem os próprios judeus. Isso significa, essencialmente, que ele absolve as populações judias medievais de qualquer responsabilidade pelas reações negativas das populações cristãs anfitriônias; isso significa, também, que ele atribui às sociedades cristãs ou ocidentais um estado psicopatológico arraigado nelas de forma profunda, tendo por sintomas a fantasia, a repressão, o sadismo. A despeito de sua proficiência em história jurídica medieval ser realmente limitada, Langmuir dispôs-se levianamente a fazer grandes pronunciamentos sobre a natureza e as origens dos sentimentos antijudaicos na Europa e ao longo do curso dos séculos. Seus trabalhos, com poucas e miseráveis evidências de leitura mais ampla, retratam o antissemitismo como “basicamente um fenômeno ocidental”.[1] Arrogante, ele se atribui a proeza de haver “definido a cristandade e categorizado suas manifestações, inclusive o catolicismo, de forma objetiva”.[2] Ele faz em seus livros a desconcertante confissão de que “Não irá discutir as atitudes dos pagãos para com os judeus na Antiguidade”.[3] Falando com desfaçatez das teorias racionais de conflito intergrupal baseadas em interesse como metodologia para a compreensão do antagonismo entre judeus e não judeus, ele diz de tais teorias que “são esforços equivocados de teóricos raciais pseudocientíficos”; e mais: afirma que tentativas de explicar o antissemitismo levando em conta o “senso comum” terminam em “desastre”.[4] Na opinião dele, ao contrário, “tanto em sua origem quanto nas suas mais recentes e horríveis manifestações […] o antissemitismo  resultaria da hostilidade dos não judeus, da irracionalidade do pensamento dos não judeus sobre os judeus”.[5]

Browning subscreve totalmente a linha de pensamento de Langmuir, chegando a comentar o texto de Hanebrink da forma seguinte:

O judeu da Idade Média, um infiel, veio a ser o judeu do século XX, um subversivo político. O judeu emancipado, dada a sua maior visibilidade enquanto beneficiário da moderna economia industrial e comercial na altura do final do século XIX, deu azo a que a noção da usura judia fosse substituída por aqueloutra da rapacidade do capitalismo judeu, e após 1914 a imagem do judeu como ameaça econômica revestiu-se de cores mais fortes, ante as acusações de que o judeu lucrava com a guerra e com o mercado negro. O judeu tido em conta de forânea grei exclusivista na cristandade medieval foi facilmente transformado em inassimilável minoria considerada ameaça alogênica interna.

O que há de comum a Langmuir e a Browning é a tentativa de criar uma conexão psicológica e cultural entre as atitudes antijudaicas na Idade Média e a situação atual, estabelecendo analogia entre o presente e o passado. Assim, o antijudaísmo hodierno, segundo declaram esses dois historiadores, explica-se por sua irracional origem religiosa. E nessas declarações esses senhores se valem de descritores abracadabrantes, palavras de que fazem uso abusivo para como que encantar e persuadir os leitores, fazendo-os adotar certos pontos de vista. Deve-se notar a insistência de Browning na suposta condição do judeu como dissidente espiritual e sua clara evasão do fenômeno muito real da agiotagem judia, a qual Browning reduz a reles “noção” preconceituosa. A concorrência econômica do judeu na Modernidade não é levada a sério, mas considerada apenas como “imagem” irracional; e a exploração da guerra como meio de enriquecimento, simples “acusação”. Fica-se assim, então: o coitado do judeu, pacato e inocente, é vítima de gente invejosa, preconceituosa, que o ataca com acusações caluniosas. Esse tipo de enfoque, na sociologia e na psicologia, é coisa típica de Freud e da Escola de Francforte; na historiografia, é coisa típica de Langmuir.

Tais alegações em favor dos judeus, como os sofismas de Langmuir, resultam de grande fraude ou de forte dissonância cognitiva, senão de ambas. O número de trabalhos tratando das atividades de judeus no mercado negro é espantoso. Sabemos por publicação de história da Universidade de Stanford, por exemplo, que em 1941, em certa região da França, 90% daqueles que traficavam no mercado negro eram judeus. [6] Da mesma forma, o livro de Mark Roodhouse publicado pela Oxford intitulado Black Market Britain: 1939–1955, registra que os judeus eram a grande maioria daqueles processados por contrabando na Londres dos anos quarentas.[7] O maior contrabandista de comida na Inglaterra, durante a II Guerra, foi o judeu Sidney Seymour, nascido Skylinsky, que transformou sua sinagoga num depósito clandestino para abastecer o mercado negro, recebendo a mais pesada pena por violação da legislação de comércio de alimentos.[8] Esses são apenas dois exemplos tomados aleatoriamente da crônica histórica, mas a questão é que, para Browning como para Langmuir, trata-se apenas de “acusação” irracional, fatos “fúteis” sem nenhuma importância.

Browning segue com sua sediça explicação sobre a ascendência judia na esquerda:

Mesmo antes da crise de 1918 – 1919, quando muitos europeus viveram a experiência da derrota e da revolução, os judeus só estavam super-representados em partidos liberais e socialistas em virtude de que não eram bem recebidos em partidos conservadores e católicos. A tendência de estigmatizar qualquer movimento político à esquerda dos conservadores como coisa de judeu já era evidente em 1912. Neste ano, os católicos, os liberal-democratas e os social-democratas obtiveram vitória eleitoral na Alemanha. Os vencedores formariam a “Coligação de Weimar” em 1919, em grande parte responsável pela elaboração da Constituição de Weimar, tão vilipendiada pelos conservadores, que chamaram aquela eleição de 1912 de “a eleição dos judeus”. [grifo nosso]

De novo, depara-se-nos artifício bastante manjado: quando os judeus não têm como negar um fato (sua super-representação em partidos liberais e socialistas), nem podem fazê-lo parecer de menor importância, então eles tratam de explicá-lo por suposto efeito de preconceito (os judeus seriam rejeitados em outros partidos). O problema com essas referências históricas pontuais, como muitas vezes tenho explicado, é o que chamei de “cronologia recortada” — algo bastante comum em toda a historiografia judaica e filossemítica sobre o antissemitismo. Quando confrontado a algum fato constrangedor e inevitável concernente ao seu comportamento (esquerdismo, agiotagem, negociatas financiais, pornografia etc.), o judeu ou seu aliado ou lacaio apela a ideia de que tudo tem causa no preconceito antissemita e a partir daí os acusadores são criminalizados, e os criminosos, inocentados. Os judeus estão na esquerda? Ah! Deve ser porque eles não são aceitos na direita. O problema fica mais complicado quando se questiona a razão da exclusão ou o porquê de o judeu ser visto como antagonista social ou cultural. Aqui, ainda se fala de “preconceitos irracionais”. Entretanto, caso se insista na questão, à luz de mais aprofundado contexto histórico, o  questionador não recebe resposta, nenhum fato, só retórica vazia e olhares perdidos.

Sob o peso de suas próprias contradições, Browning afunda em evasivas e manobras logomáquicas. As dúvidas multiplicam-se aos olhos de qualquer leitor. Os judeus estavam ou não estavam super-representados nos partidos comunistas? Se estavam, por que a ideia do esquerdismo judeu seria um mito? E se faltam fatos para derrubar o “mito”, como ele poderia cair tendo contra si a mera sofistaria acadêmica do tal “construto cultural”? Conforme Browning segue na sua fuga para a frente, a confusão só aumenta. Confira:

Desde o princípio da I Guerra Mundial, a Rússia czarista tratava os seus súditos judeus como gente indigna de confiança e potencialmente desleal. Seu exército evacuou à força meio milhão de judeus, ou um milhão, das zonas de combate. Essas operações do exército russo estimulavam o êxodo de muitos outros judeus das regiões orientais do Império Austro-Húngaro para Viena e Budapeste, cidades supostamente mais seguras. A Revolução Russa rebentou entre temores quanto à lealdade dos judeus e quando seguiam sendo expulsos, o que fez mais intensos aqueles temores. O “pânico” por causa do judeo-bolchevismo, argumenta Hanebrink, “encontrou terreno fértil, preparado no tempo da guerra pela paranoia sobre a lealdade do judeu”.

Eis aí mais um excelente exemplo de “explicação” por meio de cronologia truncada. Browning indica que preocupações concernentes ao esquerdismo judeu decorriam de “paranoia”, de desconfiança na lealdade judia, mas ele não fala do contexto dessa “paranoia”, ele não leva em conta nada da situação histórica do período anterior a 1914. Qualquer um, ainda que pouco conhecesse da literatura, desde que fosse pessoa honesta em suas conclusões, iria reconhecer que a judiaria russa radicalizada era uma bomba-relógio de contador sonoro (bip… bip… bip…) preparada para explodir a barragem do ódio judeu acumulado contra a Rússia, e essa acerba hostilidade antirrussa era compartilhada e apoiada raivosamente por judeus de outras partes do mundo. Marsha Rozenblit and Jonathan Karp observaram no seu World War I and the Jews (2017) que os judeus da Europa tinham esse grande conflito na conta de “guerra sagrada contra o inimigo bárbaro, maligno, rapinante, o inimigo da liberdade e da cultura, o inimigo tradicional dos judeus, um Amaleque moderno ansioso para atrocidar judeus na Rússia e na Galícia ocupada”.[9] Rozenblit e Karp escrevem que “principalmente para os judeus, a destruição desse inimigo era de máxima importância”.[10] Tudo isso corresponde perfeitamente com a explicação de Kevin MacDonald sobre o esquerdismo judeu. Este, segundo MacDonald, tem por base a autoconceituação do judeu como vítima, a extrema hostilidade dos judeus para com as estruturas de poder dos não judeus, a utilidade do esquerdismo como excelente ferramenta de poder para a derrubada das elites tradicionais e para a consolidação dos próprios judeus na posição superior de um poder hostil. Browning não fala de nada disso. Conforme Browning, a elite russa só considerava os judeus como potencialmente perigosos por uma questão de “paranoia”.

Nesta altura, eu deixei temporariamente Browning de lado e busquei encontrar o texto de Hanebrink. Para além do conteúdo, a mais óbvia depreciação de um trabalho desse tipo decorre de sua flagrante falta de originalidade. A monografia de Hanebrink consiste, essencialmente, num quase total plágio de um autor chamado André Gerrits, da Universidade de Leida,[11] que escreveu The Myth of Jewish Communism: A Historical Interpretation (2011), livro que é uma desgraceira só. O coitado do Gerrits não mereceu nem uma notinha de rodapé do malandro Hanebrink, que mexeu os pauzinhos na sempre filossemítica Universidade de Harvard, mobilizando os seus amigos judeus pela publicação do livro. No conselho editorial de Harvard, os judeus são mais de 40%. Desse jeitinho, Hanebrink conseguiu o que queria, até porque a venda do livro dependia menos de seu fraudulento conteúdo do que da lábia dos experimentados técnicos em mercatagem de Harvard. Para turvar ainda mais as águas, todo o variado contorcionismo lógico do próprio Browning segue o exemplo de inconfiáveis resenhistas judeus do trabalho de Gerrits como, por exemplo, um tal de Eliezer Ben-Rafael, da Universidade de Telavive. Ben-Rafael diz que o “mito do comunismo judeu” é mesmo um “mito” e que as histórias de Gerrits sobre o comunismo judeu e os comunistas judeus são “fascinantes”. O professor de Telavive faz ainda a vulgar afirmação de que o mito do comunismo judeu é só a combinação de dois preconceitos: o antissemitismo e o anticomunismo. Não obstante, Ben-Rafael fala do vínculo do “mito” com a realidade, dizendo que “muitos judeus tinham participação proeminente na agitiprope comunista não apenas na Rússia, mas também na Hungria e na Bavária (Revoluções de 1917), como ainda, depois da II Guerra, na Checoslováquia, na Romênia, na Lituânia, na Polônia e na Bulgária”. [12] Então, ficamos assim, caro leitor: os judeus não tinham nada a ver com o movimento revolucionário comunista, mas predominaram entre os seus maiores agitadores e propagandistas em vários países ao longo de décadas. Entendeu?

O texto de Paul Hanebrink é ativismo político tanto quanto corrupção historiográfica. Assim como  muitos outros autores filossemíticos, Hanebrink inventa a história de que a sua história não é só história mas, também, “advertência”. Como tal, o livro não começa com a I Guerra Mundial ou com os judeus na Rússia czarista, mas com Charlottesville. Hanebrink mostra-se preocupado com o conceito de comunismo judeu, porque acredita que ele não desapareceu e que ressurge agora não só na extrema direita, mas também no principalismo. Hanebrink não está sozinho. O historiador judeo-britânico Mark Mazower saudou o livro de Hanebrink em novembro de 2018, escrevendo no  Financial Times: “O livro de Paul Hanebrink é oportuno lembrete principalmente para os políticos republicanos quanto à tradição intelectual que favorecem ao se juntarem à coligação transatlântica de teóricos da conspiração que alegremente demoniza George Soros”. Dias antes, outra elogiosa resenha apareceu no New York Times, escrita pelo acadêmico judeu Samuel Moyn. Intitulada “The Alt-Right’s Favorite Meme is 100 Years Old”, o texto de Moyn argumentava que “Nada seria mais parecido com o disseminado discurso acerca do marxismo cultural do que uma versão do mito do comunismo judeu adaptada aos tempos atuais”. Em 16 de fevereiro de 2019, a [Editora] Jacobin publicou pequeno mas empolado trabalho de um casal de esquerdistas suecos intitulado “The Return of Judeo-Bolshevism.” O livro foi recebido de braços abertos pelos acadêmicos judeus e outros marxistas da mídia digital. Também mereceu acolhimento entusiástico do Britain’s Socialist Workers Party, organização remanescente do antigo Partido Comunista Britânico. O fato de o trabalho ser uma mão na roda para judeus e comunistas não deveria, em princípio, colocá-lo sob suspeita quanto à sua objetividade na análise do judeo-bolchevismo. Ocorre que num campo onde grassa o ativismo político, esse é um sinal de perigo que nos deve deixar alerta.

O aumento do apologismo relativo ao comunismo judeu não decorre de nenhum acaso. Verifica-se claramente que os judeus sentem-se perturbados pelo crescimento exponencial da discussão sobre o marxismo cultural nos últimos dez anos. O “marxismo cultural” não passa de um rótulo diferente para o “judeo-bolchevismo” ou “comunismo judeu”. Nenhum curioso precisará estudar por muito tempo o marxismo cultural para descobrir por trás dele o comunismo judeu em mil e um fatos. A discussão do marxismo cultural e a consciência que se tem dele estão em expansão. Quando figuras como Tucker Carlson e (por mais que eu não goste dele) Jordan Peterson discutem esse fenômeno, milhões assomam a patamares mais altos de conhecimento, de onde avistam paisagens históricas que a censura antes toldava ou distorcia, como a Escola de Francforte, os Massacres de Bela Kun, o Holodomor… Nem todo o mundo chegará a esse nível mais elevado de percepção, mas muitos consegui-lo-ão, e isso faz que aqueles empenhados no controle das narrativas percam o sono. Dessa forma, fica claramente entendida a razão de o estabilismo colocar a sua máquina em movimento, produzindo material destinado a distanciar os judeus do marxismo, e especialmente de qualquer ideia de que haja fortes vínculos históricos entre ambos.

Na introdução de seu livro, Hanebrink ataca os nacionalistas dos Estados Unidos e da Europa, pelas acusações que fazem aos “comunistas judeus” de promoverem a homossexualidade e o multiculturalismo em seus países. Ora, os judeus ocupam explicitamente a posição de capitães da indústria dos migrantes e refugiados e escrevem abertamente sobre o destacado papel que desempenham à frente das campanhas de promoção do homossexualismo. Muito recentemente, aliás, quando o cabecilha de um agrupamento de antifas de Washington (DC) foi desmascarado pelo Daily Caller, não houve muita surpresa no fato de que se tratava do judeu Joseph Alcoff. A mãe desse sujeito é a ativista acadêmica Linda Alcoff, que milita na área de “estudos” que os racistas antibrancos chamam de “Problemas da Branquitude”. Certa feita essa “professora” escreveu texto intitulado “A questão branca”, mas depois apagou tudo (o feio trabalho de Linda está salvo aqui). O seu filho fanático e doente mental Joseph Alcoff foi preso poucas semanas atrás, depois de atacar um casal de militonautas latinos. Durante a agressão, o judeu gritava “Nazistas!” e “Supremacistas brancos!”.

O fato de muita gente estar hoje preocupada com o comunismo judeu por causa do que fazem judeus comunistas como Alcoff, buscando cumprir sua agenda, não consta em nenhuma das “ponderações” de Hanebrink. Ao contrário, o comunismo judeu é apresentado como se fora, mais ou menos, uma embustice do passado e do presente. O problema com a tese de Hanebrink é que não há prova dela em nenhum lugar, nem sequer uma tentativa de prova. Não obstante, o seu autor vangloria-se de haver vencido o “mito” do comunismo judeu. Na página 5, Hanebrink escreve o seguinte:

Acadêmicos, políticos progressistas e membros da comunidade judaica têm impugnado inúmeras vezes a alegação de que “os judeus são responsáveis pelo comunismo”. De forma convincente e com autoridade, eles mostraram que o mito do comunismo judeu não passa de constructo ideológico.

Mas Hanebrink não refere nenhum texto com essas tais “impugnações” tão ubíquas, convincentes e autorizadas. Por quê? Porque isso não existe! O verdadeiro mito é o mito que diz que “o mito do comunismo judeu foi refutado”. E nessa falsa conclusão Hanebrink baseia todo o seu trabalho. Na mesma página 5, o malandro continua: “Em vista de toda essa história, o objetivo do estudo do judeo-bolchevismo não deve ser o de determinar quão verdadeiro ele é”. Inacreditável! O cara teve a coragem de escrever isso! Eu precisei ler umas três vezes essas palavras para confiar em meus olhos. E a editora universitária responsável pela publicação de uma coisa dessas goza a reputação de figurar entre as melhores do mundo, o que também é espantoso.

Assim como Browning, Hanebrink não se dá muito bem com estatísticas, ele tem medo delas. Ele fica nervoso ao ter que admitir a super-representação de judeus no Partido Comunista Polonês, que podia chegar a 40%. Então ele produz a pérola de que estatística é coisa aborrecida, estéril, e tergiversa, mudando de assunto. Curiosamente e por causa disso, Hanebrink sempre usa palavras como super-representação ou sobrerrepresentação entre aspas. Ele parece achar que as aspas possam mudar a realidade dos números, que possam alterar os dados estatísticos mostrando a sobrerrepresentação de judeus em movimentos de subversão, posições sociais privilegiadas e negócios fraudulentos. A situação fica ainda mais feia quando ele tenta combater a ideia do comunismo judeu argumentando, de forma pedante, que “metade dos dirigentes mencheviques era de judeus em 1917”, o que não terá dado muita consolação ao czar. A análise de Hanebrink tem ainda o triste problema de ser superficial. Por exemplo, ele escreve que “todos os judeus que abraçavam o comunismo rompiam com o meio social de seus avós”. Ora, tal afirmação não corresponde aos dados estatísticos. Os números dizem que eram criados novos círculos judeus ligados ao comunismo. Como [Kevin] MacDonald mostra, a identidade judia permanecia forte entre os comunistas judeus e outras cepas de esquerdistas. Topando com sobrerrepresentações de judeus aqui e ali, nisto e naquilo, Hanebrink saiu-se com esta outra pérola: “Salvo raras exceções, as generalizações não servem para nada”. É, né? Ah, tá.

Não há nenhuma discussão sobre a etnicidade judia em nenhuma parte do texto, e nisso reside uma das mais negativas manobras do autor ou, na perspectiva dele, uma das mais positivas, como assim a apresenta, o que nada tem de surpreendente. Já bem no começo de seu livro (p.5), Hanebrink diz que a consideração da etnicidade judia entre os comunistas “requer dos historiadores que imponham rígidas categorias étnicas em homens e mulheres cujo autoconceito sempre foi mais complexo e multifacetado”. Não, não é verdade. A maioria dos historiadores que estudam o judaísmo sabe das várias formas de “ser judeu” que não decorrem de nenhuma categorização inadequada, senão que da simples observação do comportamento, da filiação e associação étnicas. Hanebrink esconde-se na correção política, aí buscando um tipo de pretexto multiculturalista para não tratar do tópico explosivo da etnicidade judia no comunismo, questão que deveria estar no coração de qualquer tese versando acerca do judeo-bolchevismo. “Eu não quero rotular essas pessoas”, diz Hanebrink, omitindo o motivo disso. A verdade é que, se Hanebrink rotulasse “essas pessoas”, sua tese estaria condenada pelos judeus, que ainda poderiam sujeitar o seu autor à “crucificação”.

Outro ótimo exemplo das distorções no texto de Hanebrink está na discussão que faz de Bela Kun. Hanebrink alega (p. 25) que não existe “absolutamente nada de relevante” na formação judaica de Kun, mas em outra passagem (p. 16) nota que, dos 47 comissários do povo reunidos por Kun no regime soviético húngaro de 1919, trinta eram seus patrícios judeus. Percebendo claramente que à sua argumentação faltava poder de convencimento, Hanebrink volta a tergiversar, saindo-se com a seguinte declaração: “A verdadeira compreensão das esperanças, dos medos, das motivações de qualquer revolucionário judeu na sua irredutível complexidade é tarefa que, em última análise, cabe mais propriamente a um biógrafo” (p. 25). Eis aí outra capitulação do autor na questão da identidade étnica judia — tema de que Hanebrink não trata por despreparo e má vontade. Sua relutância chega a transpor as raias do ridículo. Tome-se o exemplo da seguinte passagem (p. 25):

Esses homens e mulheres foram atraídos para o bolchevismo pelas mesmas razões pelas quais tantos outros judeus no Império Russo e na Europa toda aderiram ao sionismo ou ao nacionalismo assimilacionista. Eles buscavam escapar das limitações das comunidades tradicionais, abraçar as oportunidades sociais e culturais que lhes oferecia a modernidade, eles queriam, enfim, fazer parte do movimento histórico.

Simplesmente, espantoso! Como é que um cara metido a ser um acadêmico sério dá para discutir o apoio ao sionismo sem mencionar a identidade judia, a etnicidade judia, a percepção dos interesses judeus?! Na curiosa leitura de Hanebrink, os judeus esposaram o sionismo para que fossem “parte do movimento da história”. Isso põe em evidência o fracasso total do livro em abordar a questão da identidade judia de forma minimamente crítica.

Ligada a essa desarrazoada interpretação está a insistência de Hanebrink em limitar ao máximo a extensão do conceito de judeo-bolchevismo, para excluir os judeus de tal conceito. Foi por isso que ele disse que metade dos chefes mencheviques compunha-se de judeus, com isso pretendendo argumentar contra a ideia do judeo-bolchevismo, pois os mencheviques e os bolcheviques eram ferozes rivais. Essa minúcia da história sobre a composição judaica da direção dos mencheviquistas é questiúncula de que alguém trataria só por pedantismo e mistificação. Esse alguém, no caso, é Hanebrink. Ao referir os judeus menchevistas, Hanebrink ocupa-se da árvore para ocultar a floresta. Hanebrink, certamente, não iria ignorar que a expressão “Judeo-bolchevismo” era uma palavra-ônibus onde cabiam todas as variantes da subversão esquerdista judia, especialmente o comunismo judeu como um todo. A floresta que esse autor pretende manter obscura é a massiva participação judia no bolcheviquismo e a ascensão dos judeus à condição de elite hostil após o sucesso da Revolução Bolchevista. Hanebrink define o judeo-bolchevique (p. 8) como “fanático etnoideológico, um transgressor destrutivo empenhado em mobilizar os judeus locais e outros grupos descontentes para subverter a ordem social e moral”. Uma excelente definição, só que nela cabem os mencheviques judeus, os socialistas judeus, os progressistas e quejandos. Em suma, a verdade é que os judeus postavam-se como firmes defensores e partidários do comunismo durante a Segunda Guerra Mundial, no maximante da propaganda contra o judeo-bolchevismo. Essa não é  uma opinião controversa, trata-se antes de fato revelado pelo historiador judeu Dov Levin no seu Baltic Jews Under the Soviets, 1940–1946 (1994), como também em The Lesser of Two Evils: Eastern European Jewry Under Soviet Rule, 1939–1941 (1995), e ainda por outros historiadores numa série de trabalhos acadêmicos. Com efeito, os judeus dominaram os governos comunistas por toda a Europa Oriental depois da Segunda Guerra Mundial.

Talvez, a única coisa de algum valor no livro esteja no Capítulo 6, dizendo respeito à mudança da compreensão ocidental do judeo-bolchevismo para a metáfora de civilização “judaico-cristã”. Esta é, na opinião de Hanebrink, desta vez correta, um moderno constructo sociológico com a finalidade principal de fazer brilhar na cabeça dos judeus americanos a “aura da universalidade” (p. 224), promovendo-se a imagem pró-sionista de suposta “comunidade transatlântica de valores”, unida para dar combate ao islamismo (p. 281). Isso aí é parte de transformação maior havida no século XX, quando a Questão Judaica desapareceu do discurso dominante no Ocidente para dar lugar à “Questão da branquitude” e, mais recentemente, à “Questão do Islamismo”. Considero esse desenvolvimento um dos mais cruciais do século XX, o qual reclama ainda maior explicação, documentação e análise. Escusado será dizer que Hanebrink não nos oferece nada disso, mas me repugna tanto a terminologia de uma fictícia civilização judaico-cristã e essa falseta completa de haver interesses comuns judaico-cristãos, que qualquer referência negativa a toda essa patranha tem a minha aprovação. Assim dou pequenina recompensa ao autor de um trabalho que, em tudo o mais, é realmente horrível.

Em última análise, o livro de Paul Hanebrink em comento, A Specter Haunting Europe, é extremamente estranho, ainda assim representa tipicamente a literatura contemporânea sobre a história judia. Ele promete muito, mas não entrega quase nada. Suas omissões são notáveis; sua insinceridade, profunda; seu filossemitismo, enjoativo. Curiosamente, não há no texto nenhuma expressão de segurança intelectual da parte de seu autor. Presumidamente não sendo um judeu, Hanebrink sabe muito bem, com certeza, que o seu texto não passa de chocante apologia dos judeus. As razões pelas quais um acadêmico branco chega ao ponto de produzir uma coisa dessas não são de difícil dedução. Como no caso de Christopher Browning, tais serviços são fortemente incentivados por tentadora recompensa. A despeito da falta de originalidade, da estreiteza da base factual e da fraqueza da análise, Hanebrink, professor associado de História da Universidade Rutgers, escreveu um livro publicado por prestigiada editora acadêmica (talvez a mais prestigiada de todas), pelo que mereceu os maiores louvores de grandes órgãos da mídia dominante. A mensagem desses nossos comissários soviéticos tardios é a seguinte: “Vendam-se a nós pelo preço da fama!”. Christopher Browning e Paul Hanebrink não resistiram Eles aceitaram a proposta indecente.


[1] LANGMUIR, Gavin. History, religion and antisemitism. Los Angeles: University of California Press, 1990. p.15.

[2] Ibid, 13.

[3] Ibid, 275.

[4] Ibid, 19 & 67.

[5] Ibid, 265.

[6] MURRAS, Michael. Vichy France and the jews. Stanford: Stanford University Press, 1981. p. 183.

[7] ROODHOUSE, Mark. Black market Britain, 1939-1955.Oxford: Oxford University Press, 2013. p. 159.

[8] Ibid, p. 234.

[9] ROZENBLIT, Marsha; KARP, Jonathan. World War I and the jews: conflict and transformation in Europe, the Middle East and America. New York: Berghahn. p. 36.

[10] Ibid, p.37.

[11] GERRITS, André. The myth of jewish communism: a historical interpretation. Brussels: PIE Peter Lang, 2009.

[12] BEN-RAFAEL, Eliezer. André Gerrits. The myth of jewish communism: a historical interpretation. International Sociology Review of Books, v. 26, n. 2, p. 260-263.

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Fonte: The Occidental Observer. Autor: Andrew Joyce. Título original: Lying about judeo-bolshevism. Data de publicação: 2 de março de 2019. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

 

A sociologia como religião

The Sacred Project of American Sociology
Smith, Christian
New York: Oxford University Press, 2014.

Já se sabia, faz algum tempo, que a esquerda mantém a academia sob sequestro. O livro de Christian Smith O projeto sagrado da sociologia americana é um estudo de caso sobre esse fenômeno numa disciplina em que o controle da esquerda é quase total, analisado da perspectiva de sua especialidade — a sociologia da religião.

Smith, professor da Universidade de Notre Dame, acredita que a sociologia acadêmica teve auspicioso começo enquanto empresa científica, secular e naturalística. Com o passar do tempo, entretanto, ela perdeu muito de sua objetividade acadêmica. Atualmente, “A sociologia americana é melhor compreendida como projeto profundamente sagrado” (p. X). O autor emprega o termo “Sagrado” no sentido que lhe dá Durkheim, ou seja, alguma coisa sacrossanta, reverencial e inquestionável.1

Na minha opinião, o projeto sagrado que Smith descreve no Capítulo 1 mostra impressionante semelhança com a ideologia do marxismo cultural ou da justiça social, embora ele não faça uso dessas expressões. Esse projeto sagrado (daí as maiúsculas: O Projeto) consiste numa perquirição espiritual, num tipo de religião secular que busca abolir a desigualdade humana, as hierarquias humanas, os constrangimentos sobre os homens da parte de outros homens ou até mesma da natureza. Tais objetivos inalcançáveis e utópicos provocaram frustração e fanatismo no passado, não se podendo esperar efeito diverso da mesma causa no futuro.

As ideologias políticas podem, às vezes, reunir conceitos nebulosos, e a alguns estudiosos não agrada a tentativa de entendê-las segundo o esquema de esquerda e direita. Mas esse é um modelo útil aqui para efeito de contraste. A autêntica Direita acredita na nobreza dos laços do dever e da lealdade que ligam um homem à sua família, à sua comunidade e à sua etnia. Antes que a igualdade, a Direita celebra a excelência — força, beleza, inteligência. A desigualdade e a hierarquia são intrínsecas à condição humana, e alguma coação sobre indivíduos e grupos é, com frequência, necessidade positiva. E a Direita, quando no poder, busca acabar com a injustiça, a exploração e a pobreza, mas seus esforços nesse sentido não são de alcance global, limitando-se ao âmbito de suas próprias comunidades étnicas.

Ao contrário, O Projeto consiste num individualismo autocentrado. Ele procura “a emancipação, a igualdade, a afirmação moral de toda a humanidade como conjunto de indivíduos enquanto agentes autônomos de si mesmos […] que devem viver suas vidas como bem entenderem e construir para si a identidade que desejarem, estabelecendo as relações e vivências como for de sua vontade […]” (p. 7-8). Embora Smith reconheça que O Projeto tenha recebido conteúdo “revolucionário e socialmente utópico” da “tradição marxista”, como também “sentido terapêutico   […] da tradição freudiana”, de não poucas consequências em termos de influência, esse autor acredita que O Projeto consiste, essencialmente, em simples individualismo ocidental, no contexto maior da tradição iluminista (p. 9). Esse é um ponto de vista, ou seja, O Projeto como o liberalismo levado ao extremo da sua falta de lógica. Eu discordo dessa perspectiva, e Smith volta a tratar da origem do Projeto no Capítulo 4, assim falaremos disso mais adiante.2

O autor não pertence, certamente, à Direita dissidente, e embora ele pareça se enquadrar em algumas visões sociais tradicionais, ele mesmo diz não ser conservador. Eu o situaria, talvez, como um centrista cristão no espectro ideológico. Embora altamente crítico quanto ao Projeto, Smith tem sentimentos ambíguos em relação aos seus fins. Ele decerto censure mais os meios do que os fins. A agenda atual do Projeto é simplesmente uma ponte longe demais. Pior ainda, O Projeto sequestrou a sociologia, “a rainha das ciências sociais”, fazendo dela sua ancila, com o que comprometeu a imparcialidade científica da disciplina e a integridade acadêmica.3

Smith caracteriza O Projeto como “transformador”, “radical,” até “revolucionário”, mas não como remediador ou reformista. Isso parece contraditar a afirmação dele acima referida sobre a inserção do Projeto em tradições anteriores. O Projeto é elitista porque “afinal, as pessoas comuns não são confiáveis (já que não pegam o ‘espírito da coisa’)”. (p. 13).

Um dos objetivos do Projeto é a redefinição da família. Meias-medidas, a exemplo da união civil para casais homossexuais, são inaceitáveis. Só o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode “assegurar o devido reconhecimento moral e social oficialmente formulado, com a aprovação, a validação, a apreciação de que as pessoas precisam para que se sintam bem consigo mesmas” (p. 14). O Projeto tem por certo que identidades herdadas e adscritivas tais como a raça e o sexo podem ser reconstruídas conforme se queira. Daí que Rachel Dolezal possa ser uma ativista negra; e a senadora Elizabeth Warren, uma princesa xeroqui — bem, pelo menos por um tempinho. De qualquer forma, esse é um objetivo que os “religiosos” continuam a perseguir.

Quão hegemônico é O Projeto na sociologia acadêmica? Smith estima o número de fiéis dogmatizados entre 30% e 40% dos sociólogos. Entre 50% e 60% seriam aderentes, mas não tão zelosos de sua fé. Esses números indicam que, no máximo, 20% podem não seguir o credo, mas se comportam como Maria vai com as outras para levar algum tipo de vantagem.

No Capítulo 2, de longe o mais extenso, Smith aponta as evidências de que O Projeto apoderou-se da sociologia. Ele começa examinando os títulos numa exposição de livros durante uma conferência anual da Associação Americana de Sociologia (sigla inglesa: ASA). Alguns desses títulos: The price of paradise: the cost of inequality and a vision for a more equitable America; Breaking women: gender, race and the new politics of imprisonment; The hip-hop generation fights back: youth activism and post-civil rights politics; e Punished: policing the lives of black and latino boys (p. 32). Muitos livros defendiam explicitamente O Projeto; nenhum deles opunha-se explicitamente.

A seguir o autor examina os livros resenhados numa edição recente da Contemporary Sociology, a revista oficial da ASA. Poucos livros são selecionados para resenha, assim a ASA considera os escolhidos como especialmente importantes. Entre os títulos, constavam estes dois: Equality with a vengeance: men’s rights groups, battered women, and the antifeminist backlash; e Creating a new racial order: how immigration, multiracialism, genomics, and the young can remake race in America (p. 38).

Além de livros e resenhas de livros, O Projeto abrange ainda artigos em periódicos. Smith nota que os artigos podem parecer “mais científicos” do que as monografias supracitadas, mas muitos deles também são lanças e escudos da causa sagrada. O autor examina ainda trabalhos recentes saídos na American Sociology Review (ASR). Assim como a Contemporary Sociology, a ASR é publicação oficial da ASA, sendo geralmente considerada “a melhor revista americana de sociologia” (p. 47). Qualquer área de pesquisa é um campo aberto para o avanço da Cruzada. O trabalho de Robert Putman, por exemplo, sofre campanha de descrédito. Tudo porque ele indica a “perda de capital social” e o crescente isolamento social nos Estados Unidos. Alegam mil e uma questiúnculas metodológicas, “denunciando” supostas falhas que vão da coleta dos dados à sua interpretação. Alguns dos alvos visados estudam “o colapso das famílias nucleares estáveis” e “a perda de linguagem cultural compartida de comunidade e responsabilidade” (p. 48). Porquanto estas sejam preocupações associadas aos conservadores, e em virtude de O Projeto “estar implicado nas mudanças socioculturais que podem ser criticadas por seu caráter socialmente destrutivo”, os Projetistas tentam fazer crer que “todas as mudanças socioculturais operadas desde os anos sessentas — as quais críticos situam na origem do declínio do capital social, da conectividade e da comunidade — não representam, na realidade, nenhum tipo de problema” (p. 49).

Continuando, Smith observa que O Projeto envolve não apenas “academismo”, mas também ativismo. “A ASA tem organizado uma série de programas de conferências para ativistas nos seus encontros nacionais” com a finalidade de promover mudanças sociais e inclusão como forma de combate à opressão e à desigualdade. (p. 60). “The ASA declara sem meias-palavras que a sociologia americana não se ocupa apenas com a condução e a divulgação de trabalhos acadêmicos, mas também com a indução da mudança social por meio do ativismo (p. 62).

Outro conjunto de evidências é apontado nos livros didáticos de sociologia. Geralmente, os cursos de introdução à sociologia integram o currículo básico exigido nos cursos universitários de graduação. Assim, a cada semestre, milhares de estudantes de 18 a 21 anos, portanto muito sugestionáveis, seguem esses cursos. Eu não me lembro muito do curso de introdução à sociologia que fiz há muitos anos, mas hoje esses cursos mais se parecem como classes de doutrinação para a formação de marxistas culturais. De acordo com Smith, num típico curso de sociologia, os estudantes são “despojados da visão de senso comum sobre a liberdade e a responsabilidade […], são ‘habilitados’ para a tarefa de se juntar a outros para mudar a sociedade […] e são desconvencidos do valor do modo de vida de sua cultura, o que pavimenta o caminho para um tolerante multiculturalismo” (p. 73). O capítulo sobre “Sexo e sexualidade” de um livro de sociologia bastante usado inclui tópicos como “homofobia, teoria queer, transas eventuais (suas vantagens e desvantagens)” e sexo extramarital (em tempos de mais “repressão”, chamado de adultério) (p. 84).

Deixando os livros-textos, Smith passa a tratar de outro conjunto de provas que ele chamou de “histórias reveladoras”. Aqui ele escreve que a obtenção de estabilidade no magistério superior pode depender da “correta perspectiva” do candidato sobre questões sociais e políticas. Cabe mencionar que a estabilidade é o último obstáculo para se chegar ao cargo de professor universitário em tempo integral. Primeiramente um estudante deve ser admitido num programa de doutorado, deve escrever e ter aprovada a sua tese sob a orientação (vigilância, na verdade) de um titular, para então ser contratado como professor, depois do que ele poderá conseguir jornada de trabalho de tempo integral. Cada uma dessas fases serve de grade epistemológica para impedir o ingresso de acadêmicos dissidentes nas universidades. Trata-se de um sistema fechado com pouca ou nenhuma forma de responsabilização externa. Ao longo dos anos esse esquema conduziu à hegemonia esquerdista nas profissões liberais e ciências sociais.

Desse consenso institucional excludente [no original: groupthink] resultam pesquisas fraudulentas que só são descobertas depois de anos; e, depois de décadas, refutadas. O melhor (ou pior) exemplo disso é o “estudo” de Lenore Weitzman sobre as consequências do divórcio. Weitzman, judia e feminista radical, publicou trabalho “concluindo” que, após o divórcio, o nível de vida das mulheres cai 73%, e o dos homens sobe 42%.4 “A pesquisa dela mereceu premiação da ASA em 1986 por ‘importante contribuição à investigação acadêmica’. Foi resenhada em pelo menos 22 revistas de ciência social e 11 revistas jurídicas. As revelações de Weitzman foram citadas em mais de 170 artigos de revistas e jornais, 348 artigos de ciências sociais, 250 artigos jurídicos, 24 causas de cortes estaduais e numa decisão da Suprema Corte. (p. 100).

Pelo menos um sociólogo, Richard Peterson, permaneceu altamente céptico em relação às “descobertas” de Weitzman. Ele pediu os dados da pesquisa para revisão. Weitzman negou-se a atender à solicitação, tergiversando. Depois de resistir por 10 anos, Weitzman finalmente cedeu e cedeu os dados, ao ser advertida pela “National Science Foundation, financiadora do trabalho, de que não receberia mais recursos se não o fizesse” (p. 98). O que Peterson constatou foi um emaranhado de muitas incorreções, inconsistências e dados omitidos. Então ele refez todo o trabalho como melhor podia. Os resultados a que chegou: uma queda de 27% no padrão de vida da mulher e uma elevação de apenas 10% no padrão de vida do homem. Nesse meio tempo, outra investigação, maior e realizada em melhores condições, revelaria que tanto os homens quanto as mulheres saíam mais pobres de um divórcio.

Smith destaca que a pesquisa sobre o divórcio que ele contestou não esteve restrita ao debate acadêmico. Ela teve consequências no mundo real. As “informações” de Weitzman subsidiaram cortes e legislaturas na reformulação do marco legal do divórcio e acarretaram perdas financeiras sérias para os homens. “No final das contas, os enormes erros reconhecidos no trabalho de Weitzman — os quais motivaram grandes mudanças legais e culturais quanto ao divórcio, inclusive algumas que afetaram profunda e negativamente os homens divorciados — não prejudicaram a carreira dela. Atualmente ela integra o programa Clarence J. Robinson da George Mason University, Fairfax, Virgínia, como professora de Sociologia e Direito” (p. 101). E agora o remate de toda essa encenação: 20 anos depois de ter caído em descrédito, “o desarrazoado de Weitzman continua a ser citado ainda hoje no mais vendido livro de introdução à sociologia do mercado” (p. 104).

O escândalo de Weitzman é exemplo frisante do viés confirmatório e dos dois pesos e duas medidas para a avaliação da pesquisa nas ciências sociais. Se acontece, como costuma acontecer, de a pesquisa chegar às conclusões “corretas” — isto é, aquelas de acordo com a agenda do Projeto, como foi o caso assustador do que Weitzman “descobriu” sobre o divórcio — então a investigação é aceita de olhos fechados. Por outro lado, se os resultados da pesquisa estiverem em desacordo com O Projeto, isso indicará erros de concepção e análise no trabalho. Neste caso, nem todas as evidências do mundo bastarão para livrar qualquer trabalho de resultados indesejados da condenação como “pseudociência”, termo de que os esquerdistas gostam muito, aliás. Mas, na realidade, pseudociência é a deles, que rasgam seda para os “irmãos” do Projeto pelo testemunho de sua “fé” acadêmica, enquanto atacam com as críticas mais extremas os trabalhos dos “hereges” que lhes profanam a “divindade”.

No Capítulo 3, Smith trata desse aspecto religioso, mostrando a forte semelhança entre as práticas dos sociólogos acadêmicos e aquelas do que seria uma comunidade mística de espíritos iluminados. Primeiramente, aqueles iniciados chegados à pós-graduação, portanto já adiantados no palmilhar da senda luminosa, são aí submetidos a “longo e rigoroso processo de ensino-aprendizagem, no qual assimilam o conhecimento da verdade última sobre a realidade do mundo. Então, da posição elevada que alcançam pela contemplação da Essência superior, os iniciados chegam a transcender a inteligência desprezível dos homens e mulheres profanos” (p. 115). Uma vez integrados plenamente ao corpo eclesiástico, os pastores buscam novas ovelhas entre os mais promissores catecúmenos de seu redil, aqueles que mais claramente obedecem ao Chamado e se mostram capazes de melhor servir aos desígnios sagrados do Projeto (p. 116). Finalmente, os eleitos devem estar “sempre alerta e vigilantes contra os lobos em pele de ovelha, os hereges, os infiéis, os traidores que podem estar à espreita dentro da própria congregação e levar o Projeto à perdição”. (p. 118).

O autor volta a falar das origens do Projeto no Capítulo 4, e aqui eu discordo da análise de Smith. Como mencionado na discussão do Capítulo 1, o autor vê O Projeto como a última fase do desenvolvimento do liberalismo ocidental e do individualismo. Eu vejo O Projeto mais como descontinuidade, não apenas em relação à tradição ocidental em geral, como também, especificamente, em relação aos homens que criaram a sociologia enquanto disciplina acadêmica no fim do século XIX e no começo do século XX.

Em primeiro lugar, deve ser considerado que o liberalismo e o Iluminismo foram produtos da mente de homens brancos ocidentais; bem ao contrário, O Projeto é explicitamente antiocidental, antibranco e antimasculino. Em segundo lugar, não obstante tenha o Iluminismo celebrado o indivíduo, ele o fez de forma restrita. Neste ponto cumpre examinar os efeitos políticos e sociais do pensamento iluminista mais do que o Iluminismo como movimento puramente filosófico. Na Europa Ocidental e na América do Norte, o Iluminismo pode ser representado pelo republicanismo dos Patriarcas da Independência Americana e seus precursores. Esses homens frequentemente escreviam e falavam sobre a necessidade da virtude e do autocontrole, sobre a riqueza coletiva, sobre o bem comum. Na Europa Central e na Europa Oriental, o Iluminismo foi incorporado pelos Déspotas Esclarecidos, os monarcas absolutistas dispostos a reformar suas sociedades de cima para baixo. Ambas as variantes eram bem diferentes, talvez a própria antítese do delicado vale-tudo em que todo o mundo pode fazer o que bem entende, conforme preconiza o  individualismo do Projeto. Em terceiro lugar, o Iluminismo e a Revolução Científica desenvolveram-se pári-pássu. Um dos topos de Smith é a perda da objetividade científica na sociologia. O Projeto tem base na fé, trata-se de uma religião secular. Seus alicerces não se constituem cientificamente. Nele opera-se sofisticada manipulação das ciências sociais e biológicas para que sirvam a sua agenda. A Direita Dissidente tem base mais firme na ciência do que a esquerda contemporânea.

O autor tece breves considerações sobre Lester Ward, Edward Ross e outros dos “primeiros sociólogos americanos que escreveram livros didáticos” (p. 122). O que Smith não quis reconhecer foi a profunda influência da teoria evolucionária, do racialismo e da eugenia sobre as nascentes ciências sociais da época. 5 Veja-se, por exemplo, Lester Ward, o primeiro nome na lista de Smith. Ward criou o Departamento de Sociologia da Brown University e foi o primeiro presidente da ASA. Nascido em Illinois de família provinda da Nova Inglaterra, ele lutou na Guerra de Secessão pelo exército da União, chegando a ser gravemente ferido. Não obstante, Ward era dotado de forte consciência racial. Ele “estabeleceu uma distinção entre as raças ‘históricas’ ou ‘mais bem dotadas’ originárias da Europa e outros grandes grupos raciais de negros, vermelhos e amarelos […] Ele falou abertamente de raças ‘superiores’, ‘inferiores’ e ‘decadentes’”. 6  E apesar de seu contexto cultural, Ward mostrava sincera preocupação com a segurança das mulheres brancas do Sul.

As raças inferiores, argumentava Ward, tinham extraordinário apetite sexual por membros das raças superiores, porque obscura e instintivamente nisso percebiam via para o melhoramento da sua própria raça. Um negro que viola a mulher branca, declarou Ward, é compelido por algo mais do que a simples luxúria. “Esta é a voz inaudita mas imperiosa da natureza a comandá-lo, mesmo sob o risco da lei de linchamento”, disse Ward, “para erguer sua raça a nível um pouco mais alto.” Por outro lado, a fúria da comunidade branca onde tal ato tem lugar é da mesma forma natural. 7

Assim pensava o primeiro presidente da Associação Americana de Sociologia.

No passado, quando o estabilismo era confrontado com o racialismo dos fundadores da sociologia, a exemplo de Ward, a reação era tentar minimizar ou desconsiderar tais convicções como meras prevenções ultrapassadas de que já se havia defecado a sociedade, da forma como também se expurgara das visões errôneas no campo da medicina ou astronomia. No ambiente mais polarizado de hoje, tais convicções são vistas como prova de um alastrante racismo, ao mesmo tempo individual e institucional, antigo e novo, de que se deve cortar os ramos e arrancar as raízes.  A consciência racial branca e a preferência pela raça branca eram, obviamente, parte do senso comum no passado. A experiência de Ward como militar da União não enfraqueceu as preocupações dele com o bem-estar das mulheres brancas do Sul. O sangue fala mais alto do que diferenças regionais. É evidente que ele refletiu profundamente sobre a questão e analisou-a de perspectiva evolucionária.

Outro nome na lista de Smith, Edward A. Ross explicitou de forma ainda mais precisa suas visões sobre a raça. Homem alto e forte, defensor de hábitos rigorosos e de uma vida enérgica, amigo de Teddy Roosevelt, Ross foi quem cunhou a expressão “suicídio racial”, depois empregada por Roosevelt e Madison Grant. Ross concluiu o seu curso de doutorado na Universidade Johns Hopkins e a seguir participou da criação do Departamento de Sociologia da Universidade de Wisconsin, onde lecionaria por 31 anos. Ele também presidiu a ASA como o seu terceiro presidente. Ross não via utilidade em dar direitos eleitorais aos negros: “O voto não faz o negão virar Platão”.8 Ele também lutou, com firmeza, pela limitação da imigração. Ele acreditava que “O dinheiro judaico […] estava financiando a campanha pela imigração ilimitada, pretensamente em benefício de todos os imigrantes” e que, na verdade, “Uma só raça estava por trás dessa campanha, agindo pelo próprio interesse”. Conforme Ross, “Os judeus responderam ao benefício do asilo americano com tremendo malefício: eles minaram o controle dos Estados Unidos sobre o seu próprio destino racial”.9 Ross escreveu um dos primeiros livros de introdução à sociologia, Foundations of Sociology (1905). Algumas partes desse livro poderiam ter sido escritas por Madison Grant. Deve-se enfatizar que homens assim como Ward, Ross e mesmo Grant eram progressistas que combatiam o interesse das corporações e apoiavam os trabalhadores, aos quais mostraram-se solidários. Eles eram verdadeiramente progressistas, e o estudo das ciências sociais conduziu-os para o realismo racial. Eu não posso entender por que escritores da Direita chamam hoje os seus oponentes de “progressistas”.

As evidências apontadas acima indicam o revertério havido na sociologia durante o século XX. O Projeto é, de fato, revolucionário. Foi dado um giro de 180 graus nas questões sociais, especialmente quanto a raça e sexo. Embora Smith reconheça a influência do marxismo e do feminismo na sociologia contemporânea, eu não acredito que ele tenha plena consciência de quão graves foram as mudanças operadas. O Projeto adotou elementos da teoria trotskista da revolução permanente para a mudança social, a par de princípios da contínua Revolução Cultural maoísta, as quais não têm prazo de encerramento.

Smith termina o Capítulo 4 dizendo que o sequestro da sociologia pelo Projeto não era inevitável. De novo, as evidências acima confirmam essa conclusão. As ciências sociais como um todo poderiam ter continuado na via do naturalismo ao longo do século XX, tendo por referência as ciências da vida, especialmente a biologia evolucionária. Existe certa tendência natural de leitura da história num sentido reverso, ou seja, da frente para trás, por onde eventos ou processos de décadas ou séculos passados são considerados teleologicamente, assim como se tivessem existido como preparação para o irresistível advento das condições do presente. Uma visão mais equilibrada do passado percebe caminhos abandonados nas encruzilhadas da história que poderiam ter sido os escolhidos.

O Capítulo 5 intitula-se “Consequences”, mas eu acho que um título melhor seria “Os sete pecados capitais da Sociologia”. Estes pecados são os seguintes:

  1. 1. Desonestidade: “A disciplina tem sido desonesta consigo mesma, com os estudantes e seus pais, com os administradores e doadores das universidades e com os contribuintes americanos”. (p.134). Com muita frequência a sociologia torna-se propaganda disfarçada de ciência social.
  2. 2. Hipocrisia: “Apesar de disciplina muito obsedada pela mazela americana da desigualdade social, a sociologia mostra-se elitista, estruturando-se em termos de estratificação segundo hierarquias de status e poder que operam processos sociais excludentes para a proteção de privilégios, tanto quanto qualquer outra instituição na sociedade”. (p. 136).
  3. 3. Proselitismo gramscista: transformada em veículo institucional de propaganda política, o aparato acadêmico-editorial da sociologia tem servido à doutrinação “progressista” em favor de toda sorte de inversão política e social nas guerras culturais pela “revolução”, agora assimilada a uma religião que promete o paraíso a toda minoria descontente. A subversão minoritária volta-se não só contra a sociedade, mas também contra a própria natureza.

Os quatro pecados restantes estão estreitamente relacionados:

  1. 4. Padronização pensamental: toda ideia dissidente é proscrita. A seleção por conformidade e o isolamento e expurgo de estudantes e professores que não pensam da forma politicamente correta são processos conducentes à formação de sociólogos alienados, perdidos na confusão que fazem entre fatos sociais e artigos de uma fé intolerante, embora cultuada em nome da tolerância.
  2. 5. Miopia social: a incapacidade para pensar “fora da caixa”. Tudo o que a religião acadêmica do esquerdismo não pode enquadrar é visto como abominação. Toda resistência política ou cultural ou simplesmente comportamento autônomo de oposição sofre estigmatização como preconceitos diversos: sociais, raciais, sexuais… Estes “males” recebem o castigo expiatório num gradiente que vai do simples ostracismo ao extremo da prisão e até mesmo da pena de morte, passando por censura e multas, no que se configura como processo repressivo dinamizado pelos interesses da burocracia da indústria judiciária a serviço do capital transnacional e outras forças globalistas.

 

  1. Corrupção da avaliação interpares: caso paradigmático deste sexto pecado foi o escândalo de que tratamos, o qual teve Weitzman como impenitente protagonista. “Asinus asinum fricat”, diriam os latinos.
  2. 7. Incapacidade de autocrítica: este sétimo pecado decorre do que parece ser a óbvia correção da teologia do Projeto aos olhos de seus crentes. Estes, em sua cegueira sectária, “não percebem o dogmatismo religioso do Projeto, que assim passa por ser a realidade autoevidente”. (p. 176).

O Capítulo 7 inicia com a interrogação “What Is Sociology Good For?” [“Para que serve a Sociologia?”]. Nota-se que Smith sentiu embaraços na resposta. Às vezes, o autor manifesta que “a sociologia, como uma empresa, deveria ser fechada, simplesmente”, ou que devesse, “talvez, ser enxugada” (p. 184). A Sociologia pode ser muito boa para a descrição das características sociais, os problemas começam quando ideologia e política se misturam “sob o disfarce de teoria e interpretação”, distorcendo a pesquisa sociológica. A solução evidente consiste em substituir a perversa e destrutiva ideologia do Projeto por orientação mais saudável e objetiva que corresponda às necessidades da sociedade.

O Capítulo 8 finaliza o texto recapitulando sumariamente os principais pontos. Há um apêndice onde o autor descreve brevemente suas crenças pessoais. No começo do livro, Smith havia dito que era contrário ao Projeto Sagrado – o qual eu identifico com a Esquerda – mas que não era conservador, que não chegava a ser da verdadeira Direita. Sua própria ideologia – o Personalismo Realista Crítico – valoriza “mais a pessoa do que o indivíduo, defende a solidariedade comunitária contra a atomização” (p. 200). Esta curta descrição não deixa claro o entendimento que tem o autor do conceito de comunidade. O Personalismo Realista Crítico é minudenciado em outro trabalho de Smith: To Flourish or Destruct: A Personalist Theory of Human Goods, Motivations, and Evil (2015).

O que então, afinal, podemos aprender com o livro? Eu diria, antes de tudo, que estudantes e professores de sociologia devem ler esse livro, assim como qualquer um simplesmente interessado nessa disciplina ou que pretenda ser aluno ou professor da matéria. Esta rápida resenha, é óbvio, não pode expor de forma abrangente as teses de Smith, nem questionar todas as alegações dele. Além disso, meus pontos de vista e os de meus leitores podem não coincidir. De qualquer forma, cabe indicar aos leigos as principais questões discutidas, o que faço a seguir:

(1) A Esquerda contemporânea é uma religião secular. Esta é, claramente, a principal mensagem do livro, e não há nada de novo nisso. Analistas de um século atrás já haviam comparado o Partido Bolchevista a uma ordem religiosa. As religiões, seculares ou sectárias, pautam-se pela fé, de sorte que a razão ou a evidência empírica não pesa sobre a consciência dos crentes mais apaixonados. Eles não querem o diálogo, eles não aceitam a contradição. Os justiçadores sociais de hoje são tão facciosos quanto aqueles das guerras religiosas do passado.

(2) O livro mostra que aqueles contrários à tomada da sociologia pelo Projeto omitiram-se diante do assalto ou, no máximo, ofereceram resistência passiva. O mesmo se passou na mais ampla arena social e política. A ciência e a razão não bastam. Alguma coisa espiritual está faltando. A Direita precisa de um “intenso engajamento emocional” numa causa comum e de uma “subordinação a propósito coletivo mais alto”, que Smith observa na Esquerda. Os conservadores não têm esse espírito e nunca o terão. É óbvio que, se a Esquerda não for confrontada por contraforça superior, ela irá prevalecer.

(3) Os departamentos acadêmicos são sistemas fechados a par dos quais as guildas medievais deixariam os seus mestres envergonhados. Na contratação e promoção de professores universitários, ou no recrutamento de estudantes para cursos de pós-graduação, prevalecem critérios de base ideológica. Esses departamentos não se sujeitam a nenhuma forma de supervisão ou responsabilidade.

Uma observação final: livros de crítica à academia como os de Christian Smith vão sendo editados cada vez mais e em maior número, indício de que mais gente possa estar tomando consciência do perversivo efeito da Esquerda no labor acadêmico ocidental. Não obstante, entre todas as instituições da sociedade, a educação superior dá mostra de ser, pelas razões vistas acima, a de mais difícil reestruturação.

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(1) O sociólogo Emile Durkheim, judeu francês, escreveu As formas elementares da vida religiosa (1912), obra na qual define o conceito de “Sagrado” de que se valeu Christian Smith.

(2) Eu concordo com o acadêmico canadense dissidente Ricardo Duchesne em que a culpa pelo marxismo cultural não é do Iluminismo. Cf. CANLORBE, Gregoire. A conversation with Ricardo Duchesne. The Occidental Quarterly, v. 19, n. 2, p. 32-35. 2019.

(3) Numa nota de rodapé na página 9, Smith cita aprovativamente Gordon Marshall: “A Sociologia é, algumas vezes,     vista (ao menos pelos sociólogos) como a rainha das ciências sociais, concertando e ampliando o conhecimento e as perspectivas de todas as (conceitualmente mais restritas) ciências afins”.

(4) WEITZMAN, Lenore. The divorce revolution: the unexpected social and economic consequences for women and children in America. New York: The Free Press, 1985.

(5) Cf. LEONARD, Thomas C. Illiberal reformers: race, eugenics, and american economics in the progressive era. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2016. Reviewed in: The Occidental Quarterly, v. 16, n.2, p.105-113. 2016.

(6) GOSSETT, Thomas F. Race: the history of an idea in America. Dallas TX: Southern Methodist University Press, 1963. p. 164.

(7) Ibid, 166.

(8) Ross citado em Leonard, Illiberal reformers, p. 50.

(9) Ibid. 158.

Fonte: The Occidental Observer. Autor: Nelson Rosit. Títulos originais: Sociology as Religion, Part 1; e Sociology as Religion, Part 2. Data de publicação: 31 de outubro de 2019 (Part 1) e 1.º de novembro de 2019 (Part 2). Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.

O nacionalismo branco e os seus inimigos esquerdistas

A retrógrada esquerda venceu as guerras culturais nos Estados Unidos. Não há dúvida quanto a isso. Até mesmo a “direita” da mídia, do estabilismo (não confundir com a direita clássica ou tradicionalista) já foi cooptada pela esquerda. Juntas, a esquerda e essa “direita” formam o estabilismo americano de esquerda. Apesar de sua extravasante influência sobre a sociedade e a cultura americanas, o estabilismo não se larga do nacionalismo branco, não o considera cacareco velho como um cilindro fonográfico ou gramofone. Em vez disso, a esquerda conserva o nacionalismo branco enquanto objeto de seu ódio intenso e incendiário.

Mas será que haveria algum mérito na reação do estabilismo ante o nacionalismo branco? Pesquisas focando a atitude racial da população branca dão conta de que os nacionalistas brancos não passam de 5% da população americana; eles podem até ser menos do que 1%. Eles não controlam nenhuma grande corporação ou organização política. Odiados e perseguidos pelo estabelecimento, não surpreende que aos nacionalistas brancos falte maior domínio econômico e político.

Dada a pretensão que tem o estabilismo americano de ignorar os direitos inscritos na Primeira Emenda, os nacionalistas brancos encontram-se sob acosso, tendo contra si uma combinação de medidas legais e econômicas. O tratamento dispensado aos “expressores do ódio” inclui demissão do emprego, bloqueio de acesso à mundirrede, censura à literatura nacionalista branca y otras cositas más. Em contraste, seus oponentes antifas e belemistas [BLM] não sofrem nenhuma restrição da parte do Estado. Eles são bem mais organizados, bem mais patrocinados e bem mais capazes de mobilizar as massas de seus seguidores. O Antifas e o BLM podem despedaçar monumentos históricos dos Estados Unidos, podem transformar seis quadras no centro de Seattle numa “Zona Autônoma” fechada à polícia, na maior impunidade. Será que se dissidentes raciais tivessem tomado o centro de Seattle, fazendo dele um enclave branco fechado à polícia, eles também seriam tratados com luvas de pelica? A hipocrisia dá nojo, mas não surpreende, vinda de onde veio.

Uma ínfima percentagem de brancos chama a si toda a atenção de todo o estabilismo esquerdista. Como é que pode? Quase diariamente a mídia propaga de forma exagerada, ou até mesmo completamente falsa, histórias sobre terrorismo nacionalista branco e repentes de violência branca. A intensa preocupação dos esquerdistas com o nacionalismo branco parece irracional, mas de ponto de vista estratégico faz sentido.

Sabe-se que os dissidentes raciais são as pessoas mais odiadas nos Estados Unidos. Afinal, o nacionalismo branco e o marxismo cultural são ideologias concorrentes; entretanto, no mercado das ideias, as pessoas dão de barato a crença de que nem todas as ideias nascem iguais. O argumento do nacionalismo branco contra a diversidade — ao contrário da alegação do esquerdismo pela diversidade, é inatacável. Desde a ascensão do marxismo cultural na política americana, nunca os esquerdistas foram capazes de elaborar argumento procedente em favor da diversidade.

Os esquerdistas execram e temem a consciência racial branca, por isso é que eles quase nunca debatem com dissidentes raciais na televisão ou na imprensa, senão da forma mais superficial. Num estado de subconsciência, os esquerdistas têm medo do nacionalismo branco, porque acreditam que ele levaria muitos brancos a abandonar o sacralizado projeto multicultural, tão turibulado pela esquerda. Vemos claramente que não se nos depara nenhuma ideologia política racional, senão teocracia secular guiada pela mística de um credo igualitário. Nas “igrejas” do esquerdismo, a fé toma o lugar da razão enquanto árbitro supremo da verdade. Este é o calcanhar de Aquiles do estabilismo esquerdista e deve ser explorado pelos dissidentes raciais, com o que conseguiriam muitas vantagens.

As evidências depõem contra a diversidade e mostram por que o estabilismo é patologicamente leucofóbico. Os nacionalistas brancos já denunciaram a imigração massiva de não brancos como a religião de facto das elites esquerdistas. Os defensores brancos deixaram patente que a imigração tem por efeito a redução de salários, a queda da taxa de fertilidade e a elevação do custo da habitação. O mesmo é dizer que a imigração alógena resulta no desterro racial do branco. A cada ano, mais as cidades americanas vão se parecendo com aquelas da África e do México, com alguns bolsões asiáticos. A imigração massiva, especialmente daquele tipo que tem desgraçado os Estados Unidos desde 1965, é preço terrível a pagar pela comida estrangeira, ou por qualquer outra coisa trazida pela diversidade, supostamente para o nosso “enriquecimento cultural”.

Para além dos estereótipos e chavões com que são louvadas as virtudes da diversidade, o estabilismo não tem nenhuma resposta séria a dar ao problema racial, à questão da desigualdade racial, inclusive quanto à inteligência. A apologia esquerdista só oferece razões de fé em favor da igualdade e dos supostos benefícios da imigração do Terceiro Mundo. “Diversidade é força!”, a mais popular dessas razões, é lema místico que não difere do orwelliano “Liberdade é escravidão!” ou “Ignorância é força!”. Comparado com a série de platitudes vazias do multiculturalismo, o argumento nacionalista branco em defesa da autodeterminação branca parece revestido de ferro. Por tal razão, o estabilismo determinou a proscrição do nacionalismo branco.

Como George Orwell (alegadamente) disse: “Falar a verdade quando prevalece a fraude é ato revolucionário”.

As lições de Orwell no 1984

O ódio e a perseguição esquerdistas ao nacionalismo branco cumpre a mesma função que o evento dos “Dois minutos de ódio”, narrado no 1984, de Orwell. [N. do trad.: no episódio citado, a multidão era reunida numa praça para vaiar e xingar o “inimigo”, cuja imagem aparecia numa grande tela.] Emmanuel Goldstein, que defectou da direção do partido para abraçar a organização contrarrevolucionária “Fraternidade”, é a figura que inspira os “Dois minutos de ódio”. Sempre que a imagem de Goldstein era mostrada nos monitores omnipresentes na Oceania, a multidão parava tudo para externar o seu ódio coletivo contra o inimigo ideológico jurado do Grande Irmão.

O sentido dos Dois minutos de ódio consiste em tomar a direção da mente das pessoas para desviar sua atenção do partido e suas falhas, dirigindo a raiva de sua insatisfação para algum único alvo exterior, de sorte que o sentimento negativo deixa de ter por objeto o governo para incidir sobre os inimigos do governo. A demonização a que o partido submete Goldstein é advertência dirigida à população da Oceania. Aqueles que desafiam as determinações do partido serão expulsos de seus quadros e, na novilíngua orwelliana, despersonalizados. O ódio que os esquerdistas sentem dos dissidentes raciais atende a objetivo utilitário bastante similar. Ele impõe a conformidade ideológica, significando ainda advertência quanto aos perigos reservados àqueles que desrespeitam o estado de coisas vigente. O risco de se ver relegado à margem da sociedade, a possibilidade de sua transformação em párias despojados de meios de vida, isso é perspectiva aterradora para o proletariado.

A versão dos Dois minutos de ódio do progressismo contribui para maior unidade entre os esquerdistas e reforça seu devotamento aos ideais de esquerda, assegurando a continuidade do serviço que prestam para a manutenção do status quo. Dessa forma, os esquerdistas tentam apassivar os mais ingênuos entre os brancos, fazendo-os acreditar que neonazistas, fascistas e quejandos são a causa verdadeira de seus problemas, assim livrando de culpa as elites, que importam milhões de não brancos, enquanto exportam milhões dos mais bem remunerados empregos industriais para o Terceiro Mundo.

Enquanto objeto de ódio, o nacionalismo branco mostra-se bode expiatório bastante conveniente, a exemplo da personagem Goldstein no livro de Orwell. Não é difícil entender o porquê disso. Ocorre que o nacionalismo branco resiste como o último bastião da razão e do bom senso em meio ao oceano de irracionalidade e obscurantismo do progressismo. Tudo o que representa a dissidência racial é anátema para o progressismo. Os dissidentes recusam-se a desaparecer juntamente com a sua raça pelos “pecados” da escravidão africana, do “genocídio” ameríndio e do colonialismo europeu, por isso não aceitam o papel de vítima sacrificial a ser sacrificada como um Cristo, destino que lhes tenta impor o estabilismo.

A forte correlação entre a democracia totalitária e a visão distópica de Orwell é flagrante. Decerto Orwell terá sido quem melhor entendeu a psicologia do totalitarismo de esquerda. Isso pode explicar o porquê da confirmação de muito do que ele previra, ao contrário do que se passou com as previsões relativamente mais benignas de seu contemporâneo Aldous Huxley.

O nigriesquerdo contra o branco: polarização atitudinal?

Na visão maniqueísta do estabilismo, o esquerdismo representa força do bem; e o nacionalismo branco, uma força do mal. Por meio da condenação da consciência racial branca, o esquerdista, motivado em parte pelo ressentimento, denigre as virtudes características das sociedades indo-arianas — o orgulho, a força, o autodomínio, o individualismo, a objetividade — como males morais, ao tempo que exalta as virtudes da moralidade judaico-cristã do escravo — a humildade, a fraqueza, a igualdade — elevando-as a posição de supremacia. Daí o conceito nietzschiano de transvaloração de todos os valores, com o qual o filósofo reagiu à grande inversão que fez do bem o mal; e do mal, o bem.

A estereotipagem negativa, irracional dos dissidentes raciais por parte do estabilismo dimana de seu maniqueísmo e “justifica” o ódio devotado ao nacionalismo branco, não apenas entre esquerdistas, mas também entre o público em geral. Igualado o estabilismo ao bem e o nacionalismo branco ao mal, chega-se à injusta caricatura do dissidente racial como um casca-grossa do mato desdentado ou um brutamontes neonazista, propenso à violência criminosa, como os estereótipos andantes e falantes vistos no filme American History X [no Brasil: A outra história americana]. A intenção por trás dessa estereotipagem irracional tão prezada na esquerda é desumanizar e reduzir a uma insignificância patética o que não pode ser refutado mediante argumentação racional. Com efeito, a mídia sob controle judeu e as organizações de direitos civis, entre as quais hollywood e a SPLC [sigla inglesa: Southern Poverty Law Center: trata-se de organização supremacista judaica antibranca] continuam irracionalmente a estereotipar a dissidência racial como movimento de neonazistas e klanistas [membros da Ku Klux Klan].

Essa demonização dos dissidentes raciais brancos reflete ânimo ainda mais profundamente adverso à direita tradicional. Os dissidentes raciais ameaçam o projeto multicultural do estabilismo em suas fundações, se não literalmente, ao menos ideologicamente. No mundo do esquerdismo, a transformação etnográfica do país [EE.UU.] é exigência inegociável; os esquerdistas não podem se alijar dela sem comprometer todo o seu sistema de crenças. Enquanto ideologia capaz de tudo destruir, carregada de ódio racial do branco psicótico contra si mesmo, o esquerdismo perderia sua raison d’être, se dele fosse subtraído o objetivo de minorizar, substituir, alterizar e finalmente suprimir a raça branca, forma de genocídio vista como solução final para o “problema” da branquidão. O ódio racial de si mesmo é o que leva o esquerdista branco a buscar na imigração massiva de não brancos a satisfação de necessidades próprias, o mesmo é dizer, mais precisamente, que o esquerdista branco depende psicologicamente da imigração alógena para seu bem-estar geral, como se a desterritorialização de si mesmo fosse alguma droga muito viciante, muito poderosa.

Dada a profundidade do auto-ódio racial branco, parece que só uma catástrofe natural poderia descarrilar os planos de minorização da maioria nos Estados Unidos até por volta de 2040. Nós já vimos como foi preciso a Covid-19 para que as fronteiras fossem fechadas e, gradativamente, suspenso o tráfego aéreo. Dá até arrepio só de pensar no que poderia levar os Estados Unidos a cancelar seu programa de imigração massiva de forma definitiva. Seria uma devastadora guerra racial? Talvez uma severa depressão econômica que deixasse sem emprego a maioria dos americanos? Ou uma peste que matasse metade da população americana?

Se nenhuma dessas possibilidades, então o quê? Quem sabe o choque de um asteroide contra a Terra? Para os esquerdistas, é “tudo ou nada”: ou o Ocidente torna-se diverso, ou desaparece no nada.

A loucura do estabilismo esquerdista aparentemente não tem limite.

O nacionalismo branco sobreviverá ao estabilismo esquerdista americano?

A decadência do Império Americano não se parece com a de outros. Tomemos o caso de Roma. Desde o caos do terceiro século até as invasões bárbaras do quinto século, o Império Romano resistiu a uma série de violentos cataclismos societários. Na altura do quinto século, ele sucumbiu em meio a uma miríade de negatividades externas e internas: a peste, a guerra civil, o aviltamento da moeda, a invasão dos bárbaros, a diversidade étnica, a expansão do cristianismo na bacia do Mediterrâneo, o despovoamento … Apesar disso tudo, a elite pagã romana ainda acreditava na Roma Aeterna e se orgulhava de descender de Eneias, não obstante todos os desastres humilhantes que incidiram sobre o Império desde o fim do Caos. Roma tombou violentamente, mas de morte natural, no inverno do ciclo de sua existência.

Ao contrário de como se deu a queda de Roma, o declínio dos Estados Unidos tem sido deliberadamente engendrado por elites hostis. Os imigrantes judeus da Escola de Francforte patologizaram o etnocentrismo branco e, na esteira deles, os esquerdistas transformaram a “doença” no imperdoável crime de “racismo”. Daí, então, o “racismo” passou a ser usado como arma para incriminar os dissidentes raciais contrários à diversidade. A dissidência passou a ser perseguida até que seus membros perderam proeminência social, acabando relegados às margens da sociedade. Nessa condição de quase párias, isolados e estigmatizados, os dissidentes servem de lembrete aos brancos do que pode acontecer com aqueles que se recusam a abandonar sua raça e nação.

Mediante operações de engenharia social, o estabilismo esquerdista concertou a rendição unilateral das nações ocidentais ante as hordas escuras; a maioria dos brancos simplesmente obedeceu aos seus mestres judeo-bolchevistas como se fossem animais amestrados. Poucos brancos arrostaram a cometida. Aparentemente, os brancos foram tão completamente endoutrinados pela mídia e pelo sistema de ensino que terminaram aceitando a transformação demográfica dos Estados Unidos como fato consumado.

Nós podemos considerar o declínio dos Estados Unidos como inexorável por uma série de razões, todas endógenas em última instância, em termos de sua etiologia. Algumas delas, arrolamos abaixo:

  1. a atomização da moderna sociedade americana;
  2. a falta de uma consciência racial branca; e
  3. a exaustão da civilização branca.

A atomização da sociedade tem por causa fatores industriais, tecnológicos e sociopolíticos. Em virtude de certos desenvolvimentos tecnológicos, comunidades inteiras foram desarraigadas, os laços do indivíduo com sua raça e nação sendo rompidos. A população dos Estados Unidos é agora mais móvel do que nunca antes, ao contrário das gerações anteriores. As políticas econômicas neoliberais aumentaram a alienação dos trabalhadores no seio da sociedade dominante, transformando-os em simples engrenagens; tornando-se facilmente substituível, o trabalhador não é mais valorizado pelo aporte de que é capaz. Sua posição na ordem social ficou precária, passando a depender dos caprichos do mercado “livre”. Consequentemente, ele não se sente mais responsável pela sociedade ou pela sorte das futuras gerações, que desgraçadamente sofrerão com o legado maldito deixado para trás.

Na falta de maior solidariedade, grassa o fatalismo e a apatia niilista na sociedade americana. Muitos brancos voltaram-se para as drogas e o álcool, ante o vazio espiritual de suas vidas; a crise do fentanil que se alastra nos Estados Unidos ganha força, pelo menos em parte, da desintegração dos antigos liames comunais e familiares que havia nas precedentes gerações de brancos. Em tal contexto, fica difícil, embora não impossível, manter uma identidade racial branca coerente.

Outrossim, ocorre que os brancos não se veem mais como brancos. Até 1965, a consciência racial branca era critério distintivo da americanidade. Muitos americanos brancos viam-se como brancos e defensores dos interesses brancos. Ainda que não chamados de nacionalistas brancos, eles eram nacionalistas brancos. Desde o Período Colonial até a II Guerra Mundial, a denominação “nacionalismo branco” teria sido redundância nos Estados Unidos, dada a conexão histórica entre a consciência racial branca e a identidade étnica americana.

A partir de 1965, a cultura popular ocidental passou a promover a diversidade em detrimento dos brancos. Para a maioria, uma explícita identidade racial branca não parece assumptível pela consequência da desaprovação social. Sendo agora a identificação racial branca vista como vergonhosa, os brancos repartiram-se segundo linhas culturais, num retorno ao americanismo hifenizado [afroamericano, ítaloamericano etc.], o qual Theodore Roosevelt muito deplorou. Os brancos que decidem desafiar o novo status quo em favor da autodeterminação branca são discriminados e perseguidos.

Além da atomização da sociedade americana, existe outra razão ainda mais profunda para o caráter inevitável da morte dos Estados Unidos. Os brancos, enquanto raça, perderam o seu dinamismo, o assim chamado elã vital. O colapso dos grandes impérios coloniais que se seguiu à II Guerra Mundial explica-se pelo cansaço civilizacional branco. Depois de chegarem a dominar 84% da superfície da Terra em 1914, os brancos ocidentais correm o risco de perder seu território em seus próprios países.

Esse cansaço civilizacional mostrou-se mais evidente em lugares como a Rodésia e a África do Sul. Nestes países, o homem branco entregou suas possessões duramente conquistadas sem opor resistência. Os brancos dotados de consciência racial, que acreditavam merecer o Sul da África por direito de conquista, eram muito poucos para lograr êxito na reação à sua desterritorialização. Eles tiveram de lutar contra guerrilhas afro-marxistas apoiadas pelos soviéticos, contra os aliados judeo-bolchevistas delas e ainda contra os traidores domésticos da quinta-coluna. Se os brancos se recusaram a lutar quando tinham esmagadora superioridade tática, o que se dirá do que farão quando os Estados Unidos forem o Brasil 2.0 por volta do fim deste século?

Em seu livro A hora da decisão (1934), Oswald Spengler escreveu fatidicamente sobre o homem branco que baixa a sua guarda racial:

O homem de cor vê o interior do homem branco quando este fala de “humanidade” e de paz eterna. […] Ele fareja a inadequação do outro, a sua falta de vontade para defender a si mesmo.

O perigo bate à porta. As raças de cor não são pacifistas. Elas não se apegam a uma vida que tenha como único valor a longevidade. Seus homens tomam da espada quando nós a depomos. Eles já temeram o homem branco; agora o desprezam. A nossa sentença é lavrada em seus olhos quando homens e mulheres se comportam como nós fazemos em sua presença, em sua terra ou em nossa própria. Antes os homens de cor tremiam de medo de nosso poder — assim como os povos germânicos diante das primeiras legiões romanas. Hoje, quando eles dispõem de poder, sua alma misteriosa — a qual jamais entenderemos — eleva-se e olha para os brancos embaixo como coisa do passado.

Conforme a compreensão que tem Spengler do desenvolvimento histórico do Ocidente, a “alma megalopolitana”—a que inevitavelmente anima o homem faustiano em seu impulso para o infinito — é consequência do declínio da cultura ocidental ou, como antes denominei, do “cansaço civilizacional”. A alma megalopolitana é atradicional, arreligiosa, hedonista, gosta muito de pão e circo, não tem raízes e tudo vê de perspectiva completamente materialista. Ela se situa em oposição aos valores sociais tradicionais das sociedades indo-arianas, quais sejam: a monogamia patriarcal, a hierarquia, o ânimo de guerra, razão pela qual ela se presta à negação desses valores, com apelo aos seus contrários, isto é: a liberdade sexual, a paz universal, a tolerância, a igualdade, valores estes que a alma megalopolitana abraça, porque eles solapam os valores tradicionais que ela despreza. Ao mesmo tempo, os imigrantes não brancos nos Estados Unidos não acreditam tanto na “humanidade” e na “paz eterna” de seus hospedadores.

A ingenuidade do homem branco, que o faz incapaz de discernir os motivos últimos de seus inimigos, é a razão de sua queda, merecida, aliás, infelizmente. O seu sentimento socialista do mundo, seu cristianismo sem religião (ou, segundo Spengler, sua “moral sem dogma”) cegou-o para a necessidade de sua própria autopreservação. O homem branco não mais enxerga a significação funcional de lemas como “Diversidade é força”, tão caros a não brancos e esquerdistas, que os repetem como mantras para promover os interesses étnicos de não brancos nos Estados Unidos. Quando a raça branca recuperar a sua visão, verá que os Estados Unidos vão-se perdendo sob a ocupação de populações alógenas, mas então poderá ser tarde demais para salvar o seu país.

No livro A decadência do Ocidente, a alma megalopolitana é criatura da estação do inverno no ciclo de vida das culturas. Ela marca o começo do seu fim.

Conclusão

Os Estados Unidos provocam guerras, derrubam regimes e instauram ditaduras amigas em nações não brancas, ainda quando nada disso tenha nenhuma implicação geoestratégica de importância para a segurança nacional americana; os Estados Unidos dissipam preciosos recursos com a perseguição de dissidentes raciais,  mas não podem defender a integridade de seu próprio território contra os bandos de aventureiros do Terceiro Mundo que ameaçam seus limes. Uma das maiores ironias da história ocidental é que os Estados Unidos elevaram-se a grandíssima altura entre as nações e depois desmoronaram e agora afundam no lamaçal social dos não brancos. Muito tempo atrás a nação americana traiu os princípios de sua república aristocrática sobre os quais ela se erguera. Estando agora no fim do caminho que escolheu com esse mau passo que deu, ela termina os seus dias como decadente democracia totalitária com pretensões imperiais.

Os Estados Unidos devem morrer porque os brancos que formaram a espinha dorsal de sua civilização são agora alienados cosmopolitas, poltrões desarraigados. Se as destrutivas políticas seguidas pelas elites mostram-se irreversíveis, isso decorre de não existir mais causa comum para os brancos, nada que os possa reunir e mobilizar. Os Estados Unidos devem morrer, o que não quer dizer que o nacionalismo branco morrerá com eles também. Nações brancas surgiram e desapareceram, mas a raça branca perdura pelo correr das idades. Ao contrário da maioria dos brancos, os dissidentes raciais brancos conservam ao menos forte consciência de sua identidade racial. Basta que pequeno número de brancos racialmente conscientes sobreviva à tendência suicida da maioria branca do abalado império americano, para que a raça branca desmorra e prospere para longa e feliz vida na América do Norte.

Fonte: The Occidental Observer. Autor: Ferdinand Bardamu. Título original: White Nationalism and its Leftist Enemies. Data de publicação: 17 de julho de 2020. Versão brasilesa: Chauke Stephan Filho.